Planetas Improváveis I – Estrela de neutrões

As anãs brancas são estrelas mortas. Elas, antes de morrer aumentam 100 vezes, tranformando-se de uma estrela normal numa gigante vermelha e apresentam um brilho 100 mil vezes mais do que o Sol. Depois expelem as camadas exteriores para o espaço e encolhem até ao tamanho da Terra. Por último apagam-se no seio do Universo.

O primeiro sistema planetário descoberto foi o 51 Pegasi, com um planeta mais massivo do que Júpiter com uma órbita mais pequena que a de Mercúrio. Também foram descobertos sistemas com três planetas com dez massas terrestres e órbitas de metade da de Mercúrio, no sistema HD40307. O sistema 55 Cancri tem, pelo menos, cinco planetas com massas a variar entre 10 e mil massas terrestres e órbitas a variar de um décimo da de Mercúrio até ao de Júpiter. (um post sobre este sistema pode ser lido aqui)

O primeiro exoplaneta  com descoberta confirmada surgiu a orbitar a estrela de neutrões PSR 1257+12. Um corpo de cerca de 20 Km e com uma massa maior que a do Sol. Antes da explosão da supernova, a estrela tinha um raio superior a 1 UA (distância ente o Sol e a Terra) e 20 massas solares.

Uma equipa de astrónomos descobriu desvios periódicos no timing dos pulsos de rádio deste sistema. Este desvio temporal dos pulsos deve-se ao empurrão ligeiro que o planeta exerce sobre a estrela e, assim, altera a sua posição e também a distância entre pulsos.

Em 2006, o Spitzer Space Telescope descobriu uma emissão no infravermelho da estrela de neutrões 4U 0142+61. Essa radiação pode ver da magnetosfera estelar ou então de um disco circum-estelar. Tipicamente, após a explosão da supernova, leva cerca de um milhão de anos para que os planetas se aglomerem. Esta explosão ocorreu há cerca de 100 mil anos. Assim é provável que a radiação seja originária do disco circum-estelar.

 

Adaptado SCIAM

3 comentários

  1. Olá,
    Muito obrigado pelas suas palavras 🙂

    • duarte josé seabra on 13/04/2011 at 12:45
    • Responder

    Saúdo os criadores do Astro.pT pelo excelente trabalho na comemoração do feito de Gagarin;foi mencionado que a imprensa periódica portuguesa não deu grande realce à comemoração do evento…Eu creio que desde que a equipa do Vicente Jorge Siva saiu do Público,desapareceu a divulgação científica de qualidade na imprensa,Público de hoje incluído,claro….O Astro.pT vem preencher essa lacuna,na net,na língua portuguesa,e os seus textos têem uma clareza(“please explain it to me like if I were a six year old…”)que se vê nos textos de Sagan e de Mychio Kaku(acho que escrevi bem o nome dele).A divulgação científica correcta só pode ser feita por quem tem conhecimentos aprofundados daquilo sobre o qual fala…..Obrigado a todos pelo prazer que dão aos vossos leitores diários,e à massa de conhecimentos que nos dão.Não há dúvida de que”quem corre por gosto não cansa”.

  2. Olá,

    Só uma adenda para dizer que anãs brancas são diferentes de estrelas de neutrões (pulsares).

    O nosso Sol irá se tornar uma anã branca, e já têm sido encontrados planetas em órbita de anãs brancas.
    O que foi surpreendente, porque se pensava que eles seriam ejetados. Afinal, nem todos o são, ou então alguns podem posteriormente se formar ao redor destas estrelas mortas.

    Já estrelas com muito mais massa que o nosso Sol, em vez de se tornarem numa gigante vermelha, explodem/implodem como supernova, e ficam estrelas mortas mais pequenas mas mais massivas, que são estrelas de neutrões que rodam (pulsares).
    E realmente, também foi uma surpresa encontrar planetas em órbita delas.
    De facto, como dizes, os primeiros planetas descobertos foram precisamente em volta de pulsares… e por isso é que foram “desconsiderados” em 1991. A primeira descoberta oficial de exoplanetas foi em 1995, porque foi descoberto em volta de uma “estrela normal”.
    Só damos valor quando são descobertas que se relacionem connosco… 🙁

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