A Grécia Antiga e a transição entre Mesopotâmios, Egípcios e Gregos
A mais antiga evidência direta de constelações vem da Mesopotâmia (Iraque). A mais antiga referência está na “Oração aos deuses da noite”, da Babilónia em cerca de 1700 a.C.
Em 1300 a.C. os marcos fronteiriços apresentavam ícones de constelações e ainda símbolos do Sol, Lua e planetas. Após 1100 a.C. foram escritas 3 tábuas (MUL.APIN) com uma lista de observações astronómicas que referiam mais de trinta constelações.
Muitas das constelações, cerca de 20, gregas são cópias das constelações mesopotâmicas. Como exemplo:
constelações Assírias para constelações Gregas
Peixe-Bode – Capricórnio
Grandes Gémeos – Gémeos
Outras 10 constelações gregas têm as mesmas estrelas dos assírios mas com nomes diferentes. Exemplos:
Trabalhador – Áries
Andorinha – Peixes
Arado – Triângulo
A tradição destas estrelas terá passado da Mesopotâmia e Egipto para a Grécia por volta de 585 a.C.
Os documentos gregos mais antigos foram escritos por Homero, no século VII a.C, que menciona duas constelações, Orion e Ursa Maior, e dois aglomerados, Plêiades e Híades, e ainda duas estrelas, Sírius e Arcturus.
A transferência de registos terá ocorrido quando? A ausência de constelações gregas, com a excepção de Orion e Ursa, de Homero, antes de 500 a.C sugere que a informação foi passada após essa data. Em 400 a.C ocorreram oportunidades para que o conhecimento migrasse da Mesopotâmia para a Grécia.
Híparco é a figura chave desta transição. Em cerca de 150 a.C comparou a tradição do livro de Eudóxio (1130 a.C) com o que era realmente visível. Foi Híparco que descobriu o movimento de precessão e, assim, o estudo das constelações tornou-se científico. Ainda em 128 a.C criou o primeiro catálogo de estrelas de forma a definir a precessão e buscar novas estrelas.
O primeiro astrónomo a desenvolver um modelo geométrico de três dimensões para explicar o movimento aparente dos planetas foi Eudoxo de Cnido no século IV a.C
Aristóteles (384-322 a.C) desenvolveu uma ideia de Universo, com a Terra no seu centro e com todo o resto rodando ao seu redor em órbitas
No século seguinte, Hiparco fez inúmeras contribuições importantes como descrito acima.
http://astro.if.ufrgs.br/antiga/antiga.htm
SCIAM Edição Especial “Etnoastronomia”
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