Se até aqui as emissões de infravermelho dos discos das estrelas de neutrões indicam potencial de formação de planetas, nas anãs brancas essa radiação pode indicar a presença efetiva de corpos. Em 1987 o Infrared Telescope Facility detetou um excesso de radiação IV vinda da anã branca G29-38. A análise indicou ser um corpo com 1200 K – a superfície da estrela tem 12000 K.
O que se pensava ser uma estrela secundária demonstrou-se um corpo inesperado. Em 1990, novas análises mostraram esse excesso de radiação IV apresentava uma variação em uníssono com a da própria estrela. A melhor explicação seria a presença de um disco circum-estelar aquecido pela estrela.
As camadas externas dessa estrela contêm elementos pesados: cálcio e ferro. É uma presença estranha pois pela a acção da gravidade os elementos mais pesados afundam-se na estrela. Entretanto, em 2003, Michael A. Jura explicou que o excesso de radiação IV e a presença de elementos pesados na camada externa da anã branca se deve à destruição de um asteróide que caiu na estrela. Daí resultou não só um disco de destroços como também elementos pesados que caem na superfície estelar.
Já mais de uma dúzia de anãs brancas com excesso de radiação IV e elementos pesados na superfície foram descobertas. Além disso, o Spitzer também identificou em algumas emissões de infravermelho, silicatos nos discos. Além disto, as anãs brancas analisadas não contêm elementos pesados voláteis, como carbono e sódio, mas apresentam elementos pesados mais robustos como silício, ferro e magnésio. Este padrão de presenças coincide com a dos asteróides e planetas rochosos.
Os discos das anãs brancas são bastante pequenos, com uma extensão de apenas 0,01 UA e uma massa pequena. Estes dados corroboram a ideia de que o disco das anãs brancas se deve à desintegração de asteróides ou planetas. Não são discos com potencial de formação. De facto, um planeta do tipo da Terra pode sobreviver à explosão se estiver a mais de 1 UA de distância (a Terra está a 1 UA do Sol).
Adaptado SCIAM
4 comentários
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Dário,
“De facto, um planeta do tipo da Terra pode sobreviver à explosão”
<---- qual explosão? 😛
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Obrigado pelas correcções. Apaguei parte do ultimo parágrafo. De facto, como o José referiu, a anã branca não surge duma supernova. A anã branca surge da ejecção de material de forma diferente da supernova.
De facto as Anãs Brancas não resultam de Supernovas. Após se terem tornado gigantes vermelhas, elas irão ejetar sua camada externa, formando uma nebulosa planetária e deixando para trás o núcleo.
É uma questão de corregir 😉
Olá Dário,
Corrigi vários erros ;-), e tenho uma dúvida no último parágrafo.
“discos que indicam que algum corpo sobreviveu à supernova. De facto, um planeta do tipo da Terra pode sobreviver à explosão”
As anãs brancas não são o resultado de qualquer explosão de supernova.
Logo, estás a falar de anãs brancas ou de estrelas que resultam em supernovas? São coisas diferentes…
😉
abraço!