O céu sempre foi um grande fascínio dos astrónomos e, de uma forma mais geral, da espécie humana. Foi sempre com esse fascínio que se estudaram os movimentos celestes, primeiro com meras observações a olho nu, depois com pequenos instrumentos, até aos gigantes telescópios da actualidade. Mas será que, tendo em conta a mais recente tecnologia que se usa para o estudo da astronomia e astrofísica, ainda se olha para o céu com o mesmo fascínio de antigamente?
Esta é a questão colocada num artigo recente, escrito no site do Jet Propulsion Laboratory (JPL), e intitulado “A Night with the Stars… in a Conference Room”. Por exemplo, no programa WISE (Wide-field Infrared Survey Explorer misson, da NASA), um telescópio de infravermelhos tem sido utilizado para pesquisar anãs castanhas, e toda a pesquisa é feita em casa ou numa sala de conferências, a partir do computador. Os investigadores têm apenas que pedir ao operador do telescópio que o direccione para uma dada zona do céu, e toda a informação e visualização é acedida em tempo real, mesmo que do outro lado do mundo.
Há quem defenda que esta nova forma de estudar os céus retirou aos astrónomos aquele fascínio que existia inicialmente, com a observação directa. No entanto, isso não é verdade. Em primeiro lugar, creio que a esmagadora maioria dos que estudam astronomia e astrofísica continuam a gostar, por prazer, de observar o céu numa noite escura e numa zona isolada das grandes cidades, onde a luz artificial é reduzida. Segundo, o fascínio não vem apenas da pura observação, mas daquilo que ela permite descobrir. Como afirmou um dos participantes no programa WISE, “our sense of awe is the same”, e a razão é simples: “we’re continuing the quest to understand our astonishing universe”.
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