O telescópio espacial Hubble é um dos mais produtivos instrumentos científicos jamais desenvolvidos. Desde o seu lançamento, a bordo do vaivém espacial Discovery, em 24 de Abril de 1990, o Hubble acumulou cerca de 50 terabytes de dados (mais de 10 mil DVDs) que se encontram disponíveis num arquivo online para a comunidade científica e para o público em geral. Os cientistas responsáveis por uma determinada observação só têm acesso exclusivo aos dados dela resultantes durante um ano, durante o qual podem publicar artigos relativos à sua análise. Ao fim desse ano, os dados passam a ser de domínio público e são arquivados.
(Os trânsitos, o eclipse secundário e as fases do exoplaneta HAT-P-7b (Kepler-2b) observados com uma precisão sem precedentes pelo telescópio Kepler. Crédito: Missão Kepler.)
Na passada segunda-feira, dia 4 de Julho, o telescópio espacial atingiu um novo marco histórico com a realização da sua milionésima observação. O alvo foi o exoplaneta HAT-P-7b, um “Júpiter Quente” a cerca de 1000 anos-luz da Terra e que foi estudado em detalhe pelo telescópio Kepler (o planeta é também conhecido por Kepler-2b). O objectivo da observação foi procurar a assinatura espectral da água (vapor de) na atmosfera do planeta durante um trânsito. O responsável pelas observações foi Drake Deming, um conhecido especialista em exoplanetas da Universidade de Maryland e investigador no Goddard Space Flight Center da NASA. O instrumento utilizado foi a Wide Field Camera 3 (WFC3), um instrumento que contém uma câmara e um espectrógrafo sensíveis no visível e no infravermelho, instalado durante a última missão (a quarta) de manutenção do Hubble, em Maio de 2009. Drake Deming e a sua equipa têm agora longos meses pela frente para analisar os dados recolhidos. Os resultados serão certamente importantes para a caracterização das atmosferas deste tipo de planetas.
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