Quando se fala de ciência e cinema, há um filme que inevitavelmente me ocorre: 2001: A Space Odyssey. Na verdade, nunca a ciência e a arte cinematográfica estiveram tão próximas como neste filme de Stanley Kubrick, escrito por Arthur C. Clarke, ambos autores lendários, o primeiro enquanto realizador e o segundo enquanto escritor de ficção científica.
O filme (tal como o livro) inicia-se no “momento” em que “nasce” o Homem, quando um macaco lider do grupo decide pegar num osso e utilizá-lo como ferramenta para poder matar outros animais de forma a alimentar os seus e a si próprio. Depois, numa das elipses mais geniais (e mais longas) alguma vez vistas em cinema, o osso dá lugar a uma outra “ferramenta” inventada pelo Homem, também ela com um significado profundo para a nossa espécie e que marca o início de uma nova era: uma nave espacial. Pelo meio, ficou implícito todo o percurso da Humanidade durante o periodo em que o único local do Universo pisado foi o planeta Terra.
Sendo de 1968 (antes da primeira ida do Homem à Lua!), é notável a forma como se prevê o “futuro” de 2001, embora ainda não estejamos tão avançados. O respeito pelas leis da física é total. E Kubrick é mais genial que nunca a filmar esta jornada pelo passado e pelo “futuro” da vida Humana, sempre daquela forma fria e distante, mas poderosíssima, que se lhe reconhece.
Nunca a ciência e o cinema estiveram tão fundidos num só.
4 comentários
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Melhor filme de ficção científica que vi na vida. Depois dele, nenhum chegou sequer perto.
Todos os demais (ou quase todos) insistem em contar suas histórias em um estranho universo onde se pode ouvir barulho no vácuo do espaço…
Essa do barulho no espaço é a prova que se propagam fonons produzidos pela vibração da estrutura da nave e escape dos motores, produto de combustão que ao fim de uns quantos kilómetros se transformam em gêlo para pôr no Whiskey!
Um grande, grande filme 🙂 Um grande, grande realizador (tão grande q recebeu honras de pseudo-realizador da pseudo-encenação da ida à Lua…. ao menos os conspiradores anti-ida à Lua admitem a genialidade dele… :D).
Andava cuscando o FB quando dei com este Science at the Movies, no radioshow do Neil de Grasse Tysson (https://www.facebook.com/StarTalkRadio?sk=wall&filter=2) : http://startalkradio.net/2011/04/17/science-at-the-movies.
De facto, nunca entendi a destreza dos astronautas com as máquinas fotográficas da Hasselblad ao peito e tiravam sempre as fotos bem enquadradas. Eu com uma reflexo digital do século XXI a enquadrar pela imagem obtida pela lente, faço um trabalho pior.
Isto leva-me a crêr duas coisas:
1-Eu não tenho jeitinho algum para tirar fotografias!
2-Os astronautas treinaram meses seguidos, com a máquina ao peito, até terem mecanizado a percepção do enquadramento. Faziam “peito de galo”, viravam-se e zás, já está, tipo mestres da pintura…