Nunca tinha encontrado um criacionista numa sessão de astronomia. Mas um dia lá tinha que acontecer. O criacionismo científico tem vários padrões e nuances, mas o denominador comum é a negação da teoria da evolução. Este que eu encontrei como qualquer criacionista acredita no que defende como se fosse uma religião. Portanto, é impossível qualquer diálogo construtivo com esta gente e é perda de tempo qualquer discussão de carácter mais científico. Mas, mesmo assim, cá fica uma sugestão de leitura.
Ago 16
8 comentários
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pois… conversar com um criacionista sobre ciencia é algo dificil … eu aprendi a ignorar.
O criacionismo não é de hoje, e desde que as duas mais antigas civilizações conhecidas compilaram os seus mitos de criação, muito parecidos, que essa corrente se estabeleceu. A corrente solidificou-se sobremaneira com o assumir desse mito pelo judaísmo arcaico. Mesmo modelo, personagens diferentes. Logo assim, não é nada de novo. É, provavelmente, a mais antiga teoria de origem do mundo.
O que é grave não é que exista, é que não admita a adaptação dos escritos bíblicos a uma leitura científica – se bem que, em abono da verdade, muitas das alegorias bíblicas não possam ser adaptadas a qualquer teoria científica, e há aspectos do mito da criação que caem nesta categoria. A verdade é que até o Papa admitiu que o Big Bang pode ter existido. Claro que por detrás disso estava Deus. Mas isso já não é questão para aqui chamada.
Um criacionista defende sua crença como uma religião porque realmente é uma. O criacionismo é uma pseudociência que tenta distorcer fatos científicos para dar uma aparente legitimidade a sua crença religiosa. E eles não são só contra a teoria da evolução, mas também contra as teorias sobre a origem da vida na Terra e a teoria do Big Bang entre outras coisas da astronomia. Infelizmente esse movimento obscurantista está por ai.
Abraços
Basicamente a ideia deles é que não acreditam na evolução, seja a que nível fôr: biológico (Darwin), geológico (Terra), universo (Big Bang), e incluindo pessoal (porque eles também não querem evoluir no conhecimento… eles preferem ficar sempre na mesma).
Hoje em dia, em Portugal, sobretudo entre alguns jovens, usa-se a expressão “É um espectáculo” ou “ganda espectáculo, meu!” como uma forma de forte aprovação de algo, com um sentido totalmente positivo…
E o outro lado da moeda?
Há quem pense que exitem alguns problemas com o “espectáculo”:
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Society_of_the_Spectacle#Mass_media_and_commodity_fetishism
Uma parte do problema é a dificuldade de distinguir entre a realidade e a ficção:
http://en.wikipedia.org/wiki/Hyperreality
Um filme sobre o assunto: http://en.wikipedia.org/wiki/Wag_the_dog
http://en.wiktionary.org/wiki/tail_wagging_the_dog
Gostaria de encontrar estudos sobre as motivações puramente económicas para a existência do criacionismo, que terá” voltado á superfície” na forma actual (em boa parte?) nos anos 60 ligado (sobretudo?) á apologia da veracidade da arca de noé.
Há momentos em que me parece que tudo não passa dum “esquema” para irritar e provocar a comunidade ciêntifica e assim “criar” publicidade “grátis” para vender livros com essas ideias.
Uma motivação económica, acima de tudo?
Parks Service Sticks With Biblical Explanation for Grand Canyon
Creationist book remains on sale at Canyon’s park museum
http://usgovinfo.about.com/od/rightsandfreedoms/a/canyonflood.htm
Quais as semelhanças com este fenómeno?
Porn driving e-book sales?
http://www.dcemu.co.uk/vbulletin/threads/314799-Porn-driving-e-book-sales
Para mim, poderá haver uma ligação entre o surgimento (e crescimento) dos criacionistas e um fenómeno muito insidioso e talvez mais problemático do que possa parecer á primeira vista.
Falo do (famoso?) “Keeping up with the Joneses” que se descreve neste link: http://en.wikipedia.org/wiki/Keeping_up_with_the_Joneses
To fail to “keep up with the Joneses” is perceived as demonstrating socio-economic or cultural inferiority.
Pelo que tenho observado, muita gente que “não tem pedalada” mental / intelectual para se “dar ao trabalho” de ler o suficiente, agarra-se ao “creacionismo”, para se tentar compensar (dum modo neurótico) do seu complexo de inferioridade e o seu medo (ou simples falta de paciência) para evoluir lentamente no “mundo da ciência”.
Ver: http://en.wikipedia.org/wiki/Superiority_complex / http://pt.wikipedia.org/wiki/Complexo_de_superioridade
O modo infeccioso como os “Criacionistas” se tendem a propagar, poderá estar ligado a uma nova palavra: Affluenza que é uma mistura de http://en.wikipedia.org/wiki/Affluence com http://en.wikipedia.org/wiki/Influenza / http://pt.wikipedia.org/wiki/Gripe
1) http://en.wikipedia.org/wiki/Affluenza
2) http://en.wikipedia.org/wiki/Snobbery
However, a form of snobbery can be adopted by someone not a part of that group; a pseudo-intellectual, a celebrity worshipper, and a poor person idolizing money and the rich are types of snobs who do not base their snobbery on their personal attributes.
Such a snob idolizes and imitates, if possible, the manners, worldview, and lifestyle of a classification of people to which they aspire, but do not belong, and to which they may never belong (wealthy, famous, intellectual, beautiful, etc.).
3) http://en.wikipedia.org/wiki/The_Joneses (filme)
Affluenza: When Too Much is Never Enough http://en.wikipedia.org/wiki/Affluenza:_When_Too_Much_is_Never_Enough
Um terreno favorável á propagação destes problemas?
http://en.wikipedia.org/wiki/Credential_inflation
Wealth as an outcome of faith
http://en.wikipedia.org/wiki/Christian_views_on_poverty_and_wealth
One line of Protestant thinking views the pursuit of wealth as not only acceptable but as a religious calling or duty. This perspective is generally ascribed to Calvinist and Puritan theologies which view hard work and frugal lifestyles as spiritual acts in themselves.
John Wesley was a strong proponent of wealth creation.
However, to avoid wealth becoming an obstacle to faith, Wesley exhorted his audiences to “earn all they can, save all they can and give away all they can.”
Included among those who view wealth as an outcome of faith are modern-day preachers and authors who propound prosperity theology, teaching that God promises wealth and abundance to those who will believe in him and follow his laws.
O criacionismo é muito mais perigoso do que possa parecer, pois até a actual crise económica terá talvez na sua “génese” inúmeras pessoas que “criaram rendimentos” que não tinham, para comprar casas que não podiam pagar. E os bancos tiveram “fé” na palavra destas pessoas que tinham um “pseudo-sucesso”:
http://en.wikipedia.org/wiki/Subprime_mortgage_crisis / http://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_do_subprime
Ver: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fraude / http://en.wikipedia.org/wiki/Fraud#Types_of_fraudulent_acts
Great Recession
http://en.wikipedia.org/wiki/Late_2000s_recession
Great Depression
http://en.wikipedia.org/wiki/Great_Depression
For a law to be considered constitutional under the Establishment Clause of the First Amendment, the law must have a legitimate secular purpose, must not have the primary effect of either advancing or inhibiting religion, and must not result in an excessive entanglement of government and religion.
http://en.wikipedia.org/wiki/Lemon_v._Kurtzman#Lemon_test
Gostava muito de ver (um dia) dados sobre o nível sócio-económico dos criacionistas…
Será que existe algum estudo comparativo entre a “Evolução dos Criacionistas” e o fenómeno criado por L. Ron Hubbard http://pt.wikipedia.org/wiki/Cientologia
Encontrei uma lista deprimente, pois nunca pensei que tantos países fossem tão acríticos:
http://en.wikipedia.org/wiki/Scientology_as_a_state-recognized_religion
Apoio a posição da França:
Since 1995, France has classified the Scientology as a “sect” (cult) as seen in the report of the National Assembly of France.
On this basis, a hostile stance is generally taken against the organization.
In 2009, Scientology was fined the equivalent of almost US$900,000 upon conviction for fraud.
Acho que estão aqui boas hipóteses…
Não conseguirem compreender o mundo, e por isso agarram-se às histórias simples para crianças que são as únicas que eles compreendem: quanto menor a complexidade, melhor para eles.
A crise económica faz com que as pessoas se tentem agarrar a tudo, mesmo às vigarices 🙁
Obrigada pela sugestão! Vou adicioná-lo à lista, ehehehe…
Só discordo da expressão “criacionismo científico”, uma vez q uma tese que mais se assemelha a uma religião e que nega factos e evidências não pode ser chamada de cientifica 😉 Digo eu, claro 😉
Ana: pois, não é científico. O Criacionismo é baseado num fundamentalismo religioso de querer interpretar a Bíblia de forma literal. O que dá asneira, claro.
Zé: mas deu porrada? 🙂 E não me chamaste? 😛