“O planeta Terra terá 8,7 milhões de espécies, das quais 2,2 milhões vivem nos oceanos, mas a grande maioria ainda está por descobrir, descrever e catalogar (…)
(…) Para chegarem a este número, os investigadores olharam para a árvore da vida, que faz agrupamentos artificiais cada vez maiores e mais gerais das espécies. Os humanos pertencem à espécie Homo sapiens, ao género Homo, à família dos hominídeos (como o chimpanzé), à ordem dos primatas (juntamente com o lémure), à classe dos mamíferos (onde se inclui por exemplo o gato), ao filo dos cordados (que inclui peixes, aves ou répteis) e, finalmente, ao reino dos animais, como as formigas, as anémonas e as lombrigas.
Cada espécie é ordenada desta maneira. Por isso, desde que o naturalista sueco Carl Lineu começou a sistematizar a vida natural, no século XVIII, a ciência construiu uma árvore da vida para os animais, que inclui um reino, 32 filos, 90 classes, 493 ordens, 5403 famílias e 94.240 géneros. As espécies até agora descobertas são 953.434. Mas, quando a equipa do Canadá desenhou um gráfico com o número de cada nível da árvore, verificaram que se formava uma curva bem desenhada que previa a existência de 7,77 milhões de espécies de animais.
Foi assim que chegaram ao número total de espécies, depois de aplicarem a mesma estimativa a todas os reinos da vida, o que inclui, entre outros, plantas e fungos. Ao todo, 91 por cento das espécies que povoam os oceanos e 86 por cento das que estão em terra ainda são desconhecidas. Ou seja, já estão catalogados 1,32 milhões de espécies. As estimativas obtidas em relação às bactérias e aos protozoários não são tão seguras. (…)
(…) O estudo sugere ainda que com as técnicas tradicionais para descobrir e descrever espécies, só daqui a 1200 anos, através do trabalho de 300 mil especialistas, e gastando 364 mil milhões de dólares (252 mil milhões de euros) é que as 8,7 milhões de espécies entrariam no catálogo da vida. No entanto, os cientistas notam que as novas técnicas de ADN vão reduzir certamente o custo e o tempo desta empreitada.”
Este é um excerto, sendo que o artigo completo pode ser lido, no Público.
6 comentários
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No livro do Bill Bryson, das páginas 162 à 169, ele também diz que a maior parte das espécies ainda está por descobrir… e explica algumas razões para isso.
Author
Eu não sou da área, mas concordo. Acho que existem muitas variáveis não equacionadas. É demasiado “geral”.
Estive a ler também este artigo, com algumas críticas:
http://www.nytimes.com/2011/08/30/science/30species.html
E o artigo:
http://www.plosbiology.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pbio.1001127
Acredito mais nesta opinião “But Terry Erwin, an entomologist at the Smithsonian Institution, think there’s a big flaw in the study. There’s no reason to assume that the diversity in little-studied groups will follow the rules of well-studied ones. “They’re measuring human activity, not biodiversity,” he said.”
Depois de ler apenas o abstract do artigo já entendi que os tais 8,7 milhões são apenas espécies eucariotas, mas mesmo assim, não acredito que só exista 1 milhão de fungos, plantas e protozoários…
Aliás, hoje em dia existem grandes discussões sobre qual é a definição de espécie, por isso até se definir isso, estimar o número torna-se impossível, por nem se saber exactamente o conceito. http://en.wikipedia.org/wiki/Species#Difficulty_of_defining_.22species.22_and_identifying_particular_species
Olá!
Eu sou de Biologia e sempre me questionei sobre este tipo de estimativas. Não quero dizer que sei mais do que quem fez estes estudos (estou certa de que não sei!), mas o que é que nos garante que cada filo ou cada classe tenha de ter o mesmo número de espécies? Um certo filo pode não ser tão bem adaptado e não haver tantas espécies pura e simplesmente porque não se conseguem fixar…
Fui ler o artigo e, sabendo que o público não é um jornal da especialidade, houve pelo menos uma incoerência grave. Dizem: “O planeta Terra terá 8,7 milhões de espécies…” e depois “…verificaram que se formava uma curva bem desenhada que previa a existência de 7,77 milhões de espécies de animais”. Visto eu ter a certeza absoluta que não existe apenas 1 milhão de espécies “não animais”, ou seja, plantas, fungos, protozoários e bactérias, não entendo estes valores, 8,7 milhões de espécies, das quais 7,77 são animais..? Hmmm há aqui algum erro…
Rosa
Viva a Arca de Noé! hehehehe.
Milhões e milhões, logo aqui… 🙂