Há quem pense que o sistema educativo está a promover o facilitismo, dando boas notas ou passando quem não merece. Para quiçá não afectar psicologicamente os alunos, ignora-se uma avaliação rigorosa dos alunos.
A TVI mostrou um caso, espera-se que seja uma excepção, no panorama português:
O programa “That Mitchell and Webb Look” também fez humor sobre isto (as críticas não existem só em Portugal, mas em todos os países):
Carlos F. Oliveira é astrónomo e educador científico.
Licenciatura em Gestão de Empresas.
Licenciatura em Astronomia, Ficção Científica e Comunicação Científica. Doutoramento em Educação Científica com especialização em Astrobiologia, na Universidade do Texas.
Foi Research Affiliate-Fellow em Astrobiology Education na Universidade do Texas em Austin, EUA.
Trabalhou no Maryland Science Center, EUA, e no Astronomy Outreach Project, UK.
Recebeu dois prémios da ESA (Agência Espacial Europeia).
Realizou várias entrevistas na comunicação social Portuguesa, Britânica e Americana, e fez inúmeras palestras e actividades nos três países citados.
Criou e leccionou durante vários anos um inovador curso de Astrobiologia na Universidade do Texas, que visou transmitir conhecimento multidisciplinar de astrobiologia e desenvolver o pensamento crítico dos alunos.
Este assunto fez-me lembrar uma entrevista com o Dr. Nuno Crato há uns tempos atrás,
peço desculpa, não sei se posso colocar o link aqui no post, mas caso tal seja permitido,
aqui vai 🙂
Infelizmente, chegámos a um ponto na educação em Portugal que posso apenas considerar como repugnante e desprezível. Por muito que se argumente a favor da integração, mas a verdade é que os actuais alunos vão ser os médicos, engenheiros, cientistas, professores, etc. de amanhã, não podemos optar pelo facilitismo, porque o mundo (“real”, e esta crítica é para quem vive num mundo de fantasia) não é composto por facilitismos, é duro, cheio de desafios e de lutas. Os actuais profissionais já não vão estar no activo daqui por uns anos/décadas. E os actuais alunos, são pessoas que não vão saber fazer rigorosamente nada, sem conhecimentos, sem força de vontade (porque estão habituados a progredir sem trabalho durante todo o percurso escolar). Conheço tantos exemplos (não tão maus como o da peça referida neste post) que me envergonham profundamente e envergonham Portugal. Muito sinceramente, um filho meu só vai estudar em Portugal se eu não puder fazer nada para o evitar. Apenas para concluir (porque sobre este assunto tenho muito mas mesmo muito a dizer) já tenho a prova da total ineficiência deste sistema de ensino, Tenho notado um decréscimo muito acentuado de profissionalismo, conhecimentos, e de “procurar saber fazer” nos recém licenciados que têm vindo a trabalhar comigo nestes últimos anos. Pergunto então, quem vai dar continuidade ao trabalho realizado pelos actuais engenheiros (por exemplo)? Porque estes jovens “garantidamente” não vão ser (salvo muito raras excepções). Este sistema de ensino hipotecou completamente o futuro do País. O que eu teria a dizer sobre este assunto creio que daria para escrever um livro, e talvez um dia o faça, porque a educação é um dos pilares de qualquer país, e nós com este pilar completamente podre vamos assistir à queda do país inteiro (aliás … o colapso já começou). Portanto, ficam os meus cínicos agradecimentos aos vários governos (e autores de opiniões desfazadas da realidade) que contribuiram para a perda de um país. E lamento muito, pela dureza do meu discurso, mas este é um dos pontos em que sou totalmente irredutível, é um assunto demasiado sério e essencial para o discutir com leveza. Há coisas com as quais não se brinca, e a educação é uma delas.
Este caso até poderá ser um caso se necessidade educativa especial.
E aqueles que supostamente não se enquadram neste grupo e até apresentam várias “limitações”, como : imensos erros ortográficos, não conseguem ler sem ser a soletrar, e a cultura geral é um desastre…etc,?
Se o aluno está nas Necessidades Educativas Especiais, porque a responsável do agrupamento escolar não o disse? Ou se disse, porque então não aparece na reportagem? Ou aparece mas não foi colocado no YouTube? 😛
Eu concordo com aquilo que a Isabel Serra diz no final, já que a escola não são só testes, mas também existe o crescimento pessoal e social (que não são avaliados e deveriam de ser), mas ou se fazem regras objectivas para toda a envolvencia escolar ou se as regras dependem das notas de testes então não se pode passar alunos que não o merecem (mesmo estando numa via paralela)… certo? 😉
Se o problema do aluno é de saúde (neurológica), então porque não colocá-lo num curriculum àparte, sem ligação ao “normal”?
É que a reportagem começa por dizer que ele está no “8º ano de escolaridade do ensino regular”.
Isso é que eu critico. Não faz sentido o aluno estar no “8º ano de escolaridade do ensino regular”.
Note-se que não se está a criticar os professores, mas sim o sistema que deixaria um aluno sem conhecimento frequentar o “8º ano de escolaridade do ensino regular”.
Se isto realmente não é verdade, então alguma coisa está muito mal na reportagem 🙁
Não posso deixar de comentar! O desproposito desta pequena peça de telejornal, que só espelha a comunicação social que temos! TENDENCIOSA e IGNORANTE! O tomar a parte pelo todo. Certamente que este menino tem Programa Educativo Individual e pode até ter Currículo Específico Individual. São alunos com Necessidades Educativas Especiais, que por alguma razão; défice cognitivo, problemas neurológicos (que podem ir desde uma química cerebral diferente, a uma construção das sinapses também com problemas, podem ser tantas coisas…
A Escola faz o que pode e o que não pode, estes meninos são deixados à deriva, 1.º pelo sistema de saúde, os pais, a própria sociedade e a escola vê-se a braços infelizmente com muitos meninos como este ou com graves deficiências mentais. Isto porque as escolas de Educação Especial fecharam e o Estado não coloca mais professores, quer de Apoio Sócio Educativo, quer da Educação Especial. No meu concelho somos só 2 especializadas para: casos de Deficiências Mentais, Autismo, Asperger, Angelman, S de Williams, Esquizofrenia, etc, etc.
Um verdadeiro caos!!!|
Ana Luís
Professora de Educação Especial
Com os melhores cumprimentos, pela divulgação da Verdade!
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7 comentários
Passar directamente para o formulário dos comentários,
Este assunto fez-me lembrar uma entrevista com o Dr. Nuno Crato há uns tempos atrás,
peço desculpa, não sei se posso colocar o link aqui no post, mas caso tal seja permitido,
aqui vai 🙂
http://www.youtube.com/watch?v=-ROXTOU3lrE
cumprimentos,
Luis Barreiros
Author
Olá Luis,
Mais alguns videos do Nuno Crato:
http://www.astropt.org/2011/06/18/nuno-crato/
abraço!
Obrigado Carlos,
bem me parecia que conhecia aquele post de algum lado 🙂
cumprimentos,
Luis Barreiros
Infelizmente, chegámos a um ponto na educação em Portugal que posso apenas considerar como repugnante e desprezível. Por muito que se argumente a favor da integração, mas a verdade é que os actuais alunos vão ser os médicos, engenheiros, cientistas, professores, etc. de amanhã, não podemos optar pelo facilitismo, porque o mundo (“real”, e esta crítica é para quem vive num mundo de fantasia) não é composto por facilitismos, é duro, cheio de desafios e de lutas. Os actuais profissionais já não vão estar no activo daqui por uns anos/décadas. E os actuais alunos, são pessoas que não vão saber fazer rigorosamente nada, sem conhecimentos, sem força de vontade (porque estão habituados a progredir sem trabalho durante todo o percurso escolar). Conheço tantos exemplos (não tão maus como o da peça referida neste post) que me envergonham profundamente e envergonham Portugal. Muito sinceramente, um filho meu só vai estudar em Portugal se eu não puder fazer nada para o evitar. Apenas para concluir (porque sobre este assunto tenho muito mas mesmo muito a dizer) já tenho a prova da total ineficiência deste sistema de ensino, Tenho notado um decréscimo muito acentuado de profissionalismo, conhecimentos, e de “procurar saber fazer” nos recém licenciados que têm vindo a trabalhar comigo nestes últimos anos. Pergunto então, quem vai dar continuidade ao trabalho realizado pelos actuais engenheiros (por exemplo)? Porque estes jovens “garantidamente” não vão ser (salvo muito raras excepções). Este sistema de ensino hipotecou completamente o futuro do País. O que eu teria a dizer sobre este assunto creio que daria para escrever um livro, e talvez um dia o faça, porque a educação é um dos pilares de qualquer país, e nós com este pilar completamente podre vamos assistir à queda do país inteiro (aliás … o colapso já começou). Portanto, ficam os meus cínicos agradecimentos aos vários governos (e autores de opiniões desfazadas da realidade) que contribuiram para a perda de um país. E lamento muito, pela dureza do meu discurso, mas este é um dos pontos em que sou totalmente irredutível, é um assunto demasiado sério e essencial para o discutir com leveza. Há coisas com as quais não se brinca, e a educação é uma delas.
cumps,
Luis Barreiros
Este caso até poderá ser um caso se necessidade educativa especial.
E aqueles que supostamente não se enquadram neste grupo e até apresentam várias “limitações”, como : imensos erros ortográficos, não conseguem ler sem ser a soletrar, e a cultura geral é um desastre…etc,?
Author
Olá Ana Luis,
Se o aluno está nas Necessidades Educativas Especiais, porque a responsável do agrupamento escolar não o disse? Ou se disse, porque então não aparece na reportagem? Ou aparece mas não foi colocado no YouTube? 😛
Eu concordo com aquilo que a Isabel Serra diz no final, já que a escola não são só testes, mas também existe o crescimento pessoal e social (que não são avaliados e deveriam de ser), mas ou se fazem regras objectivas para toda a envolvencia escolar ou se as regras dependem das notas de testes então não se pode passar alunos que não o merecem (mesmo estando numa via paralela)… certo? 😉
Se o problema do aluno é de saúde (neurológica), então porque não colocá-lo num curriculum àparte, sem ligação ao “normal”?
É que a reportagem começa por dizer que ele está no “8º ano de escolaridade do ensino regular”.
Isso é que eu critico. Não faz sentido o aluno estar no “8º ano de escolaridade do ensino regular”.
Note-se que não se está a criticar os professores, mas sim o sistema que deixaria um aluno sem conhecimento frequentar o “8º ano de escolaridade do ensino regular”.
Se isto realmente não é verdade, então alguma coisa está muito mal na reportagem 🙁
abraços,
Não posso deixar de comentar! O desproposito desta pequena peça de telejornal, que só espelha a comunicação social que temos! TENDENCIOSA e IGNORANTE! O tomar a parte pelo todo. Certamente que este menino tem Programa Educativo Individual e pode até ter Currículo Específico Individual. São alunos com Necessidades Educativas Especiais, que por alguma razão; défice cognitivo, problemas neurológicos (que podem ir desde uma química cerebral diferente, a uma construção das sinapses também com problemas, podem ser tantas coisas…
A Escola faz o que pode e o que não pode, estes meninos são deixados à deriva, 1.º pelo sistema de saúde, os pais, a própria sociedade e a escola vê-se a braços infelizmente com muitos meninos como este ou com graves deficiências mentais. Isto porque as escolas de Educação Especial fecharam e o Estado não coloca mais professores, quer de Apoio Sócio Educativo, quer da Educação Especial. No meu concelho somos só 2 especializadas para: casos de Deficiências Mentais, Autismo, Asperger, Angelman, S de Williams, Esquizofrenia, etc, etc.
Um verdadeiro caos!!!|
Ana Luís
Professora de Educação Especial
Com os melhores cumprimentos, pela divulgação da Verdade!