Apollo 18

Já falei sobre este filme, neste post.
Ontem fui ver o filme.

Não gostei do filme. Tem tantas coisas erradas, que eu fartei-me de falar durante o filme… completamente frustrado com aquilo que estava a ver.
É um pseudo-filme.
Parece-me que o objectivo do filme é claramente promover as conspirações, mentindo e confundindo as pessoas.

Mas vamos por pontos:

1 – A ideia inicial é similar ao filme Blair Witch Project. Supostamente (na verdade, é mentira) foram encontradas filmagens secretas, feitas de forma amadora, que alguém descobriu e decidiu colocar nos cinemas. Enfim…

2 – A Apollo 18 nunca foi à Lua. A Apollo 18 é o que se convencionou chamar à missão Apollo-Soyuz que uniu Russos e Americanos na órbita terrestre.

3 – Supostamente houve uma missão Russa ao pólo sul da Lua. Essa é mais uma mentira.

4 – O fim do filme (sim, é um SPOILER, porque não precisam de ir ver este péssimo filme e dar $$$ para conspiradores) mostra que os astronautas NÃO são recuperados. Assim, qualquer pessoa percebe que os supostos vídeos também NUNCA poderiam ter sido recuperados.

5 – O solo lunar é bastante poeirento. Toda a gente pode ver isso nos vídeos reais feitos pelos astronautas da NASA. No filme o solo da Lua é rochoso.

6 – Supostamente os astronautas desta missão são os primeiros a descer no pólo sul da Lua. No entanto, o que se vê no solo lunar, antes dos astronautas lá andarem, é imensas pegadas dos fatos espaciais americanos.

7 – Toda a gente sabe a forma dos astronautas andarem/saltarem na Lua. No filme, os astronautas andam de forma praticamente normal (como na Terra).

8 – Toda a gente percebe que no espaço o peso de um telescópio de toneladas é praticamente zero. Toda a gente sabe que na Lua, o peso é muito menor que na Terra. A gravidade na Lua é um sexto da gravidade na Terra. Por isso é que os fatos lunares estão feitos para se andar na Lua e não na Terra, como eu andei, porque aqui são muito mais pesados. Um carro que tenha, por exemplo, 120 kgs na Terra, na Lua pesa somente 20 kgs. No entanto, quando um dos astronautas tenta virar o rover lunar, faz uma força enorme, como se estivesse na Terra.

9 – Dizem eles que isto foi uma missão militar secreta. Se fosse uma missão militar, nunca os astronautas desobedeceriam ordens para ir “explorar por si próprios” outros sítios da Lua.

10 – Os ETs obviamente que são maus para os Humanos. Sem isso, não haveria filme. É a mensagem de medo que já está impregnada nas pessoas há centenas de milhares de anos: “tenham medo do desconhecido”. Não faz qualquer sentido.

11 – Os ETs vivem no escuro. Os Humanos têm medo, mas vão lá ver na mesma… contra as ordens. É a mensagem de medo que já está impregnada nas pessoas há centenas de milhares de anos: “tenham medo do escuro – é onde se escondem os monstros”. Não faz qualquer sentido.

12 – Não se percebe como se desenvolve uma espécie de extraterrestres na Lua, no escuro, no frio (sem energia), praticamente sem atmosfera (respira o quê?), e porque raio ele se torna parasita de Humanos. Se ele é um parasita, então morre rapidamente porque na Lua não há Humanos para os parasitas sobreviverem. Se não é parasita, então não deveria se tornar parasita de Humanos.

13 – Como existe uma espécie de vida extraterrestre que é vida complexa mas não existe vida simples?
Ou esse parasita viajou pelo espaço… e então tem tecnologia para isso e não ficaria na Lua à espera de Humanos… ou então nasceu na Lua (que é o que o filme dá a entender) sem ter evoluído a partir de vida simples, o que é um completo disparate.

14 – Os ETs pelos vistos disfarçam-se de pedras na Lua. Ou seja, é um filme parecido com os Transformers, mas a um nível muito mais básico.

15 – O filme acaba com a frase de que essas pedras, que não são pedras, foram trazidas pelos astronautas para a Terra e espalhadas por laboratórios e museus por todo o mundo. Ou seja, acabam com uma mensagem de medo, baseada na conspiração de que as “pedras vão acordar” e matar-nos a todos.

16 – Houve muitos mais erros que fui notando ao longo do filme, mas estes são os que ainda me lembro desde há 24 horas.

17 – Resumindo: é um filme detestável. Não se dêem ao trabalho de ir ao cinema para o irem ver.

18 – Este último ponto serve somente para acabar em 18 😛

24 comentários

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  1. eu gostei do filme

  2. Eu fui ver o filme com a mesma predisposição que tenho sempre que visito um cinema – passar um bom bocado! Posso dizer que, para mim, não foi um extraordinário filme, mas também não foi um fracasso. Esqueçam as teorias da conspiração, de quem será mais inteligente ou possuidor de mais conhecimento, de procurar falhas ou impossibilidades cientificas, e visualizem o filme como ele deve ser visto, apenas e só mais uma obra da sétima arte. Podemos gostar muito ou detestar qualquer um dos filmes criados até à data e, se estivermos com essa predisposição, encontrar falhas graves em todos eles, sejam ficção ou documentários sobre “supostas” verdades. Não “absorvam” também como verdade absoluta tudo o que ouvem através dos canais oficiais, sejam eles do senso comum ou científicos. Chamar troll, ou intitular de estúpido, a quem tiver opinião diferente da nossa e pensar que a nossa opinião sobre as coisas é e será sempre uma verdade inquestionável é próprio de gente pouco inteligente, como nos prova a história da humanidade e a da ciência. Sem nos questionarmos constantemente não há evolução e quem não se questiona constantemente não se pode intitular de homem da ciência, quanto mais de especialista. Ainda há poucos anos o mundo era plano e era explorado com naves que navegavam ao sabor dos ventos, agora já há quem pense que conhece a universalidade das coisas, da vida, do universo? Quem é verdadeiramente, com a tecnologia e conhecimento atual, o dono da verdade absoluta? Como diz um ditado popular “Cada um come o que lhe dão e lhe fazem crer que é aquilo que ele gosta”. Esta é a opinião de um apreciador da sétima arte, mas também de um homem da ciência.

    1. Caro Miguel,

      Este blog não é de cinema, mas sim de ciência.
      Será que não percebeu isso ao entrar? Será que não sabe ler?

      Para quem se diz professor, a falha é MUITO grave.

      “Chamar troll, ou intitular de estúpido, a quem tiver opinião diferente da nossa e pensar que a nossa opinião sobre as coisas (…)”

      Não se fez isso. Na ciência, priveligia-se as diferenças e as trocas de opiniões.
      Não se privilegia a MENTIRA e a PURA BURRICE.
      Em ciência, questiona-se. Não se entra por sítios adentro armado em parvo arrogante de que sabe mais que os especialistas na matéria.
      Isso é um TROLL. É uma avaliação ao comentário.

      Se não sabe, aprenda.

      “Ainda há poucos anos o mundo era plano (…)”

      O exemplo típico dado aqui no blog por dezenas de vezes por quem NADA percebe de ciência ou de educação.
      http://www.astropt.org/2011/08/23/ciencia-nao-erra/
      Para quem se diz professor, MUITO MAL anda a educação em Portugal com “professores” do seu nível…

      “Quem é verdadeiramente, com a tecnologia e conhecimento atual, o dono da verdade absoluta?”

      Ninguém aqui no astroPT lhe disse que detinha a verdade absoluta.
      Mas esse é mais um argumento SEM NEXO, baseado numa MENTIRA, dita por quem pretende somente vigarizar quem o ouve.
      Pelo contrário, quem entra aqui de pára-quedas como o Miguel advogando-se de opiniões falsas e acusações estapafúrdicas…. você sim é um arrogante que tem a mania que tem a verdade absoluta! E vai-se a ver… NADA sabe sobre os assuntos onde destila o seu ódio.

      “Esta é a opinião de um apreciador da sétima arte, mas também de um homem da ciência.”

      Você demonstra saber tanto de ciência como eu de agricultura: 0.

      Enfim… mais um troll que decide comentar sem saber do que fala.
      http://www.astropt.org/2011/12/16/eu-defendo-a-censura-do-troll/

        • sergio on 09/06/2012 at 01:24

        Caro Carlos, não esqueça que viu esse filme no cinema! E não numa conferência científica. Se o blog não é sobre cinema, por que discutir sobre isso!?

      1. Porque este é um local de ciência, de conhecimento, por isso defende-se o conhecimento.

        Se há um filme que mente descaradamente só para ter os ceguinhos dos conspiracionistas a dar-lhe publicidade grátis, então essa estratégia de marketing e essas mentiras são denunciadas.

  3. Como já foi explicado aqui:
    http://www.astropt.org/2011/08/23/comentarios-no-astropt/

    Há 2 tipos de atitudes nos comentadores:

    1 – Para aprender, e com educação.
    Estes são comentadores que entram em locais de conhecimento para aprender, e daí que fazem perguntas sobre temas em que obviamente os especialistas sabem mais.
    Quando fazem perguntas, obviamente que, na mesma com educação, recebem as respostas e até os links onde já explicamos esses temas.

    2 – Disparates ditos por um imbecil = troll
    Quando um comentador se lembra de cair aqui de “pára-quedas”, sem qualquer respeito pelo local de conhecimento ou pelos especialistas que aqui existem, e decide arrogantemente afirmar imbecilidades à luz do conhecimento porque se julga mais conhecedor dos temas que os especialistas.
    Este tipo de comentador não entra cá para aprender com quem sabe, mas tem o único objectivo de fazer de troll.
    Depois, esse troll faz-se de vítima, dizendo-se censurado e injustiçado, quando o que realmente se passou foi que esse troll não teve nem respeito nem educação pelo local onde entrou.
    http://www.astropt.org/2011/12/16/eu-defendo-a-censura-do-troll/

    O Romão decidiu de livre e espontânea vontade ter a atitude de troll.
    Daí que não se pode queixar de ter tido uma reacção consentânea com a atitude que tomou.

    • Romão Casals on 22/12/2011 at 13:36
    • Responder

    As tuas respostas são de facto muito interessantes, gostaria de saber em que aspecto a minha afirmação se mostra incoerente.
    Quando escrevi para este blog a intenção seria ajudar com algum do meu conhecimento cientifico apoiado na astrofísica, as minhas afirmações podem ser debatidas em um sentido instrutivo com o objectivo mutuo de desenvolver uma percepção divergente.
    Não faço criticas, conforme sugeres, e também não pretendo contrariar as tuas ideias a respeito de determinado assunto.
    Quanto à tua afirmação da ultima frase, devo dizer que estarei sempre disposto a aprender.

    1. Se estás disposto, então aprende.
      … em vez de arrogantemente entrares em locais de conhecimento armado que sabes mais que todos os especialistas que cá constam.

      Enfim…

    2. O Romão continuou a não querer aprender, lendo o que se sabe sobre isso, e que consta aqui no astroPT, mas armou-se em intelectual.
      (um intelectual sem nexo, como até se prova pela referência à União Soviética)

      Enfim… os seus comentários passaram a ir directamente para SPAM sem ninguém os ler.
      Este é um local de ciência, e não de quem acha que as suas crenças são superiores à verdade dos factos.

      Quando adoptar uma postura consentânea com quem entra em locais de conhecimento para APRENDER, depois falamos…

    • roberto silva on 14/11/2011 at 16:03
    • Responder

    Não concordo com você o filme pode ser uma mentira, mas ainda tenho minhas duvidas, vc falou que o carro pasava 120 kg, para a epoca aquele carro espacial podia ser mais pesado por isso ele não conseguio levantar. ja a coisa do bicho que seria um parasita, ele poderia ter se desenvolvido atravez de bacterias trazidas pelo homem na primeira misão espacial a lua que se desenvolveram nesse novo ambiente se reprodusindo rapdamente e se aglomerantando em pedassos de pedras lunares. Ta talvez com essa minha suposição cientifica talvez vc não concorde pq não sou cientista, sou sociologo com grande foco no comportamento das civilizações atuais e estudo as grandes conspirações e revoluções da humanidade como seria o caso desta, vamos analisar o intem: 2, a apollo 18 teoricamente não teria ido a lua, isso foi oque toda a humanidade e inclusive a maior parte de cientistas da nasa acreditavam. mas o governo americano providenciou a viagem para ver o comportamento destas rochas na lua pois ja haviam se manifestado violentamente na base da nasa.
    foi uma misão suisita.
    adorei o filme. isso independe se o inrredo é verdadeiro ou não.
    tambem vi no site da produtora do filme, uma entrevista com as familias dos astronaltas e concordo com o filme.
    Ps: as imagens eram transmitidas com um intervalo de 3 para 4 dias para a terra por isso tudo foi recuperado.

    1. Você pode ter as dúvidas que quiser… mas a verdade é só uma: se falar com os realizadores eles dizem-lhe que é mentira… como qualquer pessoa percebe 😉

      O enredo não é verdadeiro.

      “a maior parte de cientistas da nasa acreditavam”

      A ciência não se faz de acreditar.
      Qualquer pessoa pôde virar telescópios no seu quintal e percebeu que a Apollo 18 não foi à Lua. Só acredita em conspirações quem não quer saber a verdade.

      Quanto às rochas se manifestarem rapidamente numa base da NASA… é mais uma conspiração sem qualquer evidencia… nem pode ter, porque é mentira. Venha cá à NASA e veja as rochas, em vez de enveredar por conspirações sem sentido 😉

      Quanto à suposta recuperação, não faz qualquer sentido essa razão. Basta ver o filme para perceber que essa razão não faz sentido.

      Há mais evidências da existência do Pai Natal do que alguma vez houve deste filme… porque qualquer pessoa percebe que é todo mentira.

      abraços

        • Romão Casals on 21/12/2011 at 23:33

        Tenho reparado que da forma que expressam a vossa opinião, existe a meu ver, a indelével crença na veracidade das anteriores missões Apolo.
        As ditas missões realizaram-se de facto mas apenas em órbita da terra, nunca em tempo algum o homem alcançou a proeza de uma aproximação com a Lua.
        É impossibilidade ultrapassar os dois anéis do cinturão de Van Allen sem sofrer danos fatais nos tecidos vivos.

        (comentário editado)

      1. O Romão continua na parvoíce de achar que a ciência e a verdade dependem das suas crenças.

        Já o seu comentário foi editado, porque este é um local de CONHECIMENTO, e não de divulgação de parvoíces.
        Se quiser saber porque a sua crítica à radiação é uma total e perfeita parvoíce, já o explicamos aqui no blog várias vezes.
        Procure e aprenda, em vez de acreditar em disparates.

    • Rafaele Souza on 13/10/2011 at 16:31
    • Responder

    Carlos você tem toda razão!
    O filme é totalmente ruim!
    Cada absurdo maior que o outro!
    Como as filmagens foram “recuperadas” se nem os “corpos” foram achados?
    É meio estranho.Estranhamente ridiculo quero dizer.
    Não sei definir qual a pior parte do filme.hahahah

  4. Esqueci-me de referir outro problema importante.

    Se fossem imagens reais… então aqueles pessoas no filme seriam astronautas que morreram.
    Na verdade, todo o filme é feito com actores, o que prova que não são filmagens reais (se é que alguém tinha dúvidas :P).

  5. Não percebi este ponto:

    “12 – Não se percebe como se desenvolve uma espécie de extraterrestres em Marte, no escuro, no frio (sem energia), praticamente sem atmosfera (respira o quê?), e porque raio ele se torna parasita de Humanos. Se ele é um parasita, então morre rapidamente porque na Lua não há Humanos para os parasitas sobreviverem. Se não é parasita, então não deveria se tornar parasita de Humanos.”

    Foi lapso e seria Lua é mesmo Marte?

    1. Foi erro 🙂

      Já corrigi 🙂

      Obrigado!!! 😉

    • Dinis Ribeiro on 07/09/2011 at 18:45
    • Responder

    Qualquer filme, por muito “mauzinho” que seja, pode ser sempre um objecto de estudo para a sociologia, psiquiatria, gestão, etc, etc…

    Possivelmente este “Apollo 18” irá engrossar a lista dos “Mockumentaries” que é um tipo de “documentário fictício” que é ainda “mais chocante” do que a própria realidade… Ver: http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_mockumentaries

    Aliás tenho curiosidade de saber como é que este filme acabou por ser feito, e não me surpreenderia muito se houvesse uma ou duas pequenas semelhanças com este outro filme: “Made in Romania” http://www.imdb.com/title/tt0963177/ que é um filme que ilustra muito bem alguns “pitfalls” da industria do cienema. Devo dizer que até me identifiquei (um bocadinho) com a personagem do “produtor” que tenta levar até ao fim a rodagem da obra fictícia que tem o irónico título “The Tides of Reason”.

    Sugiro este artigo que me lembra a “arte do compromisso” http://sofiaecho.com/2011/08/12/1138084_the-art-of-compromise:

    ‘Apollo 18’ Offers Conspiracy Theory, to NASA’s Surprise
    http://www.space.com/12813-apollo18-film-fiction-nasa-conspiracy-theory.html

    In choosing how to respond to the “Apollo 18” marketing campaign, NASA was wary of severing a relationship with the filmmakers.

    “We were hesitant to back out because of concerns that that would feed into the marketing of conspiracy theorists,” Jacobs said. “We were in a difficult situation.”

    🙂

    Também não gostei do trailer, mas vou ver o filme. Porquê?

    Para fazer limonada!

    Há um velho ditdo que diz: Se a vida te dá limões, então faz uma limonada.

    Senti uma certa “amargura” ao ver as missões Apollo usadas para “vender” ideias pseudo-científicas.

    É quase como se tivesse de mastigar lentamente e engolir aos poucos um limão inteiro, sem poder beber água para diluir o ácido cítrico.

    O modo como as imagens foram usadas quase que me fez sentir como se estivesse a assistir a um sacrilégio http://en.wikipedia.org/wiki/Sacrilege
    ou a uma blasfémia http://pt.wikipedia.org/wiki/Blasf%C3%A9mia no sentido de haver uma certa falta de respeito pela astronáutica.

    Pode até acontecer que dentro de 500 anos, num “Museu” como o que aparece neste filme http://en.wikipedia.org/wiki/Idiocracy, esteja lá a missão Apollo 18 como facto histórico, e que a “conveniente” explicação de que “não se voltou á Lua para não irritar os extraterrestres que lá vivem” venha a ser utilizada com toda a firmeza das tradicões seculares que se pode observar neste outro outro filme (The village http://en.wikipedia.org/wiki/The_Village_(2004_film) A Vila http://pt.wikipedia.org/wiki/The_village ) . Num hipotético cenário desses, quem quiser manter as “massas” numa atitude de “respeitinho” pode muito bem agir (simular raptos por aliens) como a personagem “Chief Elder, Edward Walker”, e até com as mesmas motivações.

    Sugiro até a leitura dum livro “Um Cântico para Leibowitz” ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Um_C%C3%A2ntico_para_Leibowitz / http://en.wikipedia.org/wiki/A_Canticle_for_Leibowitz ) que descreve um (possível?) futuro em que fragmentos de documentação técnica associada ás missões Apollo poderão um dia vir ser uma “verdadeira relíquia”.

    Quanto aos “erros”, mesmo no trailer já dá para ver vários. Até o Apollo 13 de 1995 tem algumas “simplificações” conforme me foi indicado num jantar que decorreu no âmbito dum evento da Academia Internacional de Astronáutica, em que um técnico da NASA que esteve na mission control durante essa missão, aproveitou para comentar sobre vários detalhes que tinham sido modificados, para a adaptação ao cimema.

    Sugriro uma visita a este site: http://www.jsc.nasa.gov/history/oral_histories/aviatrix.htm

    Quando o filme Apollo 13 saiu em cassete video em Portugal, as legendas estavam cheias de erros técnicos básicos verdadeiramente grosseiros. Contactei a empresa que estava a comercializar as cassetes e ofereci-me para “dar uns retoques”. A nova versão já tinha nas legendas a expressão “correcção de trajectória” em vez da expressão “mandar um foguete”, por exemplo. Ainda devem existir algures cópias com as “novas” legendas que eu corrigi nessa altura.

    Quanto á Apollo 18, tenho alguns comentários:

    1) Podem ver na http://en.wikipedia.org/wiki/Astronautix

    Crew: Gordon, Brand, Schmitt. Apollo 18 was originally planned in July 1969 to land in the moon’s Schroter’s Valley, a riverlike channel-way.

    The original February 1972 landing date was extended when NASA cancelled the Apollo 20 mission in January 1970.Support crew: Allen, Henize, Parker.

    Apollo 18 was originally planned in July 1969 to land in the moon’s Schroter’s Valley, a riverlike channel-way.

    The original February 1972 landing date was extended when NASA cancelled the Apollo 20 mission in January 1970.

    Later in the planning process the most likely landing site was the crater Gassendi.

    Finally NASA cancelled Apollo 18 and 19 on 2 September 1970 because of congressional cuts in FY 1971 NASA appropriations.

    There was also a feeling after the Apollo 13 emergency that NASA risked having its entire manned space program cancelled if a crew was lost on another Apollo mission.

    Total savings of cancelling the two missions (since the hardware was already built and the NASA staff had to stay in place for the Skylab program) was only $42.1 million.

    Before the cancellation, Schmitt was pressing for a more ambitious landing in Tycho or the lunar farside.

    It seems Copernicus, the final program goal as previously set for Apollos 19 and 20, was also considered before the cancellation.

    Pressure from the scientific community resulted in geologist Schmitt flying on Apollo 17, the last lunar mission, bumping Joe Engle from the lunar module pilot slot.

    Fonte: http://www.astronautix.com/flights/apollo18.htm

    2) Estou contente que tenham finalmente http://www.space.com/4102-houston-restored-moon-rocket.html colocado o Saturno V que estava ao sol e á chuva no JSC dentro de um edifício: http://www.youtube.com/watch?v=fwNREl0Ev1k

    3) Quase que dá vontade de estudar o Apollo 18 com técnicas de Reverse Engineering
    http://en.wikipedia.org/wiki/Reverse_engineering ou “Engenharia Reversa”
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia_reversa

    Seria necessário obter uma cópia do Storyboard http://pt.wikipedia.org/wiki/Storyboard / http://en.wikipedia.org/wiki/Storyboard que usaram no filme “Apollo 18.

    No caso de isso não ser possível, há a possibilidade de desenvolver um software (já existirá algo assim?) que possa “digerir digitalmente” o fime e gerar um “storyboard” semelhante ao que terá sido usado pelo realizador como output.

    Ainda sem ter visto o filme, quase que aposto que algumas partes poderão ter nítidas semelhanças com uma história de banda desenhada que li nos anos 70 em que já se podiam ver os desenhos do LK Lander http://en.wikipedia.org/wiki/LK_Lander da na história “Apollo Apelle Soyuz”.

    Dan Cooper – 1973 “Apollo appelle soyouz”, éditeur: dargaud , dépôt légal: 03/1973
    planches: 44

    Era colocar esa história aos quadradinhos e o storyboard da Apollo 18 em cima duma mesa e comparar…

    Vejam bem os desenhos deste autor neste link:
    http://www.nufnuf-art.ch/info_artgallery_dan_cooper_albert_weinberg.htm

    4) Se por um lado podemos ver o filme como algo infestado de Vibriões Coléricos http://pt.wikipedia.org/wiki/Vibrio_cholerae capazes de gerar inúmeras “diarreias de miolos” numa especie de fenómeno de marketing viral http://pt.wikipedia.org/wiki/Marketing_viral, (no mau sentido do termo) também podemos ver o fime como um desafio á nossa sanidade e uma potencial ferramenta didática como o Carlos faz (por exemplo) no ponto 8 ao salientar que o “peso lunar” do rover é bem menor do que o “peso terrestre” do mesmo veículo.

    Embora previsívelmente longa a lista de erros e aldrabiçes não será infinita.
    E poderá haver alguma coisa útil, algures (suponho).

    Para ver como é o DNA do filme:

    Quem era para ser o realizador: http://www.imdb.com/name/nm0147238/ (Canadiano)

    Quem acabou por ser o realizador: http://es.wikipedia.org/wiki/Gonzalo_L%C3%B3pez-Gallego (Espanhol)

    O produtor tem muita influência: http://en.wikipedia.org/wiki/Timur_Bekmambetov (Russo)

    Os “outros” filmes da Produtora: http://en.wikipedia.org/wiki/Dimension_Films

    Todos estes filmes de terror têm algumas semelhanças com certo tipo de comida que causa uma espécie de “obesidade mental” que é um excelente “meio de cultura” para o rápido crescimento e reprudução de “ideias pseudo-científicas” http://pt.wikipedia.org/wiki/Meio_de_cultura / http://en.wikipedia.org/wiki/Growth_medium

    Food porn and junk food
    http://en.wikipedia.org/wiki/Food_porn
    The term is also sometimes used to refer to food that is very high in calories or a poor nutritional choice, but nevertheless extremely enjoyable. In this way, it is synonymous with junk food. Fast food and sweets are primary examples of junk food.

    Ver: http://pt.wikipedia.org/wiki/Junk_food / http://en.wikipedia.org/wiki/Junk_food

    Junk food (“comida lixo”, numa tradução literal do inglês), também coloquialmente, “porcaria” ou “besteira”, é uma expressão pejorativa para “alimentos com alto teor calórico, mas com níveis reduzidos de nutrientes”.

    Acredita-se que a expressão tenha sido criada por Michael Jacobson, diretor do Center for Science in the Public Interest, em 1972. Desde então, seu uso tornou-se disseminado

    Muita gente “engole” tudo o que lhe aparece pela frente sem mastigar o suficiente http://en.wikipedia.org/wiki/Chewing / http://pt.wikipedia.org/wiki/Mastiga%C3%A7%C3%A3o

    Há um outro ditado:

    Tell me what you eat, and I will tell you what you are – Diz-me o que comes, dir-te-ei quem és http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Anthelme_Brillat-Savarin

    Curiosamente, ele também disse o seguinte:

    “The discovery of a new dish confers more happiness on humanity, than the discovery of a new star”.

    “A descoberta de uma nova receita faz mais pela felicidade do género humano do que a descoberta de uma estrela.”

    Há muito mais filmes de terror do que de ficção científica, e mesmo estes (muitas vezes) têm de simplificar a ciência e recorrer ao “terror” para que possam ter mais viabilidade económica.

    Como seria o filme Apollo 13 sem o “medo” de se perder a tripulação?

    Assustar os outros é algo que dá imenso prazer (e $$$$) a muita gente…

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_conspira%C3%A7%C3%A3o
    “… No final do século XX e inícios do XXI, as teorias da conspiração tornaram-se um lugar comum nos meios de comunicação, o que contribuiu para o conspiracionismo emergente enquanto fenómeno cultural.

    Acreditar em teorias da conspiração tornou-se, assim, num tema de interesse para sociólogos, psicólogos e especialistas em folclore…. ”

    O “prazer mórbido” pode ser o verdadeiro motor que gera esta crescente profusão de filmes “horripilantes”…

    Ver a “morbid curiosity” neste link: http://en.wikipedia.org/wiki/Rubbernecker

    A morbid curiosity is an example of addictive curiosity the object of which is death, violence, or any other event that may hurt you physically or emotionally (see also: snuff film), the addictive emotion being explainable by meta-emotions exercising pressure on the spontaneous curiosity itself.

    According to Aristotle, in his Poetics we even “enjoy contemplating the most precise images of things whose sight is painful to us.”

    (This aspect of our nature is often referred to as the ‘Car Crash Syndrome’ or ‘Trainwreck Syndrome’, derived from the notorious supposed inability of passersby to ignore such accidents.)

    Curiosidade a mais… http://pt.wikipedia.org/wiki/Curiosidade_(emo%C3%A7%C3%A3o)

    Como toda a gente, sempre tive curiosidade pelo filmes de terror, mas julgo notar um aumento contínuo do número e da violência. É como a bebida, primeiro basta uns copos para ficar tocado, e depois é necessário uma garrafa inteira para obter a mesma reacção…

    E do mesmo modo que irei ver o Apollo 18, talvez vá ver se encontro ideias novas neste evento: http://www.motelx.org/index.php?option=com_frontpage&Itemid=28

    O MOTELx – Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa é um espaço de convívio e descoberta pensado para todos os que procuram novos autores, novos filmes, novas abordagens ao género, em suma, novas experiências.

    No MOTELx a experiência do Terror é plena, e para além de se verem filmes inéditos entre nós, é o sítio onde se conhecem os realizadores em carne e osso, se participa em masterclasses orientadas por mestres vivos e se assiste à competição do único Prémio de Curtas de Terror Portuguesas.

    Desde 2011 o MOTELx pertence à Federação Europeia de Festivais de Cinema Fantástico

    Há uma “onda de fundo” a nível da cultura contemporânea, e por isso não me admira nada que as ideias “pseudo” estejam a aumentar, pois para se ter o mesmo “arrepio” é necessário cada vez mais “estímulos”.

    Um bom exemplo do fenómeno que (continu a aumentar?) é que já em 2006 tinha surgido um filme que ilustra bem uma hipotética ligação entre os “Pseudos” e os “Slytherin” ou (pelo menos) a eventual existência uma crescente “sede de terror” ou então duma “sede de sengue”, se contarmos com o número de “vampiros” que não pára de aumentar: http://en.wikipedia.org/wiki/Snakes_on_a_Plane
    More than 450 snakes were used for filming to represent thirty different species of snakes.
    One journalist even wrote that Snakes on a Plane is “perhaps the most internet-hyped film of all time”.

    Mesmo uma série da TV que pode servir para ajudar a divulgar a ciência forense, tem o mesmo tipo de DNA potencialmente tóxico: http://en.wikipedia.org/wiki/CSI:_Crime_Scene_Investigation

    Ou esta outra: http://en.wikipedia.org/wiki/Bones_(TV_series)

    No início até gostava de ver essas séries, mas agora já se começa a tornar enjoativo…

    E há outros problemas:

    It is possible that forensic science shows teach criminals how to conceal evidence of their crimes, thereby making it more difficult for investigators to solve cases. / Several aspects of popular crime shows have been criticized as being unrealistic. In real investigations, DNA and fingerprint data are often unobtainable and, when they are available, can take several weeks to process, whereas television crime labs usually get results within hours http://en.wikipedia.org/wiki/CSI_Effect

    Esta eterna “sede de prazer”, a partir dum certo ponto, já começará a entrar na área da “Dependência Psicológica” http://pt.wikipedia.org/wiki/Depend%C3%AAncia_psicol%C3%B3gica

    The American Society of Addiction Medicine begins their definition of addiction by describing it as “a primary, chronic disease of brain reward, motivation, memory and related circuitry”. http://en.wikipedia.org/wiki/Addiction

    Qual é mais forte, a dependência da nicotina ou a dependência de certas ideias “super-intensas”?

    Valerá talvez a pena estudar o hedonismo, para compreender melhor a “pujança” das ideias pseudo-científicas…

    Hedonism is a school of thought which argues that pleasure is the only intrinsic good.
    In very simple terms, a hedonist strives to maximize net pleasure (pleasure minus pain).
    http://en.wikipedia.org/wiki/Hedonism

    Hedonismo:

    O significado do termo em linguagem comum, bastante diverso do significado original, surgiu no iluminismo e designa uma atitude de vida voltada para a busca egoísta de prazeres materiais. Com esse sentido, “hedonismo” é usado de maneira pejorativa, visto normalmente como sinal de decadência. http://pt.wikipedia.org/wiki/Hedonismo

    E há também uma enorme tendência para a “demonização” da ciência:
    http://en.wikipedia.org/wiki/Demonizing

    Quando quem partilha conhecimentos é acusado de ser arrogante, muitas vezes estamos a assistir a este fenómeno: http://en.wikipedia.org/wiki/Victim_blaming

    Se não é “demonizada”, a ciência pode ser usada (abusada?) para “dar dinheiro”, seja lá como fôr.

    O “forte impacto visual” da ciência (e isso explica o uso das imagens da época das missões apollo) serve para um outro tipo de industria que poderá estar a começar a dominar a 7ª arte, muito mais do que se pensa…

    Muitos críticos de cinema alertam para a tendência…

    You know when film critics say that movies are like theme park rides?
    T2:3D at Universal Studios Hollywood really is!

    The blockbuster film and toy franchise, Transformers, would seem to be ideally suited for a theme park attraction. It’s flashy, it’s part of the cultural zeitgeist, it’s larger than life, and…it’s GIANT ROBOTS! THAT CAN TRANSFORM!

    In 2012, Universal Studios Hollywood will bring the changeable robots to life in a ride that will include 3-D, high-definition projected images, 4-D sensory and special effects, and large-scale animatronic characters.

    King Kong 360 3-D

    The fire that swept through the faux streets of Universal Studios’ storied backlot in 2008 leveled building facades and sets and turned the mighty King Kong into a pile of ashes.

    The big ape will rise from the ashes this season to once again terrorize riders aboard the park’s tram tour.

    Instead of an animatronic figure, however, Kong will go digital 3-D and be projected on wraparound movie screens. In order to experience Kong 2.0, guests will have to don goofy 3-d glasses.

    Fonte: http://themeparks.about.com/od/universalstudioshollywood/a/universal-studios-hollywood.htm

  6. HAUHAUHAHAUHUAHAUHAUHAHA!!!

    Obrigado mesmo, Carlos!

    Já não ia mesmo assistir esse no cinema (não gostei do trailer), mas nem alugar, quando chegar em DVD, eu vou.

    Detesto fantasia científica (é assim que chamo esses filmes).

    Salvou duas horas da minha vida. Nem sei como agradecer! ^^

    Taí, podia criar uma espécie de site:

    “salve duas horas da vida de alguém!”

    Seria dedicado a mostrar os finais de filmes que merecem não serem assistidos.

    É até um bem que se faz a humanidade, e um incentivo aos produtores e roteiristas, para fazerem bons filmes.

      • Andre Valente on 14/12/2012 at 21:40
      • Responder

      Dentre estes deveria ser incluido o filme “Missão Marte”, é um pouco antigo mais sempre tive vontade de assistir. eu não perdi somente duas horas foram 2 mais 24 para desintoxicar minha mente daquele tanto de besteiras, e o pior são os atores que aceitaram cache pra atuar nesse filme que não sei descrever quão Tosco ele é,serio já fica como aviso para quem não viu, não se preste a isso.

  7. Exato.

    O Blair Witch Project também era baseado em mentiras, mas gostei.

    O Transformers tem uma ideia que é um disparate, mas a acção e efeitos especiais são excelentes.

    O 2012 é um filme baseado em mentiras e ideias pseudo, mas eu adorei-o devido aos efeitos especiais e ao entretenimento que proporciona.

    Este Apollo 18 não tem nada.

      • Romão Casals on 21/12/2011 at 22:50
      • Responder

      Penso que estão a exagerar.
      Apesar de não ser tecnicamente possível uma missão tripulada à Lua, e mesmo sabendo que esta historia não passa de ficção, o filme esta muito original e pertinente.
      É óbvio para quem entende de astrofísica que tal acontecimento jamais poderia ocorrer.
      No entanto, se observarmos o filme sob o ponto de vista da pessoa que acredita no espantoso feito de 1969, o documento ganha contornos de um evento paranormal.
      A ideia foi excelente mas não posso deixar de dizer que existe um erro grosseiro, a propagação do som no vácuo provocado pelas criaturas lunares, Valha-me Deus…
      O produtor deveria saber que uma onda mecânica necessita de moléculas para que a contracção produza um efeito áudio.

    1. Só quem não entende nada de conhecimento pode pôr em causa a ida do Homem à Lua por 6 vezes, entre 1969 e 1972…
      Pior do que isso, é ainda achar que é uma questão de “acreditar”…. enfim, é mesmo não ter noção do que diz.

  8. M-e-d-o de ir ver o filme 😀

    Pelo q percebo, é daqueles em que nem o “é só um filme” se safa, né? 😀

  1. […] – Filmes: District 9. Knowing. K-PAX. Contacto. Gattaca. Animação. Horton Hears a Who. Apollo 18. Star Trek Into Darkness. Avatar: filme, plantas, ciência, […]

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