Ser chef gourmet poderá estar entre as principais competências dos primeiros seres humanos a viajar para o Planeta Vermelho.
Quando falava para a 242º Assembleia Nacional e Exposição da American Chemical Society (ACS), Maya R. Cooper disse que o aprovisionamento de alimentos é um dos maiores desafios da primeira missão tripulada a Marte.
Maya Cooper explicou que o desafio do aprovisionamento dos veículos espaciais e das bases na superfície marciana começa com factores tangíveis, tais como peso e nutrição, abrangendo nuances psicológicas, tais como o fornecimento de um menu variado e saboroso que afaste o tédio.
As soluções imaginadas podem exigir que os astronautas façam crescer alguns dos seus alimentos e que se envolvam na preparação dos alimentos.
O grande desafio é equilibrar o peso, com a aceitação dos alimentos e a utilização de recursos, explicou Cooper.
Maya Cooper é uma cientista no Centro Espacial Johnson da NASA, no espaço Laboratório de Sistemas de Alimentação em Houston, Texas.
Para voos dos vaivéns espaciais e da Estação Espacial Internacional, é fornecido aos astronautas cerca 1,7 kg de comida por dia. Para a missão de ida e volta a Marte, que dura 5 anos isso significaria quase 7.000 quilos de comida por pessoa. O que seria impeditivo para uma série de cenários.
Os Sistemas Bioregenerativos envolvem o crescimento de plantas. Estas além de fornecerem alimento, também poderão fornecer oxigénio para os astronautas respirarem, purificar o ar – removendo o dióxido de carbono que as tripulações exalam -, e até purificar a água.
Idealmente, estas plantas teriam poucas partes não comestíveis, iriam crescer bem com recursos mínimos, sem ocupar muito espaço. Os principais candidatos para o jardim da missão a Marte são os espinafres, as alfaces, as cenouras, os tomates, o cebolinho, o rabanete, o pimentão, os morangos, os ervas aromáticas e os repolhos.
Cooper citou outra opção para estas missões, a primeira das quais poderia ser lançada em 2030, segundo algumas previsões. Transportar mercadorias para Marte poderia envolver uma nave não tripulada lançada um ou dois anos antes para armazenar alimentos.
Envolver os astronautas na produção e preparação de alimentos é o mais recente conceito.
Um longo caminho foi percorrido desde os primeiros dias dos voos espaciais em questão de comida. Inicialmente a comida espacial consistia em blocos de alimentos desidratados e em tubos semelhantes a pasta de dentes. Foi no final dos anos 60, que os astronautas puderam pela primeira vez, comer comida quente, com uma colher e uma tigela.
Esses astronautas podiam escolher entre 72 alimentos diferentes, alguns dos quais foram armazenados em frigoríficos.
Nos últimos anos, os astronautas do vaivém espacial podiam beber café com ovos mexidos ao pequeno-almoço, comer snacks de chocolate ou brownies e escolher entre frango, sopa de cogumelos e arroz, entre outros para o almoço e o jantar. Estes alimentos pré-embalados levam apenas alguns minutos e pouco esforço para a sua preparação.
“Este projecto da NASA está a trabalhar para resolver os problemas da variedade de alimentos, peso, volume, nutrição e eliminação do lixo”, observou Cooper.
1 comentário
ahahahaha, já passei a informação a uma turma de Cozinha. 😉 Obrigada!! 😉