Anteriormente coloquei um post sobre os “peer-reviewed”. Parece-me que hoje é um bom dia para postar isto. Saíu uma notícia bombástica ontem. Sim, a descoberta de partículas mais rápidas que a luz. Podemos ser cientistas mas somos cautelosos, não gritamos “golo” antes da bola passar a linha de golo.
Há uns dias postei sobre uma fraude científica sobre a cura do HIV. Uma jornalista ponderada resolveu olhar com sentido critico, não se envolver emocionalmente e afastar-se para poder ter uma visão abrangente. Isso valeu-lhe a descoberta de uma fraude.
Uma notícia como a de ontem sai sem grande análise crítica, é um grito antes de se saber se a bola entra, está lá perto… É necessária a verificação por outros grupos de trabalho e sujeitos à revisão de pares de algumas revistas.
A revisão por pares é efectuada por especialistas da mesma área. Contudo o verdadeiro teste ocorre quando outros cientistas obtiverem os mesmos resultados com as mesmas metodologias.
No entanto há falhas neste método. O crivo, por vezes, não funciona tão bem. Um exemplo disso foi um artigo de Hwang Woo-suk que “fingiu ser o primeiro a clonar com sucesso um embrião humano e produzir células-tronco a partir dele”. O artigo, da edição da Science, e publicado pela Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), foi lançado para o público e, ao mesmo tempo, para a reunião anual da AAAS de 2004. É verdade que o artigo trouxe publicidade tanto à Science como à AAAS. O pior foi a reputação com que ficaram após a verificação da falsidade do artigo. Podem ler mais sobre esta polémica aqui.
O editor-chefe da Scientific American, John Rennie, dá 4 conselhos para cuidados a ter:
1 – Possibilidade de erro: O conteúdo do artigo só é confirmado após a apresentação dos mesmos resultados através das mesmas metodologias por outros cientistas.
2 – Fraude: A actividade da publicação científica baseia-se na boa-fé dos peer-reviewed.
3 – Preconceitos e desonestidade: Pode haver um acordo com editores para publicar material que não deveria ser publicado, com a finalidade de promover a revista.
4 – Pressão política: Censura ou desvio para mostrar resultados por pressão política.
Mesmo assim, as revistas científicas com peer-reviewed raramente falham.
5 comentários
Passar directamente para o formulário dos comentários,
http://www.bbc.co.uk/news/science-environment-15034852
um abraço,
J
off topic e peço desculpa por isso mas ontem ao ver o elo mais fraco fiquei parvo com uma pergunta e antes de mandar para para lá um mail venho aqui tirar a dúvida
A pergunta era:
Como se chamam as partículas emitidas pelo SOL
A primeira coisa que pensei foi fotões mas logo pensei em muitas outras e fiquei naquela “isto não tem resposta”
Imaginem a resposta do concurso? Ninguém?
Vento solar!!!!!!!!!!!
Ok o vento solar são partículas mas não são AS PARTÍCULAS que o sol emite são uma corrente de partículas. Certo?
Vento solar são uma corrente de partículas carregadas… são protões e electrões de alta energia.
Também existem neutrinos.
Será que a pergunta não seria “partículas carregadas”?
Não foi mesmo assim, por isso vou mesmo mandar um email pois a pergunta não tinha resposta.
Convém realçar que este método passa:
– pelos próprios cientistas avaliarem-se entre si – o que não acontece noutras áreas.
– pelos cientistas porem em causa tudo e mais alguma coisa – o que não acontece noutras áreas.
– por todas as pessoas (que quiserem) terem acesso aos resultados e às experiências – o que não acontece noutras áreas.
– por ser o método mais eficaz contra as fraudes, e por isso ser a área com menos fraudes.
– por, assim, ser “o” método que funciona.
😉