No post anterior identificamos a estrela mais brilhante do Pégaso, que nesta época do ano começa a aparecer de forma mais notável, nas primeiras horas horas da noite. Partindo de Enif, na direção leste, avistamos o alinhamento principal da constelação, um quadrilátero formado por 4 estrelas, conhecido como Quadrado do Pégaso. Se traçarmos uma reta saindo da estrela Enif em direção ao leste, chegamos ao vértice sudoeste do quadrilátero, marcado pela estrela Markab.
Markab é conhecida como a estrela alfa do Pégaso, o que é estranho porque ela é somente a terceira estrela mais brilhante da constelação. Talvez Bayer, o astronômo responsável por utilizar letras gregas para nomear as estrelas de uma constelação conforme o brilho, tivesse percebido a importância do Quadrado do Pégaso como referencial para encontrar outras constelações, daí resolveu fazer exceções à regra e nomear as quatro estrelas do quadrilátero com as primeiras letras do alfabeto grego. Fugir à regra não é exclusividade do Pégaso se pesquisarmos como foram nomeadas as estrelas da Ursa Maior, por exemplo.
Markab vem do árabe Mankib al-Faras, que significa “o dorso do cavalo”. A palavra Mankib foi mais uma vítima das transcrições e traduções incorretas que os nomes das estrelas sofreram ao longo dos séculos. Mankib virou, em algum lugar do passado, Mankab, que depois se transformou em Markab.
Em algumas traduções, Markab pode ser traduzida como a sela do cavalo. Talvez seja por isso que uma pequena estrela, também do Pégaso (Tau Pegasi), em alguns mapas antigos aparece também sob o nome de Markab, o que não é usual. Esta estrela fica numa posição interior do Quadrado, o que pode ter sido motivada a ser chamada assim.
Descobrimos que Enif é o nariz do cavalo, e agora Markab, o dorso, onde se monta. Está ficando cada vez mais fácil domar o cavalo alado.
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