Devido à recente notícia dos neutrinos, resolvi reler este livro do Richard Gott.
O livro é bastante interessante, explicando a possibilidade de viagens para o passado e para o futuro.
Mas, devido ao tema, também é um livro especulativo, sendo que a especulação vai aumentando ao longo do livro.
Richard Gott é um especialista no assunto, e isso vê-se logo no início (p. xi) quando Gott conta que para uma conferência científica recebeu o convite para palestrar nessa conferência 6 meses após a conferência. O convite dizia que já que ele é especialista em viagens no tempo então não teria problemas em viajar 6 meses para o passado e dar a palestra. 😀
Na página 31 explica que a ciência vai acumulando conhecimento. Há uma melhoria do conhecimento das regras do Universo. Não quer dizer que as regras anteriores estivessem mal, mas simplesmente que agora se sabe o que se sabia mais algumas coisas. Para exemplificar, dá o exemplo da gravidade, de Newton para Einstein.
O último capítulo é bastante especulativo, mas pareceu-me bastante interessante.
A partir da página 201, ele explica que desde sempre a ciência fez previsões que se revelaram correctas: desde prever estações, eclipses, etc. Actualmente a ciência faz milhares de previsões todos os dias, que se concretizam nos laboratórios de todo o mundo. E as próprias pessoas no dia-a-dia fazem inúmeras previsões científicas que se concretizam.
Mas o capítulo é sobretudo sobre um método que ele inventou baseado no princípio de Copérnico. Este método tem sido bastante criticado, em parte porque se baseia em argumentos de previsão da extinção da humanidade. Basicamente ele diz que tudo dura entre 1/39 e 39 vezes do tempo que durou até aí. Por exemplo, na página 210, ele diz que o Homo sapiens (a humanidade), que tem 200.000 anos, deverá durar entre mais 5.100 anos e mais 8 milhões de anos. Já a civilização que conhecemos (com cidades, escrita, etc), deverá durar entre mais 140 anos e mais 214.000 anos (p. 224). Na página 221, ele dá uma tabela onde aplica este método para uma variedade de coisas – ele aplicou a coisas passadas também, como o Muro de Berlim, pirâmides no Egipto (p. 233), Guerra Fria, etc. Para fugirmos à extinção, ele diz que temos que nos espalhar pelo sistema solar (p. 235). Baseando-se neste método, ele conclui que a probabilidade de existirem super-civilizações que viagem no tempo é muito baixa (p. 238). Também se baseando neste método, ele explica que nós deveremos ser a civilização mais avançada na Galáxia, e todas as outras que possam existir não conseguirão viajar pelo espaço – ele conclui que esta será a solução mais provável para o Paradoxo de Fermi (p. 237).
1 comentário
Olá Carlos, boa iniciativa esta. Ainda não conhecia este blog.
Sou in teressado (auto-didacta) em astronomia e física (formação em electrónica).
Acerca deste assunto, fico sempre com um certo saber amargo na boca quando leio ou vejo o assuno viajar no tempo baseado no célebre “enrolar” to espaço-tempo.
Consigo compreender, mas não consigo aceitar. Acho que será o caminho mais longo senão completamente inatingível de viajar rápido pelo universo.