Jornalismo Científico
Um cartoon com humor sobre a forma como o mau jornalismo científico funciona:
Crédito: Jeffrey Weston
Sobre o tema em causa – Betelgeuse explodir como supernova -, já expliquei essa situação neste post.
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Carlos Oliveira
Carlos F. Oliveira é astrónomo e educador científico.
Licenciatura em Gestão de Empresas.
Licenciatura em Astronomia, Ficção Científica e Comunicação Científica.
Doutoramento em Educação Científica com especialização em Astrobiologia, na Universidade do Texas.
Foi Research Affiliate-Fellow em Astrobiology Education na Universidade do Texas em Austin, EUA.
Trabalhou no Maryland Science Center, EUA, e no Astronomy Outreach Project, UK.
Recebeu dois prémios da ESA (Agência Espacial Europeia).
Realizou várias entrevistas na comunicação social Portuguesa, Britânica e Americana, e fez inúmeras palestras e actividades nos três países citados.
Criou e leccionou durante vários anos um inovador curso de Astrobiologia na Universidade do Texas, que visou transmitir conhecimento multidisciplinar de astrobiologia e desenvolver o pensamento crítico dos alunos.
13 comentários
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Muito obrigada!!! Pela primeira vez obtive uma resposta objectiva que conseguiu esclarecer todas as minhas dúvidas. Agradeço a atenção e tudo de bom 😉
p.s.: Prometo nunca mais escrever conselho com “c” :)))
Olá! O meu nome é Sara e sou aluna finalista do curso de química da fcul. Eu só queria pedir uns concelhos porfissionais, já que pretendo seguir a vertente de jornalismo científico mas, infelizmente, em Portugal, não existe muita informação acerca do assunto. Será que me podia aconcelhar o próximo passo a dar? Será boa ideia tirar um curso de jornalismo a seguir a este? Ou um mestrado seria melhor? As pós graduações existentes servem de alguma coisa? Se me pudesse esclarecer alguma destas questões agradecia, pois, é muito dificil encontrar um jornalista científico ( com formação realmente científica ) a quem se possa tirar algumas dúvidas 😉
Desde já agradeço a atenção, cumprimentos.
Author
Ou jornalismo… ou comunicação de ciência 😉
Pois… em Portugal não sei… fora de Portugal, tipo UK ou USA, tem algumas opções 😉
Ora pois bem, Sara F… se calhar posso dar-lhe uma pequena ajuda.
Sou bióloga (da FCUL) de formação e faço do Jornalismo de Ciência, Saúde e Tecnologia a minha profissão (também me movo por outras áreas do Jornalismo, mas isso agora não interessa). Para fazer bom Jornalismo de Ciência é necessária, na minha opinião, ter uma sólida base científica (em qualquer área), uma infinita curiosidade pelas coisas da Ciência e um amor profundo na Língua Portuguesa. Sim, é preciso amar a Língua. Não há nada pior que ver uma peça escrita num Português lastimoso. Enfim, estou a divagar. Voltemos ao essencial.
A Sara já tem a base científica, agora falta-lhe a vertente prática. Aqui, há duas hipóteses: ou oferece-se a um meio (imprensa, televisão, rádio) dizendo que quer ser jornalista e, aí, faz estágio numa redacção (para obter a Carteira Profissional, são necessários 18 meses de estágio para quem não vem de um curso de Comunicação Social e 12 meses para quem é oriundo de um curso de Comunicação Social) ou, em alternativa, inscreve-se numa faculdade que ofereça um curso de Comunicação Social.
A opção pelo Mestrado seria a mais óbvia, uma vez que está prestes a ser detentora de uma licenciatura; contudo, num mestrado não vai aprender a escrever notícias, não vai aprender o ciclo das notícias, não vai saber o que é uma gráfica, um estúdio de rádio ou uma cadeia de televisão. Um Mestrado em Jornalismo é um espaço em que se debatem questões mais amplas e mais abstractas do Jornalismo; a Ética da profissão; a Responsabilidade Social dos Meios de Comunicação Social; o reflectir sobre as práticas diárias; os dilemas que constantemente um jornalista enfrenta; a sempiterna questão das fontes, entre tantas outras questões críticas do Jornalismo contemporâneo. Isto só fará sentido para alguém que sabe como é o dia-a-dia de uma redacção, quais os problemas que se enfrentam diariamente. Se não se tiver a prática, que sentido faz reflectir sobre ela?
Para concluir, aconselho-a (e não “aconcelho-a” ;)) a, numa primeira fase, bater às portas dos meios e, se não obtiver resposta, aí sim, apontar para uma licenciatura em Jornalismo.
Espero ter ajudado! 😀
Boas,
“Já agora, há um erro no cartoon… dito pelo cientista
sabem qual é?”.
Meu caro, eu penso que existem dois erros.
1º- Betelgeuse é a 10ª estrela mais brilhante, a 9ª é Achernar.
2º- O brilho no máximo será igual a uma lua crescente e nunca igual ao Sol.
Abraço
Author
Pois 🙂
O 2º é o que eu tinha pensado 😉
Já quanto ao 1º ponto… diferentes sítios dão diferentes listas 🙁
abraços
Tem toda a razão Carlos.
De acordo com a tabela de estrelas vistas através de Portugal, Betelgeuse até é a 11ª mais brilhante e a 10ª é Achernar.
http://radeiris.blogspot.com/2011/09/estrelas-mais-brilhantes.html
Tive de ir confirmar, como leigo que sou, já me esquecia desse enorme pormenor. Emendo para apenas 1 erro, como o Carlos refere.
Já agora, a questão que levanta no post, penso que se resume essencialmente à má (maléfica) interpretação do jornalista, pois faço das minhas palavras, as palavras de Marco Santos no blog Bitaites.
“E pronto: basta que um físico não negue a possibilidade de que a estrela colapse em 2012 para que as teorias mais desvairadas sobre o fim do mundo recebam mais uma dose de nutrientes.”
Pois… lá está a “maionese” do jornalismo. Os ventos que os jornalistas (alguns) semeiam e depois vêm os pseudos colherem as tempestades para os olhos desinformados.
Abraço deste leigo curioso que tem aprendido imenso com este blog.
Author
Pois… eu não estou em casa (ando em viagem), por isso não posso comprovar no livro-base em que dou aulas e que tem todas as tabelas nas páginas finais… mas aqui pela net é uma confusão… nunca sei qual é a tabela mais fiável de estrelas brilhantes.
A confusão vai a tal ponto que a wikipedia em inglês mostra Betelgeuse como 8ª estrela mais brilhante:
http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_brightest_stars
Mas a mesma wikipedia em portugues mostra Betelguese em 10º lugar:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_das_estrelas_mais_brilhantes
Space.com também diz 10ª:
http://space.about.com/od/stars/tp/brighteststars.htm
Por isso, o Renato terá razão, a confiar em 2 dos sites 🙂
Gostava era de encontrar a tabela da IAU sobre isso, mas não estou a conseguir 🙁
abraços
Author
Já agora, há um erro no cartoon… dito pelo cientista 😛
sabem qual é? 🙂
Discovery e National Geographic apresentaram alguns documentários bem ruinzinhos (na ótica científica) sobre profecias e 2012, por exemplo.
Author
E o History Channel então é que é… documentários pseudo a seguir de documentários pseudo… até enjoa tanta mentira 🙁
Opá! Sabes que eu não concordo nada, não sabes? 😛
Já agora… Plutão é fofinho!
Author
Claro que concordas… 😛 tu sabes que há muita gente a entrar no jornalismo que acha que jornalismo é igual a sensacionalismo… e outros acham que é copy-paste 😛
Claro que também há os bons 😉