NASA precisa de uma limpeza mais eficaz
O rover Curiosity foi enviado para Marte, como puderam ver aqui.
Mas uma das “limpezas” necessárias para protecção planetária – para não contaminar outros ambientes com vida terrestre – não foi feita. As ferramentas para fazer buracos não foram enviadas para essa limpeza final.
Sendo assim, a parte Marciana onde o rover irá estar poderá ser contaminada por material orgânico terrestre.
Se houver lá vida, pode afectar essa vida nativa. Se não houver, não afecta.
Além disso, pode dar falsos positivos: podemos pensar que se está a detectar material orgânico em Marte, e afinal é da Terra.
Leiam aqui, aqui, e aqui.
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Carlos Oliveira
Carlos F. Oliveira é astrónomo e educador científico.
Licenciatura em Gestão de Empresas.
Licenciatura em Astronomia, Ficção Científica e Comunicação Científica.
Doutoramento em Educação Científica com especialização em Astrobiologia, na Universidade do Texas.
Foi Research Affiliate-Fellow em Astrobiology Education na Universidade do Texas em Austin, EUA.
Trabalhou no Maryland Science Center, EUA, e no Astronomy Outreach Project, UK.
Recebeu dois prémios da ESA (Agência Espacial Europeia).
Realizou várias entrevistas na comunicação social Portuguesa, Britânica e Americana, e fez inúmeras palestras e actividades nos três países citados.
Criou e leccionou durante vários anos um inovador curso de Astrobiologia na Universidade do Texas, que visou transmitir conhecimento multidisciplinar de astrobiologia e desenvolver o pensamento crítico dos alunos.
3 comentários
Author
Manel,
Mas no carro não corres o risco de encontrar falsos positivos, por exemplo 😉
Esta missão se encontrar algo “fora do normal”, a 1ª crítica que lhe vão fazer é precisamente isso.
E mesmo que passe outros testes de “despistagem”, vai ficar sempre a dúvida, científica, de que não houve o cuidado com certas partes da análise como houve com o rover no seu todo 😉
Certo? 😉
abraços
Caro Paulo e leitores,
Não foi esquecimento, foi um risco assumido através da literatura científica existente e foi devidamente reportado ao Controlo a Missão.
Fez a descontaminação de Classe 100 e não fez a descontaminação de classe 1000.
Não há perigo de replicação mas há uma possibilidade ínfima de um organismo sobreviver menos de 7 dias na superfície de Marte.
Uma boa analogia, é atá mais do que um outro exemplo do mesmo fenómeno, é o carro que compramos novo e “cheira a novo.”
Isto deve-se às moléculas que são de origem orgânica e que constituem os materiais. O “cheiro a novo” que sentimos são essas moléculas a libertarem-se.
Teria sido preferível descontaminar com nível 1000?
É possível, mas numa Missão há, para cada passo, Protocolos e Critérios.
Nenhum destes protocolos foi ignorado ou esquecido, foi uma opção que, como todas as opções, comporta um risco. Esse risco foi avaliado e considerado muito abaixo da exigência do Protocolo.
Convém desde já esclarecer que não houve incúria, esquecimento ou desprezo por protocolos.
Fonte: Astrobiólogo Inge ten Kate,que trabalha na Missão MSL no centro Goddard.
Que esquecimento desastroso! E quem foi o responsável? O Silva da “esterilização”…
Se der falsos positivos, já tem uma justificação!