VLT Encontra a Estrela em Rotação Mais Rápida

O Very Large Telescope do ESO descobriu a mais rápida estrela em rotação encontrada até agora.
Esta estrela jovem brilhante de elevada massa situa-se na nossa galáxia vizinha, a Grande Nuvem de Magalhães, a cerca de 160 000 anos-luz de distância.
Os astrónomos pensam que esta estrela poderá ter tido um passado violento, tendo sido ejetada de um sistema de estrelas duplas pela sua companheira em fase de explosão.

Uma equipa internacional de astrónomos tem utilizado o Very Large Telescope do ESO, instalado no Observatório do Paranal no Chile, para fazer um rastreio das estrelas mais pesadas e brilhantes da Nebulosa da Tarântula, situada na Grande Nuvem de Magalhães. Dentre as muitas estrelas brilhantes desta maternidade estelar, a equipa descobriu uma, chamada VFTS 102, que está a rodar a mais de dois milhões de quilómetros por hora – mais de 300 vezes mais depressa do que o Sol e muito próximo do ponto onde seria desfeita em pedaços devido às forças centrífugas. A VFTS 102 é a estrela em rotação mais rápida que se conhece até hoje.

Os astrónomos descobriram também que a estrela, que tem cerca de 25 vezes a massa do Sol e é cerca de cem mil vezes mais brilhante, se desloca no espaço a uma velocidade muito diferente da das suas companheiras.

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A diferença em velocidade poderia apontar para o facto da VFTS 102 ser uma estrela fugitiva – uma estrela que foi ejetada de um sistema de estrelas duplas depois da sua companheira ter explodido sob a forma de supernova. Esta hipótese é corroborada por mais duas pistas adicionais : um pulsar e um resto de supernova a ele associado, encontrados na vizinhança da estrela.

A equipa desenvolveu um possível cenário evolutivo para esta estrela tão invulgar. O objeto poderia ter começado a sua vida como uma componente de um sistema estelar binário. Se as duas estrelas estivessem próximas uma da outra, o gás da companheira poderia ter fluído continuamente na sua direção, fazendo com que a estrela começasse a rodar mais e mais depressa, o que explicaria um dos factos invulgares – o porquê da sua rotação extremamente elevada. Após um curto espaço de tempo na vida da estrela, de cerca de dez milhões de anos, a companheira de elevada massa teria explodido como uma supernova – o que explicaria a nuvem de gás característica conhecida como resto de supernova que se encontra nas proximidades. A explosão teria também dado origem à ejeção da estrela, o que poderia explicar a terceira anomalia – a diferença entre a sua velocidade e a das outras estrelas da região. Ao colapsar a companheira de grande massa ter-se-ia transformado no pulsar que observamos hoje, completando assim a solução do puzzle.

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Leiam o artigo completo, na página do ESO.

5 comentários

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  1. O que me veio à cabeça é que um pulsar é uma estrela, não é? E um pulsar gira muito rápido!
    O que me ocorreu a seguir é que os espectrógrafos falam uma linguagem diferente que consegue dizer que km/h é uma unidade de rotação, ao dobrar o espaço ao longo de um percurso circular na superfície de uma estrela, sem se saber qual é o raio desse percurso…
    Será que se conhece o raio desta estrela-noutra-galáxia para se extrair um período de rotação?
    É que assim, corremos o risco de ter dois recordes para a estrela mais rápida que não conseguem ser comparados, por teres unidades diferentes (voltas por segundo, e quilómetros por hora).. É melhor mudarmos o nome dos recordes para “estrela com período de rotação menor conhecido” e “estrela com maior velocidade linear à superfície conhecida”… Fica mais comprido, e não causa tanto impacto como “estrela que gira mais rápido do universo”, mas percebe-se melhor.. 🙂

    1. Pois, parece que acertaste: não se sabe comparar 🙂

  2. Ela é mais rápida que a “B1957+20” ?
    Que da um giro a cada 1,6 milisegundos?

    1. Vi aqui esta resposta:
      http://www.physorg.com/news/2011-12-vlt-fastest-rotating-star.html
      SpiffyKavu – Dec 06, 2011
      “Rotation usually is defined in terms of number of full rotations per unit time. But in this case, velocity is better defined. We do not know the radius of the star in question but we can easily measure the rotation speed of the surface (doppler broadening of emission lines). So velocity is very well known, but not the rotations/time.”

        • Claudio on 07/07/2015 at 13:03

        Então eh a estrela com maior velocidade periférica e não rotação, não eh?

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