Aglomerados de Galáxias
“Desde o final do século XVIII os astrónomos William Herschel e Charles Messier notaram a existência de concentrações de “nebulosas” nas constelações de Coma Berenice e Virgem, respectivamente. Nos anos 20, ficou estabelecido que muitas destas “nebulosas” eram na realidade galáxias, objetos celestes que não fazem parte da Via Láctea (por exemplo, as estrelas visíveis a olho nu e as nebulosas propriamente ditas como a nebulosa de Órion). Verificou-se, então, que as galáxias são encontradas de preferência em grupos, as vezes contendo várias centenas de galáxias. Estes grandes agrupamentos de galáxias foram chamados aglomerados. As concentrações de “nebulosas” de Herschel e Messier são os aglomerados de Coma, um dos maiores aglomerados próximos, e de Virgem, o aglomerado rico mais próximo da Via Láctea.” (adaptado daqui).
Os aglomerados galácticos clessificam-se da seguinte forma:
Pares = 2 galáxias
Grupos = até 10 galáxias
Aglomerados Pobres = até 100 galáxias
Aglomerados Ricos = até 1000 galáxias, 5% das galáxias estão em aglomerados ricos.
Contudo, para os aglomerados ricos foram propostos sistemas de classificação de acordo com a riqueza, distribuição galáctica, presença de galáxias cD ou a presença de sub-aglomerados.
Um exemplo da classificação de aglomerados ricos é a classificação de Zwicky, que os distiguiu em compactos, semi-compactos e abertos
Rood & Sastry (1971) (também aqui) e Strubble & Rood (1982) propuseram outra classificação, esta é “baseada na distribuição espacial das 10 mais brilhantes”.
Bautz & Morgan (1970) – É um sistema baseado na diferença de magnitude das mais brilhantes:
Tipo I – Galáxia gigante central
Tipo II – Intermédio
Tipo III – Nenhuma galáxia gigante dominante
Abell (1976) propõe uma classificação alternativa, segundo o número de galáxias com magnitude entre V3 e V3+2, ou seja, riqueza:
Ricos – R=5 (>300 galáxias), R=4 (200 – 299 galáxias), R=3 (130 – 199 galáxias), R=2 (80 – 129 galáxias)
Intermédios – R=1 (50 – 79 galáxias)
Pobres – R=0 (30 – 49 galáxias)
Composição dos Grupos de Galáxias
Os grupos contêm Matéria escura, meio inter-aglomerado, um campo magnético e as próprias galáxias.
A matéria escura, que é detectada pelos efeitos gravitacionais e lentes graviacionais compõe aproximadamente 80% da massa de aglomerados ricos.
O meio inter-aglomerado tem uma temperatura entre 107 e 108K e uma densidade de 10-2 a 10-3 partículas/cm3. É detectado por raios X, microndas e pelo efeito Sunyaev-Zel’dovich. Este meio corresponde sensivelmente a 15% da massa do aglomerado
As galáxias são detectadas pelo visível, IV, UV, etc. São a componente de menor peso, cerca de 5% do aglomerado.
“Nos últimos anos tem aumentado as evidências de que existe um campo magnético extenso nos aglomerados de galáxias. Quando este campo magnético é atravessado por eletrões relativísticos (com velocidade próxima à da luz) ocorre o fenómeno de radiação síncrotron: os elétrons começam a espiralar no campo magnético e emitem energia na freqüência rádio, de 10 à 1000 Mhz. Muitos aglomerados contém galáxias cujos núcleos foram ou ainda são ativos. Estes núcleos ativos são poderosas fontes de elétrons relativísticos que podem interagir com o campo magnético do aglomerado, produzindo a radiação síncrotron.” (daqui)
“A intensidade estimada deste campo é de cerca de 1 microgauss, um milhão de vezes mais fraco que o campo magnético na superfície da Terra.” (daqui)
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