China lança satélite para a Nigéria

A China levou a cabo o lançamento do satélite de comunicações NigComSat-1R para a Nigéria. O lançamento teve lugar às 1641UTC do dia 19 de Dezembro de 2011 e foi levado a cabo por um foguetão Chang Zheng-3B/E a partir da Plataforma de Lançamento LC2 do Centro de Lançamento de Satélites de Xichang, provínvia de Sichuan.

O NigComSat-1R foi construído pela Academia de Tecnologia Espacial da China e é baseado na plataforma DFH-4. Está equipado com 28 repetidores, incluindo 4 em banda C, 14 em banda Ku, 8 em banda Ka e 2 em banda L. O satélite será posicionado na órbita geossíncrona a 42,6º longitude Este. No lançamento tinha uma massa de 5.100 kg e terá uma vida útil de 15 anos.

Imagem: China news

3 comentários

    • Dinis Ribeiro on 23/12/2011 at 08:44
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    Para aprofundar o tema, sugiro também este artigo:

    Space industry unites in criticism of ITAR restrictions
    http://www.flightglobal.com/news/articles/in-focus-space-industry-unites-in-criticism-of-itar-restrictions-364544/

    O que é o ITAR?

    Ver: http://en.wikipedia.org/wiki/International_Traffic_in_Arms_Regulations#Controversy

    • Dinis Ribeiro on 21/12/2011 at 12:03
    • Responder

    Não concordo totalmente com essa ideia de “nem lhes passam a bola”.

    Penso que o que acontece é que certos países (porventura demasiado crispados pelos seus conflitos internos não-resolvidos), deixam escapar mais oportunidades do que outros, e por isso não conseguem “receber os passes”.

    Quando há demasiados “pseudo-jogadores” em jogo com demasiado medo de falhar o remate (nível sócio-cultural baixo?) quem “recebe a bola” e se tenta aproximar da baliza para rematar, fica logo fatalmente em “fora de jogo”. Creio que há muito mais países que jogam á defesa, do que ao ataque, na exploração espacial.

    Ou então, quantas vezes (desnecessáriamente?) se chuta sistemáticamente a bola para canto, com cortes dos defesas, apenas por mesquinhas razões de rivalidades puramente partidárias?

    A globalização que está em curso na actividade espacial (naturalmente) também passa pela China.

    Por uma questão de se procurar cultivar uma maior justiça e imparcialidade relativmente aos diversos “pecados do ocidente”, penso que se deverá reconhecer que também existe uma empresa atípica que surgiu bem apoiada por uma universidade, e que na área dos microsatélites é (de facto) uma “potência europeia” (embora não “de jure”) pois tem mais satélites em órbita do que muitos países e organizações.

    Ver: http://www.dmcii.com/about_us_constellation.htm

    David Cameron and Wen Jiabao witness DMCii landmark satellite imaging deal with Chinese company
    http://www.technologynewsroom.com/press_releases/company_releases.aspx?story=1830

    Um artigo que penso que é interessante:

    Coming soon: Nigerians in space? Nigeria’s space agency is no joke. It has launched satellites and aims to put Africans into space.
    http://www.globalpost.com/dispatch/nigeria/091029/nigeria-space-agency?page=0,0

    The country jetted up a $13 million earth observation satellite, made in the U.K. and launched from Russia, in 2003.

    A much more expensive communications satellite, costing hundreds of millions of dollars, was launched from China in 2007.

    It failed within 18 months but a replacement is due to be propelled into space by 2011, paid for by insurance.

    Already the earth observation satellite has taken some pretty impressive snaps including pictures of poppy growing in Afghanistan, the state of cyclone damage after Myanmar’s authorities restricted access to international rescue teams in 2008 and, closer to home, identifying the whereabouts of illegal tankers parking far out at sea to steal Nigeria’s oil supplies.

    Nigeria has managed to sell about 1,000 of its satellite images and hopes over the course of each satellite’s lifetime such data sales will cover the costs of manufacture and operation.

    “We are bringing down space to apply it on the ground,” says Francis Chizea, Director of the Nigerian space agency.

    “It’s going to be very very important for the economy. We can map the wetlands and advise on areas very good for rice production; monitor desertification in the north; find the best place to locate dams; assess the environmental impact of oil drilling; locate oil spills and track movements on the border.”

    It’s all been made possible by a new approach to space science that has let developing nations in on the extra-terrestrial act.

    “We’ve been able to shrink a satellite from a double-decker bus down to the size of a TV set,” says Martin Sweeting, the British founder of Surrey Satellites Technology, a radio fanatic as a child who decided space shouldn’t be the privilege of the rich nations.

    “It’s now possible for an African country to have its own satellite for $10 to $15 million. It can yield real benefits at the right price.”

    Gosto mais de uma geopolítica de redes flexíveis e de alianças fluidas, do qual o modelo de negócio da constelação DMC é um bom exemplo: http://en.wikipedia.org/wiki/Disaster_Monitoring_Constellation

    A (velha?) ideia de “blocos” sobre a tutela de um único “parceiro estratégico” não me agrada tanto. E, mesmo nessa linha de raciocínio, por exemplo, a India também tem uma “Agenda Africana” e a sua influência é maior do que possa parecer.

    Penso que os países africanos serão muito mais a favor de se tornarem o mais autosuficientes que puderem, e isso implica uma certa “diversidade” e uma certa lógica racional na procura de parceiros.

    A Nigéria usou um lançador Russo em 2003, depois, um lançador Chinês, e quem sabe o que nos reserva o futuro? Lançadores puramente comerciais?

    Ver: http://en.wikipedia.org/wiki/National_Space_Research_and_Development_Agency

    Voltando á analogia futebolística, o que também pode acontecer, é que a China, afincadamente sempre a jogar “ao ataque”, acabe por ficar “fora de jogo”, rodeada (abafada?) pelos outros programas espaciais mais antigos (menos ideológicos?) que se arrastam pesadamente, sem verdadeiras condições políticas para sair a sério dos limites da órbita da terra, (Leo? Geo? Been there, done that) devido á estagnação (crónica?) do crescimento económico mundial, e o previsível agravamento da (irreversível?) deterioração dos ecossistemas terrestres.

    Nesse hipotético cenario, da mesma maneira que os pequenos e vulneráveis mamíferos sobreviveram aos grandes e ferozes dinossauros, (perante um futuro “Extinction Level Event” de natureza económica e ambiental) talvez outros “modelos de negócico” e outros “paradigmas” se venham a tornar o futuro da exploração espacial, e a “gloriosa época das agências espaciais” com os grandes “parceiros geo-estratégicos” se venha gradualmente a tornar uma relíquia do passado.

  1. mais um ponto a favor da China enquanto parceiro estratégico de muitos países que as potências europeias e os EUA nem lhes passam bola. E grão a grão…

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