Dois cosmonautas russos membros da Expedição 30 a bordo da estação espacial internacional, realizaram uma actividade extraveícular no dia 16 de Fevereiro de 2012.
O principal objectivo desta actividade extraveícular foi a recolocação de um dos guindastes Strela. Devido aos atrasos sofridos no inicio da actividade, várias tarefas acabaram por ser canceladas e adiadas.
Tendo início às 1431UTC, esta actividade extraveícular terminou às 2046UTC, tendo uma duração de 6 horas e 15 minutos, sendo esta a 162º actividade extraveícular a ser realizada para a montagem ou manutenção da ISS num total de 2021 horas e 37 minutos. Foi o terceiro passeio espacial para Oleg Kononenko que assim acumula 18 horas e 27 minutos de experiência em AEV. Foi o primeiro passeio espacial de Anton Shkaplerov.
Imagem: Roscosmos
2 comentários
O Pirs tem de ser descartado porque não há lugar para ele na ISS após a chegada do novo módulo. Poderiam ter pensado nisso antes? Poderiam, mas não era a mesma coisa… 😉
De facto, não foi só desperdiçado dinheiro nos tanques exteriores do vaivém espacial… no limite, todo o programa foi um desperdício de dinheiro se quisermos ser pessimistas. O programa do vaivém espacial foi vendido ao público norte-americano como sendo um programa económico e que iria vulgarizar o acesso ao espaço. Não foi nem uma coisa nem conseguiu outra. Deram-se grandes avanços tecnológicos, é certo, mas no fundo foi o programa mais inseguro escolhido ao menor preço. Sempre existiram projectos para a reutilização dos tanques exteriores… nunca houve dinheiro para isso.
‘Passeio espacial’ foi uma má tradução desde o primeiro… passeio espacial, apesar não ter sido mais do que isso e com consequências quase trágicas para Leonov. Usa-se passeio espacial para explicar o que é, e na explicação «explica-se» que de «passeio» não tem nada.
Também prefiro AEV, Actividade Extra Veícular, apesar de isso provocar sempre os inevitáveis “actividade quê?…”
A fotografia é muito interessante, e faz lembrar o duro trabalho dos mergulhadores nas plataformas off-shore…
Neste link, ( http://en.wikipedia.org/wiki/Strela_(crane) ) encontrei esta imagem: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Pirs_from_STS-130.jpg
Penso que é uma pena que se vá “deitar fora” o módulo Pirs… http://en.wikipedia.org/wiki/Pirs_(ISS_module)
“Pirs is scheduled to be detached from the nadir (bottom) port of the Zvezda module to make room for the Russian Multipurpose Laboratory Module Nauka, scheduled for launch in May 2012 as of March 2011.
The docking compartment’s planned lifetime as part of the station was five years.
When that happens Pirs could become the first permanent ISS module to be decommissioned, and would be destroyed during atmospheric re-entry.”
Na minha opinião é mais um desperdício que deveria ser evitado.
Num hipotético cenário de uma gestão “mais racional” dos recursos terrestres (ficção científica?) era interessante que fosse comprado por uma empresa de “space salvage”…
Ver: http://en.wikipedia.org/wiki/Marine_salvage
Para mim, um dos erros económicos mais irritantes e “emblemáticos” do programa do Space Shuttle foi o terrível desperdício dos inúmeros External Tanks que (na minha modesta opinião) deveriam ter sido aproveitados…
Mais info: http://en.wikipedia.org/wiki/Space_Shuttle_external_tank
“… Although the external tanks were always discarded, it could have been possible to re-use them in orbit.
Plans for re-use ranged from incorporation into a space station as extra living or research space, as rocket fuel tanks for interplanetary missions (e.g. Mars), to raw materials for orbiting factories.
Another concept was use the ET as a cargo carrier for bulky payloads.
One proposal was for the primary mirror of 7 meter aperture telescope to be carried with the tank.
Another concept was the Aft Cargo Carrier (ACC). …. ”
Conheço quem tenha lutado por este tipo de propostas “mais económicas” ao longo de (demasiados?) anos e que “ficaram a ver navios”, e foram forçados a assistir ás inumeras reentradas destas estruturas que (irónicamente) até eram maiores que a malograda estação espacial Skylab http://en.wikipedia.org/wiki/Skylab que reentrou porque foi abandonada em órbita, justamente devido aos “atrasos” no desenvolvimento do “negócio” do Space Shuttle .
É importante compreender quanto dinheiro foi (mal?) gasto nos External Tanks:
“According to a report on the SpaceRef web site linked below as ‘Lockheed Martin Awarded External Tank Contract’, NASA has a contract with Lockheed Martin, New Orleans, that totals $2.94 billion to build 17 external tanks through Sept. 2010.
That comes out to be an average price of around $170 million per tank.
However, the report mentioned above is about an addition to the external tank contract, so it may be a misprint and the 17 external tanks may be additional tanks added to take the contact to the end of the shuttle program.
According to the reference linked below as ‘The Assembly and Production of the External Tank’, each tank costs about $55 million as of 1995.
Later tanks, called the Super Light-Weight Tanks (SLWT) cost around $5 million more than the earlier version, the Light-Weight Tank.
The SLWT costs more because they use an aluminum/lithium alloy that is more expensive and harder to work than earlier materials. By making the tank lighter, the shuttle is able to carry a heavier payload.
This change allowed the shuttle to meet the payload requirements for construction of the International Space Station.”
Fonte: http://wiki.answers.com/Q/How_much_does_1_Space_Shuttle_external_tank_cost#ixzz1nBeC1cGw
Por vezes os programas espaciais “clássicos” parecem-me que agem em termos de gestão dos dinheiros (ocasionalmente?) como uma (insegura?) manifestação de exibicionismo económico ou um símbolo de estatuto (http://en.wikipedia.org/wiki/Status_symbol ) tão irracional como o acender um charuto com um enorme maço de notas em vez de usar um isqueiro ou um fósforo…
People do that as a show of wealth… “I’m so rich, I light my cigars with $100 bills…”
http://answers.yahoo.com/question/index?qid=20070523112420AAVDbgS
Assim não se “vai longe”, como diza o outro… e, de facto, continuamos na Low Earth Orbit.
Aliás, nunca gostei muito da expressão “passeio espacial” pois lembra-me uma actividade puramente lúdica que é demasiado diletante e superficial…
Para mim uma EVA é um “mergulho no vácuo” ou uma “saída espacial”, ou outra coisa qualquer, mas “passeio” é que não!