Linguagem (pseudo)Científica

É conhecido de toda a gente que, em ciência, existe linguagem que é apenas acessível para quem estuda a área. Essa linguagem pode tornar-se complicada quando se pretende transmitir ciência ao público e, consequentemente, um comunicador de ciência deve evitar ao máximo o jargão científico, utilizando palavras acessíveis ao público geral.

acetonaalcool

Não é prático pedir propanona e etanol em vez de acetona e álcool, respetivamente. Assim como não é prático pedir ácido acetilsalicílico em vez de uma aspirina.

No entanto, aquilo que os comunicadores de ciência se esforçam por evitar para tornar a ciência compreensível para um leigo, é utilizado pelos pseudos com um propósito totalmente oposto: iludir, confundir e tentar passar um produto que de científico não tem nada por um produto legítimo da ciência e tecnologia que temos hoje.

Da mesma maneira, alguns fenómenos que antes tinham nomes mais adaptados à época foram também renomeados, sendo que são agora referidos através da utilização de palavras que são nitidamente do campo da ciência mas que, por si só, e da maneira como são usadas, não nos dizem absolutamente nada para além de nos informar que estamos a lidar com um potencial vigarista. Este cartoon ilustra bem isto e a obsessão com tudo o que é “quântico” e que possui “vibrações”.


Cliquem na imagem para a conseguirem ver bem.

3 comentários

    • Pedro Mendonça on 28/02/2012 at 11:26
    • Responder

    Atenção que estes vigaristas não andam apenas pelo campo da “quântica”, e tal como na BD, qualquer coisa que soe a científico, dito de forma pausada e com certeza, entra na mente humana com uma força incrível. Tal com explicou Richard Dawkins há memes muito fortes e que se multiplicam com muita facilidade pelas mentes humanas.

    É muito difícil travar esta praga, é preciso explicar às pessoas como é que facilmente nos deixamos cair neste engodo, e isso é extremamente difícil em alguns casos. Frases como ” a ciência não explica tudo” ou “n tens a mente aberta” (que aqui já foi bem dissecada) ou ainda “eu estive lá, vi e comprovei” é o mais comum de se ouvir quando se tenta explicar que qualquer coisa é uma fraude. Falo por experiência própria, diversas vezes ponho-me a pensar qual a melhor forma de mostrar que há qualquer coisa ali que não faz sentido, e já percebi que atirar simplesmente argumentos lógicos não leva a muito. Julgo que terá a ver com a forma como falamos e criticamos, se for de forma muito humilde perde-se credibilidade, se for muito incisivo e determinante mais rapidamente convencemos alguém precisamente do contrário. Tlvz o humor seja uma forma boa para o fazer, mas é preciso ser uma sátira muito bem feita e inteligente.

    Mas há sempre esperança, movimentos como a James Randi Educational Foundation, podcasts como o Skeptics Guide To The Universe de Steve Novella, ou mesmo blogs como este, que apesar de ter mais a função de informação científica do que alerta ou crítica deste tipo de pensamento, já foram colocados alguns posts nesse sentido (aliás, tal como este).

    Parece que vem aí um sobre a vida de James Randi, estou bastante curioso.

    por fim deixo aqui uma pérola dum exemplo do que é Linguagem (pseudo)Científica:

    1. Desconhecia esse documentário 🙂

      Excelente 🙂

      abraços

      P.S.: Pedro, o seu comentário foi para SPAM. Não faço a mínima ideia porquê. Fui repescá-lo. O seu e-mail e IP não está “embandeirado” e não vejo nada no seu comentário que fizesse o blog assumir como SPAM automático. Enfim…
      Peço desculpa de qualquer modo.

  1. Pois… essa é que é essa… a quantidade de vigarices que existem actualmente com a palavra “quântica” é um baralhar e dar o mesmo da estratégia dos vigaristas do passado.

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