Os hábitos alimentares das galáxias adolescentes

Novas observações obtidas com o Very Large Telescope do ESO estão a contribuir de forma significativa para a compreensão de como crescem as galáxias adolescentes.
No maior rastreio alguma vez efectuado sobre estes objetos, os astrónomos descobriram que as galáxias alteram os seus hábitos alimentares durante os anos da adolescência – o período que vai desde os 3 aos 5 mil milhões de anos depois do Big Bang.
No início desta fase, correntes de gás eram o lanche preferido, enquanto que mais tarde as galáxias cresceram principalmente devido a canibalismo de outras galáxias menores.

Os astrónomos sabem desde já algum tempo que as galáxias primordiais são muito menores que as impressionantes galáxias espirais ou elípticas que ocupam atualmente o Universo. Durante o tempo de vida do cosmos as galáxias têm vindo a aumentar de peso mas a sua comida e hábitos alimentares, permanecem ainda um mistério. Um novo rastreio feito a galáxias cuidadosamente seleccionadas, focou-se nos anos da sua adolescência – aproximadamente o período entre os 3 e os 5 mil milhões de anos depois do Big Bang.

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“Existem dois modelos de crescimento de galáxias em competição: eventos de fusão violentos quando galáxias maiores comem galáxias mais pequenas, ou alternativamente um fluxo de gás mais suave e contínuo ingerido pelas galáxias. Ambos levam à formação de imensas estrelas novas,” explica Thierry Contini (IRAP, Toulouse, França), que lidera este trabalho.

Os novos resultados apontam para o facto de existir uma mudança na evolução cósmica das galáxias, quando o Universo tinha entre 3 e 5 mil milhões de anos. O crescimento devido a correntes contínuas de gás parece ter sido bastante importante nas galáxias quando o Universo era muito jovem, enquanto que as fusões se tornaram mais importantes posteriormente.

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“Para mim, a maior surpresa foi a descoberta de muitas galáxias sem rotação do gás. Estas galáxias não são observadas no Universo próximo e nenhuma das teorias atuais prevê tais objetos,” diz Benoît Epinat, outro membro da equipa.

“Também não esperávamos que tantas das galáxias jovens do rastreio tivessem os elementos mais pesados concentrados nas regiões periféricas – este facto é exatamente o contrário do observado nas galáxias atuais,” acrescenta Thierry Contini.

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Leiam o artigo completo, na página do ESO.

4 comentários

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  1. Porque é que as galáxias estáveis se fixam em espiral ou elíptica (circular)?

    O mais lógico seria tornarem-se sistemas planetários a grande escala, ou seja, em vez de planetas orbitarem estrelas, estrelas orbitariam o centro da galáxia (buraco-negro supermassivo), mas isso tomaria uma forma espiral (como hoje vemos em muitas delas).

    Não deveriam as galáxias “maduras” se tornarem apenas espirais e as eliticas serem as mais novas (com os gases e poeiras espalhados pelo espaço interestelar, até formarem estraelas?

    1. Filipe, não percebi a pergunta 😉

  2. Além das fusões, as galáxias ‘morrem’?!
    Creio que a resposta é não, sendo assim, daqui a alguns, muitos, milhões de anos, teremos galáxias super-obesas?!
    É sempre a crecer, não fazem dieta…!!!

    Aliás, será que no limite, as galáxias em cada Enxame, podem um dia, transformar-se numa super-galáxia?!

    Abraços

      • Renato Romão on 15/03/2012 at 18:23
      • Responder

      Se for na ordem de muitos, muiiiitos milhões de anos, não ficam “super-obesas”, pois se a teoria do Big Rip se confirmar, ficarão é feitas em atomos. 😉 🙂

      Abraços

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