Segundo o Observatório Astronómico de Lisboa, astronomicamente a Primavera começou às 5 horas e 14 minutos do dia 20 de março de 2012, altura do Equinócio de primavera (no hemisfério Norte). O Sol, no seu movimento aparente no céu, cruzou o ponto vernal, o ponto de interceção entre o equador celeste e a eclítica (o plano orbital do sistema Terra/Lua).
O termo equinócio significa igual noite, ou dia igual à noite. Nesta data a duração do dia é idêntica à da noite e o Sol nasce exatamente a Este e tem ocaso precisamente a Oeste.
Segundo o calendário canónico o Equinócio de Primavera ocorre no dia 21 de março, sendo este dia a referência para determinar a Páscoa. Desde 325 d.C., por decisão do primeiro Concílio de Niceia, o imperador Constantino decretou que a Páscoa, em todo o Mundo Cristão, ocorre no primeiro Domingo depois da primeira Lua Cheia da Primavera.
No entanto, o calendário canónico não segue rigorosamente o ciclo astronómico da Lua. Está dividido em meses lunares de 29 e 30 dias consecutivos, com um ciclo de 19 anos. A Lua Cheia Pascal é o 14º dia do ciclo lunar com início entre o dia 8 de Março e 5 de Abril. Na maior parte dos casos a simples observação da Lua é suficiente, pois a diferença entre o ciclo astronómico da Lua e o calendário canónico lunar no máximo são 2 dias.
Agora é só observar e acompanhar a Lua, e quando ocorrer a Lua Cheia sabemos que o Domingo seguinte será o Domingo de Páscoa.
Este texto é uma reprodução da astronotícia do CAUP.
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Isso relaciona-se com o calendário judaico, que é baseado atualmente no calendário metonico, donde há esse ciclo de 19 anos. Isto tem por fim marcar meses lunares com 29,5 dias, não tornando-os meras frações do ano como ocorre com o calendário gregoriano, e também ainda respeitar as estações do ano, diferente do que ocorre com o calendário islâmico cujo ano possui 11 dias a menos que o período de translação, sendo apenas a soma de 12 lunações.
Contudo para criar uma distinção entre o calendário judaico a Igreja define que qualquer lua cheia após o equinócio é válida, enquanto para o povo Judeu é o mês de Nissan que começa após o equinócio, sendo que os meses judaicos começam e terminam com a lua nova. Assim, há ocasiões em que os cristãos celebram sua Páscoa um mês antes dos Judeus celebrarem Pessach.
José Simões, mais do que simplesmente ser uma discussão sobre religião, isso se deve a forma como cada um reformou o calendário na idade média, quando perceberam que o calendário juliano com exatos 365,25 dias precisava ser aprimorado. No ocidente implementou-se o calendário gregoriano, adiantando cerca de 10 dias para compensar certas falhas e reequiparar a data dos equinócios com o dia estabelecido e subtraindo 3 em 100 dias 29 de fevereiro. No oriente fizeram uma reforma similar, onde o calendário usado coloca uma outra forma de subtrair esses dias de anos bissextos excedentes. Outro ponto importante é que elas não possuem uma autoridade central a se submeter que estabeleça que dia celebrar isso e aquilo. Se forem seguir as Escrituras deveria ser sempre o domingo após Pessach, afinal é isso que elas dizem, mas isso significaria colocar todo o Cristianismo submetido ao Judaísmo, e isso de uma forma ou outra invalidaria a pretensão cristã de ser um “novo Israel”.
Muitas igrejas cristãs seguem o esquema referido, mas não certamente todas.
Por exemplo em 2015 os católicos celebram o dia de páscoa em 5 de Abril, mas os ortodoxos gregos celebram dia 12 de Abril.
E ainda há casos mais curiosos.
Qual a lógica disto, perguntou alguém? Nenhuma, isto é religião.
É engraçado. Já me tinha perguntado como é que era determinada a Páscoa, mas nunca consegui descobrir (não encontrava a lógica do dia da Páscoa)
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