Ciência 2.0

Ciência 2.0 é um projecto de divulgação científica desenvolvido na Universidade do Porto.
O site desenvolverá conteúdos das mais diversas áreas científicas, incluindo da astronomia.
É um projecto que pretende dar a conhecer a Ciência com rigor e ao mesmo tempo de forma acessível e explicativa. Informalmente, vão sendo explicadas as várias ciências e o que elas têm de melhor e o que se vai fazendo nesta área.

Um dos primeiros textos é sobre supernovas, e podem lê-lo aqui.

“Somos “filhos” das estrelas e ajudados pelas supernovas. (…)
“As estrelas massivas produzem [núcleos de] carbono, azoto, oxigénio e também o ferro”, explica Carlos Oliveira, astrónomo e coordenador do blogue AstroPT. (…)
Contudo, são facas de dois gumes. Se por um lado nos dão vida, pois produzem o carbono de que somos constituídos e de que o planeta Terra é composto e também o ferro e o oxigénio, elementos que nos são essenciais, por outro, caso aconteça alguma “num raio de 100 anos-luz, pode matar-nos em segundos”, salienta Carlos Oliveira.
Estes conceitos foram defendidos, por exemplo, por Carl Sagan, cientista americano, que afirmou sermos “star stuff”, ou seja, tudo o que nos constitui é feito nas estrelas.”

14 comentários

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  1. Também deixei nova resposta:

    “Caro José Azevedo,

    Obrigado por responder de uma forma exaustiva e assinar a sua resposta. É bom sabermos com a quem nos estamos a dirigir.
    Dito isto, acho que o Carlos Oliveira já explicitou bastante bem o problema do ponto de vista dos que aqui e na página do Ciência 2.0 criticamos a peça.

    Resta-me só chamá-lo à atenção para um pormenor, que para mim parece ser importante.

    A vossa “reportagem” começa assim:

    Título: “Fundação Bial: Aquém espírito e Além corpo”
    Primeiro parágrafo: ““Estudar a espiritualidade do ser humano” – é este o principal objetivo da Fundação BIAL. Conhecer o corpo e a mente aliando a psicofisiologia e a parapsicologia numa abordagem transdisciplinar.”

    Depois, passam a fazer uma descrição da Fundação Bial.
    Só no quinto parágrafo é que fazem uma referência vaga a uns simpósios.

    Ora, onde é que aqui há indicação de que esta seja uma peça sobre um evento específico?
    Esse dito evento é referido de uma forma vaga, sem mencionar datas ou locais, salientando apenas o bom que tudo aquilo é.

    Numa primeira e segunda leitura, eu não consegui ver este texto como não sendo mais do que propaganda à Fundação Bial e às suas bolsas para investigação em parapsicologia.

    Mas realmente, eu não sou jornalista.

    Se não serviu para mais, espero que ao menos sirva esta discussão e troca de ideias para que, como disse o Carlos, possam reflectir sobre a atitude a tomar no futuro.
    Não considero que isto ponha em causa o vosso projecto, do qual sei que fazem parte vários cientistas, alguns dos quais conheço pessoalmente e pelos quais tenho muito apreço.
    Mas devo dizer que esta situação me entristeceu, sobretudo pelo tipo de resposta que foi dada (até à sua).

    Na esperança que o projecto tome um bom rumo, a bem da ciência, deixo-lhe os meus votos de sucesso.

    Diana Barbosa,
    Bióloga e comunicadora”

  2. Bem, a discussão continuou, por isso escrevi mais um comentário lá:

    http://www.facebook.com/ciencia20/posts/321915634542915

    Caro José Azevedo,

    Esta será a minha última contribuição, porque já se percebeu que vocês não querem reconhecer o erro.
    O vosso nome é “Ciência 2.0”. Logo, quem entra no vosso site espera pensamento crítico e espera ciência. Não espera reportagens desprovidas de pensamento científico, como é evidente. Isso não se enquadra no nome “ciência” com que se auto-identificam.

    Penso que continuam sem perceber que existem verdades e mentiras em ciência. E as experiências provam-o.

    Deixe-me dar alguns exemplos do porquê de achar que o vosso modo de pensar é errado, pela perspectiva científica.

    Pelo que percebi, se fizerem uma reportagem sobre aqueles que se preparam para o fim-do-mundo, não vai haver qualquer advertência para os vossos leitores dizendo-lhes que a verdade é que em dezembro de 2012 o mundo não vai acabar. Vão só fazer a reportagem, escudando-se atrás da lógica que são as pessoas que pensam assim e não vocês. E como algumas pessoas que fazem isto até são cientistas, para vocês é suficiente para considerarem ciência. Não há qualquer valor educativo ou de literacia. Não há qualquer ciência. Há sim uma reportagem desprovida de ciência.

    Se fôr uma reportagem à caça de gambuzinos, o que interessa é mostrar o que as pessoas fazem. A ciência, as respostas de que gambuzinos são imaginários, não interessa para a reportagem, porque é a resposta científica. O que interessa é fazer entrevistas às pessoas que dizem que os caçam.

    Ainda há uns meses atrás, houve uma Conferencia sobre a Terra Plana, onde a conclusão aparvalhada era que Galileu estava errado (quando até foi Aristóteles que provou que a Terra é redonda). Como nessa conferência, incluiram-se alguns PhDs, então para vocês deve-se divulgar essa conferência, sem qualquer pensamento crítico, e num site que diz que divulga ciência.

    Mas podemos sair de “cientistas” propriamente ditos. Deixe-me dar um exemplo da agricultura.
    Se houver uma Conferência sobre Agricultura, onde os promotores dizem que as batatas crescem nas árvores, para vocês é algo legítimo de se divulgar sem qualquer pensamento crítico. Afinal, cada qual tem direito a ter perspectivas diferentes dos assuntos. Logo deve-se divulgar, porque para vocês não é qualquer erro, nem se engana os leitores. Afinal, o valor da notícia é o EVENTO (a letra grande, tal como foi usado por si), mesmo que seja contra tudo o que se sabe sobre o assunto.

    Como se percebe, para mim, tudo isto é enganar os leitores à luz da ciência.
    Para vocês, não é, porque, segundo percebi, seguem o código deontológico do jornalismo.
    Parece-me que a grande diferença reside aqui: vocês vêem-se como jornalistas acima de tudo, e não como alguém que põe a divulgação da ciência acima do jornalismo “neutral”.

    Se este site fosse de generalidades que qualquer jornalista pudesse fazer, então penso que teriam razão; ao quererem divulgar ciência, então têm que perceber que a ciência passa por ter pensamento crítico, pensamento científico. Senão, não estão a prestar um bom serviço à ciência, porque estão a divulgá-la de uma forma que não corresponde à sua natureza, e estão a levar os leitores em erro sobre o que constitui ciência (devido ao vosso nome).

    Ou seja, estão a fazer um óptimo jornalismo, mas um péssimo serviço à ciência.
    E o que me parece é que só estão preocupados com a parte jornalística, até, penso eu, pelo vosso background. Ser ciência ou não, para vocês é indiferente. Não se querem adaptar a terem que seguir as regras da ciência. E isso é que está mal, porque mostram uma ideia da ciência que não corresponde à verdade.

    Se calhar, digo eu, sugeria que contratassem alguns cientistas, de modo a não caírem no extremo jornalístico sem pensamento científico. Convinha haver um balanço num site que se auto-intitula Ciência.
    No astroPT tentei fazer isso. Começamos pelo extremo oposto (reconheço isto), mas tenho convidado alguns jornalistas que têm aceite o convite para escreverem lá. Falta-nos fazer muito ainda… mas já percebi que o balanço é a melhor política.

    Novamente, peço que não me levem a mal.
    Peço-vos só que façam uma auto-reflexão.

    Quanto às opiniões, sou-lhe sincero: não estou a ver agora. Mas parece-me que vi antes no site a pedirem opinião. Não era a pedirem conhecimento. Era mesmo “Dá-nos a tua opinião”. Digo eu. Mas agora não consigo ver isso no site agora, por isso admito que poderei estar enganado.

    abraços

    P.S.: apesar de eu erradamente ter feito várias generalizações neste comentário, espero que as interpretem no espírito em que foi escrito: ou seja, não estava realmente a generalizar; estava somente a referir-me a esta reportagem, e não aos vossos outros artigos que me parecem muito bons.

  3. Também deixei o meu comentário aqui:

    https://www.facebook.com/ciencia20/posts/321915634542915

    Peço desculpa. Falaram-me desta discussão, mas estive fora do Facebook durante algum tempo.
    Sinceramente não entendo o porquê da discussão.
    Passo a explicar:
    – ainda há dias atrás, enganei-me numa coisa num dos meus posts no astroPT. Avisaram-me e eu pedi desculpa pelo erro e corrigi. Era objectivamente um erro. Por isso, para quê andar-me a justificar? Era erro. Ponto final. Daí que não entendo as justificações do Ciencia 2.0. Seria muito mais eficaz reconhecer-se o erro.
    – quase todos os dias recebo coisas para divulgar no astroPT. Raras vezes o faço. Porque raras vezes são ciência. Ainda há uns 3 meses atrás, um amigo meu, professor universitário, pediu-me para divulgar uma conferência que ele estava a co-organizar. Eu não o fiz. Razão que lhe dei? Não divulgo conferências pseudos. Penso que é este sentido crítico que faltou ao Ciencia 2.0.

    Há 4 coisas que não percebo nos argumentos do Ciencia 2.0:
    – diz que isto tem o apoio do Conselho de Reitores. Pergunto eu: o que isso interessa? Esta é uma conferência sobre Reitoria? Se o assunto não é Reitoria, então não percebo como esse argumento prova a ciência da coisa. Por outro lado, a ciência depende se a coisa é aceite e divulgada pelo Presidente da República, por exemplo? Claro que não. Logo, esse argumento não faz sentido.
    – diz que tem o apoio de diversos cientistas. Eu costumo ir a conferências sobre OVNIs. Isso faz os OVNIs ciência? Claro que não. Cada pessoa, mesmo os cientistas, fazem o que querem e vão ao que querem. Isso não prova que a coisa tenha que ser ciência.
    – têm aqui e no vosso site, vários cientistas a dizer-vos que cometeram um erro. Um projecto que se diz de ciência não deveria ouvir os cientistas? Penso que sim. No entanto, o que leio é justificações para não lhes darem ouvidos. Sendo assim, como querem divulgar ciência se não ligam aos cientistas? Não me parece nada correcto.
    – por último, a organização do evento penso que foi clara: aquilo é paraciência. Se é paraciência, então não é ciência. Basta ler as palavras para se perceber que não são a mesma coisa. Logo, das duas uma: ou o site Ciencia 2.0 deveria-se chamar Paraciência 2.0, ou então cometeu o erro de divulgar algo que não é ciência como se fosse ciência, não fazendo uso do pensamento crítico para avisar os seus leitores, e assim levou os seus leitores ao engano. Está assim a divulgar concepções erradas sobre ciência.

    Para mim, isto foi um equívoco, um erro. E toda a gente comete erros. Eu cometo todos os dias, e mesmo assim cá continuo. Corrigia-se o erro e pronto. Infelizmente, parece-me que a preferência foi pela discussão em vez da aprendizagem.

    Não entendo como isto pode levar a falar-se, por exemplo, no ultimo teorema de Format, que segundo sei foi demonstrado por um matemático, e não por um qualquer parapsicólogo.
    A verdade é só uma: a ciência funciona. Basta abrir os olhos e ver o mundo à nossa volta. E funciona porque os cientistas existem. Já os outros, os “para qualquer coisa” dizem o que sempre disseram durante milhares de anos, nunca evoluíram, nunca demonstraram coisa nenhuma, e nunca funcionaram. Não é difícil de perceber onde está a verdade.
    http://www.astropt.org/2011/05/21/profecias-da-ciencia/

    Para mim, como disse em cima, foi uma simples falta de pensamento crítico que levou a uma distracção de publicarem algo que não é ciência (daí o “para”).
    Esta distracção pode ter sido causada, talvez, por algumas concepções erradas do que é ciência. (a palavra-chave aqui é “talvez”). Que são “normais”, porque ninguém sabe tudo.
    Por exemplo, reparei que fomentam a participação das pessoas pedindo-lhes opiniões sobre os mais diversos assuntos. Ora, isso é de louvar, e realmente promove a interactividade e as pessoas sentem-se mais incluídas. O problema é que isso não é ciência. Pelo contrário, isso leva a concepções erradas sobre o que é a ciência. As pessoas ficam a pensar que a ciência é feita por opiniões de alguém. Esse é um dos factores que leva as pessoas para a pseudo-ciência. Porque imaginam que é tudo uma questão de ter opiniões diferentes. Mas a ciência não é feita de opiniões, mas sim de conhecimento. A Gravidade, a electricidade, os micro-ondas, os telemóveis, etc, funcionam da mesma forma quer as pessoas se chamem João ou Maria, quer estejam em Portugal ou na China, quer acreditem ou não em unicórnios voadores, quer sejam doutorados ou não, quer acreditem em parapsicologias ou não, quer tenham opinião A ou B. A ciência não depende das opiniões das pessoas. E funciona.

    Bem, já vou demasiadamente longo neste meu comentário.
    Espero que leiam este comentário de forma construtiva. Tentei dar algumas ideias sobre a natureza da ciência. Penso que mais do que conhecimento científico, a natureza da ciência é que mais falta na população, porque é um conhecimento transversal que se pode aplicar a diversos assuntos.
    O projecto Ciencia 2.0 tem bastante potencial. Por favor, levem-no de forma científica, e não o deixem cair nas armadilhas do que é sub-, anti-, para-,pseudo-cientifico.

    abraços

    1. Bem dito! 🙂

  4. Concordo com tudo o que foi dito, enquanto educadora, cientista e divulgadora de ciência. Entristece-me que um projecto que me entusiasmou e parecia prometedor se associe assim a pseudo-ciencia e insista que parapsicologia e espiritualimo é ciencia! E que se refira aos alertas de colegas de profissão e formados em ciência como “opiniões dos leitores”. E que se justifique usando o apelo à autoridade.

    O universo não quer saber se os cientistas têm renome ou não. E quem se dedica à parapsicologia não é um cientista, por muito nome que tenha. A Maya tb é muito renomada.

    Estou muito desiludida com a postura adoptada pelo projecto em relação à questão e não posso aprovar nem considerar que é credivel. Lamento, mas não continuarei a divulgar o que não é ciencia e se mascara de ciencia.

    1. Obviamente que há pessoas no projecto que não se revirão neste artigo ou postura. Essas pessoas é lógico que merecem consideração. No entanto, tendo em conta a postura de quem está à frente do projecto em si, e de claramente não ter sabido discernir ciencia de pseudociencia e não ter sabido auto-corrigir-se, digamos, como se faz em ciencia, deu uma péssima imagem ao projecto e às pessoas que nele trabalham. Fez um péssimo trabalho a defende-las da imagem negativa q estão a passar…

      Espero honestamente que o projecto vá em frente e na direcção cientifica. E respeito quem lá trabalha. No entanto, não consigo compactuar com algo que não faz distinção entre ciencia e pseudociencia, como já foi o caso de outro projecto distinto patrocinado por entidades oficiais e em que a imagem passada qd se tentou alertar para o erro foi de arrogância e ignorância total.

      Não é minha intenção, notem todos, deitar o projecto abaixo. É somente o de me mostrar desagradada e de não compactuar com certas coisas.

      Espero sinceramente que mudem de postura e dêem ouvidos aos colaboradores que têm, que decerto que já lhes chamaram tb a atenção.

  5. Esta foi a mensagem deles na página da polémica:

    “O Ciência 2.0 é um projeto de comunicação de ciência que tem como objetivo fundamental promover um maior diálogo entre ciência e sociedade. Assim, cabe-nos agradecer a todos os que, estando atentos a estas questões, não se coíbem de entrar em discussão sobre elas. Cabe-nos ainda esclarecer que o nosso papel é dar a conhecer as várias dimensões e perspetivas que envolvem a Ciência, desde que reunido o conjunto de condições mínimas que lhes confiram validade. No caso particular da Fundação Bial, trata-se de uma instituição com apoio do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e de um conjunto muito alargado de cientistas de renome, pelo que se encaixa no universo de assuntos que o Ciência 2.0 pretende dar a conhecer, sem entrar em juízos de valor, naturalmente. A vertente opinativa, deixamos para os nossos leitores. Esperamos, então, continuar a ver uma participação ativa na discussão de pontos de vista científicos com base nos conteúdos por nós tratados.”

    É lamentável esta falta de sentido crítico ou cedência sabe-se lá a quê. Aquilo que posso acrescentar é que se os conteúdos continuarem a seguir a via pseudo, será mais um site a entrar na lista dos sites sem credibilidade.

    • Paulo Pinheiro on 13/04/2012 at 16:55
    • Responder

    Isto é um lamentável ataque à Ciência séria que deveria ser vossa função acarinhar e proteger para bem de toda a sociedade, mesmo não sendo essa a intenção.
    Não vejo, com aquilo que se sabe pela moderna ciência, do funcionamento do cérebro e corpo humano, e dos pressupostos das “ciências” paranormais, como proceder a uma fusão entre estas duas de modo frutífero a ambas as partes e todos nós. Lamento que esta fundação, que diz apoiar a ciência, seja tão facilitista nestas matérias new age (pois é disso que se trata) e atraiçoe a racionalidade, a verdadeira ciência e vá acabar por contribuir para a divulgação de matéria obcurantista que, no final, só acabará por prejudicar a sociedade. Lamentável.
    Um site a esquecer.

  6. Se o Ciência 2.0 não tem critérios de avaliação sobre aquilo que publica ou deixa passar a divulgação de um simpósio onde se divulga a pseudo-ciência, serve para, no futuro, ficar reticente quanto aos outros artigos que publiquem.

    Quanto à Bial, a maioria do site parece ser bastante credível, mas a forma velada como equiparam a parapsicologia às outras ciências é muito suspeita.

    • João Monteiro on 13/04/2012 at 10:55
    • Responder

    Olá Equipa do Astro PT,

    Acompanho assiduamente o site da ciência 2.0 e mostro o meu desagrado para com a publicitação de investigação em pseudociência desenvolvido pela Bial. Não me oponho necessariamente aos investimentos da Bial (isso é outro assunto, como empresa financia o que quiser), mas oponho-me a que o site Ciencia2.0 divulgue a investigação em parapsicologia, como se de ciência se tratasse, o que não é o caso.
    Enquanto cientista e comunicador de ciência, fica a minha indignação.
    Cumprimentos

  7. Bem, a Fundação Bial diz que tem por intuito “o incentivo do estudo científico do Homem”.
    http://www.bial.com/pt/fundacao_bial.11/missao.15/missao.a36.html
    Mas dizer não quer dizer nada… tem que se olhar para o que faz.

    A comissão organizadora deste evento parece-me ser bastante credível em termos científicos, pelo menos a amostra de 3 pessoas que fui pesquisar no google.
    http://www.bial.com/pt/fundacao_bial.11/simposios.19/9%25c2%25ba_simposio.83/%C2%93aquem_e_alem_do_cerebro%C2%94.a186.html

    A jornalista que conduz a abertura é a que recentemente deu a notícia de mais artigos de ciência no Público:
    http://www.bial.com/pt/fundacao_bial.11/simposios.19/9%25c2%25ba_simposio.83/evening_encounter.99/sono_e_sonhos_alguma_questao%3F.a208.html

    Se é verdade que a conferência tem uma lista de cientistas consagrados, também reparo que tem algumas personagens que me parecem dúbias.
    Exemplo: Sally Rhine Feather, fundadora do Grupo de Experiências Psíquicas.
    http://en.wikipedia.org/wiki/Joseph_Banks_Rhine#Criticism
    http://www.newworldencyclopedia.org/entry/J._B._Rhine#Criticism
    http://www.skepdic.com/psychic.html

    No entanto vejam os centros apoiados pela BIAL.
    http://www.bial.com/imagem/CentrosInvestiga%C3%A7%C3%A3oIng.pdf
    Alguns deles, são estes:
    – Instituto de Psicologia Paranormal, Buenos Aires
    – Faculdades Integradas “Espírita” – Centro Integrado de Parapsicologia Experimental,
    Laboratório de Pesquisa Ganzfeld, Curitiba
    – Hospital Universitário de Brasília e NEFP – Núcleo de Estudos dos Fenómenos Paranormais
    – Instituto Nacional de Terapia de Vivências Passadas, São Paulo

    É verdade que dei uma vista geral pelos centros de investigação que a BIAL apoia e os outros são científicos.
    Mas a verdade é que esses que mencionei em cima, estão logo no topo (devido à ordem alfabética) e assim, mesmo inadvertidamente, destacam-se dos demais e retiram credibilidade à instituição. Parece que está a promover pseudos.

    Sinceramente, desde quando espiritismo e vidas passadas é ciência?
    Quem apoia esse tipo de coisas está a fazer um péssimo serviço à ciência, porque está a promover vigarices à luz do conhecimento.
    http://www.skepdic.com/paranormal.html
    http://www.skepdic.com/esp.html
    http://www.skepdic.com/pastlife.html

    E quando a notícia para divulgar esta conferência destaca:
    ““Estudar a espiritualidade do ser humano” – é este o principal objetivo da Fundação BIAL. Conhecer o corpo e a mente aliando a psicofisiologia e a parapsicologia numa abordagem transdisciplinar.”
    Obviamente que se pensa logo que se está a divulgar a parapsicologia (não ciência), o espiritismo (não ciência) e as vidas passadas (oposto à ciência) que a BIAL diz apoiar.

    Não sei se a conferência é pseudo ou científica.
    Pelas pessoas que pesquisei da comissão organizadora, parece ser cientifica. Pela forma como está a ser divulgada e por certos apoios que constam no site da BIAL, parece uma conferencia pseudo-religiosa mascarada como ciência.

    • Manel Rosa Martins on 13/04/2012 at 00:43
    • Responder

    Esta iniciativa do Ciência 2.0 – Conhecimento em rede, parece estar a começar a divulgar a Ciência com o pé esquerdo, pois o seu artigo-notícia-de-encomenda:

    “Publicado em 3/4/2012 por Isabel Pereira
    “Estudar a espiritualidade do ser humano” – é este o principal objetivo da Fundação BIAL. Conhecer o corpo e a mente aliando a psicofisiologia e a parapsicologia numa abordagem transdisciplinar.”

    É divulgar, a troco porventura de publicidade não anunciada, pseudo ciência.

    Com esses critérios não tem interesse a iniciativa Ciência 2.0, para divulgar disparates já nos chegam os pseudos.

  8. Quando vi este projecto, sinceramente pensei que fosse um bom projecto de divulgação científica. E acredito que ainda possa ser. No entanto um artigo recente na página web do Ciência 2.0 deixou-me com algumas dúvidas…

    http://www.ciencia20.up.pt/index.php?option=com_content&view=article&Itemid=139&id=80&hitcount=0

    Acho que é muito mau uma página dedicada à divulgação científica promover este tipo de eventos pseudo-científicos. Esperava sinceramente uma abordagem com mais sentido crítico…

    1. Concordo com o Pedro.

      Este é um projecto à partida prometedor, sob a égide da Universidade do Porto, instituição respeitável.
      No entanto, deveriam de ter mais cuidado com a postura perante notícias deste género.
      Optando por divulgar um evento ou fundação deste género, há que tomar uma atitude de pensamento crítico.
      No mínimo, colocando uma ressalva sobre a polémica do tema, consultando outras opiniões que não as de quem está envolvido. Esses, claro que vão defender a causa.

      Depois há a questão das instituições de reputação duvidosa, que estão a ser apoiadas pelas ditas bolsas, e que o Carlos Oliveira refere mais abaixo.

      Mais que criticar a notícia, critico a postura assumida tanto na notícia como nas interpelações que foram feitas a seu respeito.

      Não é assim que se divulga ciência e se contribui para a literacia científica dos portugueses!
      Assim, só estão a ajudar a promover mais pseudo-ciência, ou seja, crendices disfarçadas de ciência…ou “paraciência” como os responsáveis pela notícia/publi-reportagem chamam orgulhosamente.

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