Uma equipa de cientistas australianos da Curtin University, em Perth, Austrália, produziu recentemente o Lunar Gravity Model 2011 (LGM2011), um novo modelo do campo gravitacional da Lua com uma resolução espacial sem precedentes. Baseado em métodos testados com sucesso na Terra, o novo modelo melhora consideravelmente o detalhe de modelos anteriores, incluindo o SGM100i (um modelo gerado a partir de dados obtidos pela missão japonesa Kaguya) e os modelos preliminares produzidos pela missão Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO).
O desempenho surpreendente alcançado no LGM2011 é fruto da combinação de componentes do modelo SGM100i com dados topográficos obtidos pelo altímetro LOLA da LRO no período entre 2009 e 2011, e deverá rivalizar com o modelo que irá ser criado pela missão GRAIL.
Vejam em baixo alguns dos produtos gerados pelo novo modelo:
Mapa da aceleração gravitacional na superfície lunar (lado mais próximo à esquerda e lado mais distante à direita).
Crédito: Western Australian Centre for Geodesy (Curtin University).
Mapa das anomalias gravitacionais da Lua (lado mais próximo à esquerda e lado mais distante à direita). Reparem na presença de grandes superfícies com anomalias gravitacionais positivas no hemisfério mais próximo. Estas superfícies coincidem com as grandes bacias de impacto de Mare Imbrium, Mare Serenitatis, Mare Crisium, Mare Nectaris e Mare Humorum, regiões que contêm grandes mascons (concentrações de massa).
Crédito: Western Australian Centre for Geodesy (Curtin University).
Mapa da deflexões verticais superficiais da Lua (lado mais próximo à esquerda e lado mais distante à direita). A deflexão vertical indica o desvio da direcção da atracção gravitacional relativamente ao que seria medido num corpo perfeitamente esférico.
Crédito: Western Australian Centre for Geodesy (Curtin University).
Podem ler mais pormenores sobre este trabalho aqui.
2 comentários
Um delta de 0,025 m/s2 é suficiente para provocar alteraçãoes notórias na orbita de uma sonda? Entendo que a altitude da órbita tem influencia mas…
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Olá Paulo
É suficiente para provocar variações mensuráveis. Aliás, o método utilizado pelas duas sondas GRAIL baseia-se nesse princípio.