“Cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, usaram luz para empurrar elétrons através de uma barreira impenetrável pelos padrões da física clássica.
Embora o chamado tunelamento quântico esteja estritamente associado com a natureza de onda das partículas subatômicas, esta é a primeira vez que o fenômeno foi induzido e controlado por luz.
Partículas normalmente não conseguem atravessar paredes. Contudo, se elas forem pequenas o suficiente, passam a assumir uma dupla personalidade, sendo partícula e onda.
E, assumindo-se como ondas, a mecânica quântica dá-lhes a permissão para que elas atravessem barreiras de outra forma intransponíveis: é o chamado tunelamento quântico.
(…)
Enquanto, na física clássica, ao se deparar com uma barreira, uma partícula é sempre refletida, na mecânica quântica a função de onda dessa partícula/onda não assume um valor zero instantaneamente, o que significa que ela pode atravessar a barreira, dependendo de sua energia e da espessura da barreira.
(…)
Peter Cristofolini e seus colegas conseguiram o feito juntando matéria com luz – elétrons com fótons – para criar uma espécie de nova partícula, que eles batizaram de dipolaritons.
“Os filhos desse casamento da matéria com a luz são realmente novas partículas indivisíveis, feitas tanto de luz quanto de matéria, que desaparecem através de paredes de semicondutores à vontade,” explica o pesquisador.
Ou seja, tornado um só, o par fóton-elétron pode ser controlado como um feixe de luz, mas movimentando matéria através de matéria.
Como, pelo tunelamento controlado por luz, a matéria manipulada pode ser considerada como estando em dois lugares ao mesmo tempo, essas novas partículas eletrônicas poderão ser usadas para transferir informações da física em escala atômica para a física em escala humana – em outras palavras, tornar a mecânica quântica visível a olho nu. (…)”
Leiam o artigo completo no Inovação Tecnológica.
Leiam em inglês, aqui. E o artigo científico.
Abr 12
8 comentários
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Pergunto – me se será desta que se começam a investigar os computadores quãnticos.
O pirmeiro passo já está dado.
Já estão a investigar os computadores quânticos à algum tempo…
O D-Wave já existem à venda (possivelmente só permitem a venda a algumas pessoas/empresas, por uns “míseros” 10 milhões de dólares). A Google, NASA e a Universities Space Research Association desenvolveram-no (e continuam a fazê-lo), tendo-se a Lockheed Martin juntado mais recentemente nessa investigação (em 2011).
Em vez de bits, os computadores quânticos utilizam os qubits. Um qubit equivale a ter 4 estados possíveis: 00, 01, 10 ou 11. Este último modelo do D-Wave é o 512 qubit. Pelo que li, presume-se que possa estar mais ou menos ao nível do raciocino humano.
O site oficial é:
http://www.dwavesys.com/en/dw_homepage.html
Contudo, encontras facilmente mais informações sobre o D-Wave no google.
Tipo os sabres de luz dos jedi?hehehehe
A partícula não é um híbrido entre protão e elcetrão.
É um híbrido entre fotão, a partícula transportadora da luz, e o electrão.
O fotão tem massa e carga zero.
Como qualquer partícula transportadora, o fotão é um bosão.
Esta será uma partícula quasibosónica, mas a que se podem aplicar os dados do electrão, será um feixe de luz material, que se pode tocar.
Já agora, Manel e Carlos, obrigado pela atenção e elucidação proposta. 😉
É interessante um ponto que o Manel explicitou:
“O fotão tem massa e carga zero.”
Até mesmo para nós, da Ciências Exatas, soa um pouco estranho uma partícula que não possua massa, porém, detém quantidade de movimento. Penso que poderia se encaixar como um paradoxo. Não sei se o Manel tem percepção semelhante…
Abraços.
O efeito de tunelagem vê-se nos smartphones, no seu teclado drag&drop e na marcação de dígitos.
Os electrões são atraídos pela gravidade induzida pela pressão dos nossos dedos nas “teclas”, obrigados a “atravessarem-se” uns aos outros, introduzem a instrução correspondente e quando os dedos largam a “tecla” os mesmos electrões, que têm carga negativa, repelem-se e voltam às suas posições inicias.
O efeito de tunelagem explica a fusão dos átomos no Sol, explica porque o Sol brilha, já que os átomos são fusionados para produzirem tanto calor, luz, magnetismo e electricidade.
http://www.youtube.com/watch?v=qI5q6OqSo4s
Grande matéria, Carlos!
Já agora, somente uma dúvida: a massa dessa nova partícula (dipolaritons) seria a média entre a massa do próton e do elétron? Ou dependeria dos vetores campo elétrico e campo magnético?
Abraços.
Author
Não é minha :). É do Inovação Tecnológica 😉
Quanto à pergunta, vou chamar o Manel e o José, que eles sabem mais que eu de física quântica 😉