(Imagem simulada do observatório FINESSE em órbita terrestre. Crédito: JPL/NASA)
No âmbito do “Explorers Program” da NASA, o Jet Propulsion Laboratory (JPL) está a propor uma missão muito importante para o estudo de exoplanetas – o observatório Fast Infrared Exoplanet Spectroscopy Survey Explorer (FINESSE). Depois de lançado em 2016, e durante 2 anos, a missão propõe-se observar mais de 200 exoplanetas que realizam trânsitos, no infravermelho entre os 0.7 e os 5.0 micrómetros, com um espectrógrafo muito estável e preciso. Cada exoplaneta será observado em diversos pontos da sua órbita em torno da respectiva estrela hospedeira. Os espectros obtidos ajudarão a identificar as espécies químicas que compõem a atmosfera do exoplaneta, temperaturas, pressões, camadas de inversão e padrões de circulação atmosférica. Um estudo tão detalhado realizado para tantos exoplanetas permitirá ter uma noção mais clara da variedade de planetas que orbitam as estrelas na vizinhança solar.
(As diferentes vistas da atmosfera proporcionadas pelo movimento orbital de um exoplaneta que realiza trânsitos. Em cada um destes pontos pode obter-se muita informação sobre a atmosfera do exoplaneta analisando o seu espectro no infravermelho entre os 0.7 e os 5.0 micrómetros, uma gama de comprimentos de onda em que moléculas como a água, o metano, o monóxido de carbono, e o dióxido de carbono têm bandas de absorção importantes. Crédito: JPL/NASA)
O observatório consiste num telescópio de 75cm de abertura acoplado a um espectrógrafo, um sistema de guiagem para manter o telescópio apontado para as estrelas alvo, e as componentes electrónicas necessárias à sua operação, armazenamento e transmissão de dados e recepção de comandos. Os instrumentos serão refrigerados através de um sistema criogénico para garantir a sua estabilidade térmica e aumentar a sua sensibilidade. Note-se que, se não fossem refrigerados desta forma, os instrumentos do observatório emitiriam radiação infravermelha (calor) suficiente para abafar o sinal débil das atmosferas dos exoplanetas.
(As componentes do observatório FINESSE. Crédito: JPL/NASA)
O FINESSE será colocado numa órbita polar a uma altitude de 570 quilómetros que lhe permitirá manter os painéis solares virados para o Sol enquanto o telescópio se mantém virado para regiões do céu observáveis (longe do brilho do Sol, da Terra e da Lua). No seu desenho mais básico o observatório não terá um sistema de propulsão próprio pelo que, depois de colocado em órbita, não poderá fazer afinamentos de trajectória.
Podem ver mais informação sobre a missão aqui.
1 comentário
Como os piratas do Caribe navegando em águas misteriosas, os Exoplanetas têm grandes mistérios a serem descobertos, coisas muito além daquilo que já vimos no Sistema Solar, nosso pequeno quintal cósmico.