Água é o composto químico mais abundante no Universo; é constituída pelo mais abundante (hidrogénio) e pelo terceiro elemento mais abundante (oxigénio). Água no estado líquido é abundante na Terra, mas nos outros corpos do sistema solar está normalmente no estado sólido (gelo) ou no estado gasoso (vapor de água).
Após o sistema solar se formar, a maior parte da água ficou como gelo na superfície ou no interior dos planetas (e luas) mais distantes. Na verdade, a Terra tem relativamente pouca água, e a que tem está maioritariamente à superfície.
Água no estado líquido também se encontra presente nos oceanos interiores de Europa e Titã, luas de Júpiter e Saturno. Também poderá haver bastante água em Marte e em Enceladus, lua de Saturno.
A imagem mostra uma comparação do volume de água no estado líquido na Terra, em Europa e em Titã.
Europa, lua de Júpiter, deverá ter um oceano interior com 2 vezes mais água no estado líquido que a Terra.
Titã, lua de Saturno, deverá ter um oceano interior com 11 vezes mais água no estado líquido que a Terra.
Somente água no estado líquido é considerada nesta imagem, mas tanto Europa como Titã deverão ter também muita água no estado sólido (gelo).
A imagem assume que o oceano terrestre tem em média uma profundidade de 4 kms, que o oceano em Europa deverá ter 100 kms, e que o oceano em Titã deverá ter 200 kms de profundidade.
A imagem original, e as explicações, encontram-se no site do PHL.
9 comentários
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Acho que Ganymedes e Calisto também devem ser interessantes nesse aspecto *oceano global subsuperficial*. Recentemente vi notícias de que até os planetas anões Plutão e Ceres também podem ter. 🙂
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http://www.astropt.org/2010/12/27/plutao-pode-ter-oceano-de-agua/
http://www.astropt.org/2011/11/19/plutao-com-oceano/
abraços! 🙂
Olá Filipe,
Na fase de acrecção dos planetas, o sistema solar interior era demasiado quente para que a água e outros compostos voláteis se condensassem. Os planetesimais que cresceram nesta região formaram-se a partir de materiais com um elevado ponto de fusão, como os metais e os silicatos. Na Terra, a água surgiu depois, quando a migração dos quatro gigantes começou a destabilizar a Cintura de Asteróides e a enviar planetesimais ricos em água para o interior do Sistema Solar.
Sabemos que noutros sistemas planetários existem cinturas de asteróides e que muitos exoplanetas estão actualmente em órbitas instáveis (e possivelmente numa fase transitória de migração pelo sistema), pelo que é normal que outros exoplanetas nas chamadas zonas habitáveis tenham recebido água da mesma forma que a Terra.
Ah, ok. Mas nesse caso, Marte deveria ter recebido mais água que a Terra (assumindo que este esteve sempre na quarta posição planetária e a Terra na terceira). Qual a explicação para Marte ter perdido quase toda a água à superfície? (Sei que alguma está gelada nos pólos, mas, nesse caso, atualmente deveriam existir rios e mares de água líquida ou então que esta estivesse completamente congelada noutras partes do planeta. A que existe à superfície parece pouca).
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Para haver água à superfície é necessário haver uma atmosfera.
Marte tem pouca massa, o que fez com que não conseguisse reter a atmosfera, a não ser por alguns milhares de milhões de anos. Sem atmosfera, a água evaporou e alguma terá congelado, devido à diminuição de temperatura (devido à falta de atmosfera).
Pensei que tivesse algo a ver com o tamanho, mas não tinha a certeza. Obrigado pela explicação.
Segundo a teoria mais falada sobre a origem de água na Terra é que a água “chegou” congelada em meteoritos. Pois não era possível a água resistir ao planeta primordial. Não é mesmo possível a água sobreviver à fase de acreção ou evaporava e desaparecia do planeta completamente? É que nesse caso, as probabilidades de se encontrar água à superfície de um planeta na zona habitável de uma estrela seria muito menores, não?
Provavelmente Jupter e Saturno e talvez ainda Netuno e Urano tenham mais agua que a Terra também.
Afinal agua é fácil de encontrar e estes planetas são bem grandes deve ter muito de tudo.
A agua nestes planetas estaria diliúda por dentre os vários tipos de núvens pode milhares de km de altura.
Olá Xevious,
Os gigantes têm alguma água na sua composição mas sob a forma de cristais de gelo e vapor. O post refere-se à água em estado líquido. 😉