Voyager 1 cada vez mais próxima da heliopausa

Representação artística de uma das sondas Voyager.
Crédito: NASA/JPL-Caltech.

Em Junho passado, tinha dado conta aqui que a Voyager 1 estaria muito próxima de atingir a derradeira fronteira do Sistema Solar, a heliopausa. Nas semanas anteriores, a sonda havia detectado um rápido aumento na densidade de partículas energéticas interestelares, um dos três sinais que os cientistas esperam encontrar nos limites do espaço interestelar.

Raios cósmicos galácticos detectados pela sonda Voyager 1 nos últimos 12 meses.
Crédito: NASA.

A 28 de Julho surgiu um novo indício de que a Voyager 1 se encontra, de facto, numa nova região, muito próxima da heliopausa. A par de uma súbita aceleração no aumento da densidade de partículas interestelares, a sonda da NASA detectou uma quebra muito forte e rápida no nível de partículas com origem no interior do Sistema Solar. Este nível foi praticamente restabelecido ao fim de três dias mas, durante o mês de Agosto, os cientistas da missão assistiram a mais duas quebras, a última das quais muito profunda e aparentemente definitiva.

Partículas com baixa energia provenientes do interior do Sistema Solar detectadas pela sonda Voyager 1 nos últimos 12 meses.
Crédito: NASA.

A chegada oficial ao espaço interestelar acontecerá quando a Voyager 1 detectar o terceiro sinal, uma alteração significativa na direcção do campo magnético. Até agora, a sonda manteve-se numa região com a mesma orientação das linhas do campo magnético do Sol, o que indica que ainda não abandonou a heliosfera.
A Voyager 1 comemorou recentemente o 35º aniversário do seu lançamento. Neste momento, a sonda encontra-se separada da Terra por mais de 18, 24 mil milhões de quilómetros, uma distância que a torna no mais longínquo objecto construído pelo Homem.

6 comentários

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  1. Ok, entendi sua resposta.. Creio fiz confusão quando li vários artigos dizendo que as sondas Pionner já estariam fora do sistema solar, então, já que as Voyager teriam ultrapassado as Pionner, pq Voyager 1 ainda estaria na heliopausa e não também fora do sistema solar … (mas como vc disse, estão viajando em direções diferentes) ;o)

    1. A “nuvem” que nos rodeia é mais extensa que um lado do que do outro lado 😉

      Veja aqui:
      http://www.astropt.org/wp-content/uploads/2012/05/Heliopause.jpg

      abraços

  2. Sabemos que as principais evidências que sustenta a Teoria do Big Bang ou da grande explosão que criou o Universo, está fundamentada na tese da radiação isotrópica das ondas eletromagnéticas que considera que o bolo que gerou a explosão primordial estivesse em perfeito equilíbrio térmico. A outra evidência e que goza de maior consistência, se refere ao desvio para o vermelho das raias espectrais da luz emitida das galáxias distantes, também denominada de Constante de Huble. Ora sabemos através do efeito Doppleer-Fizeau que no movimento relativo entre a fonte e observador, a luz ou qualquer outra radiação eletromagnética emitida pela fonte em movimento, é recebida pelo observador por uma freqüência menor, isto é, comprimento de onda maior em relação à freqüência de origem. Sendo este fenômeno testado na prática e perfeitamente aceito, era natural que fosse aplicado universalmente. A partir desta concepção, alguns autores sugeriram que a teoria do Universo em expansão levaria os astrônomos a aceitar a velha concepção ptolomaica ou geocêntrica, por trazer a Terra para o centro do Universo, ou seja, para o centro da explosão inicial. Nesta condição, nosso instrumento perceberia todos os astros se afastando radialmente da Terra, e não poderíamos perceber o deslocamento tangencial uma vez que em qualquer direção ou época o ângulo de afastamento seria o mesmo.

    Se considerarmos que a freqüência de uma onda emitida por um astro sofre um deslizamento provocado pelo atrito das gigantescas forças gravitacionais e mesmo dos gases e matéria interes telares uma galáxia situada a uma distância de 10 bilhões de anos luz poderia sofrer um desvio para o vermelho pela atenuação de 190 trilhões de Hz. Teríamos dessa forma um deslizamento de 1900 hz por ano luz percorrido pela radiação, que em km representaria 2,038 x 10 x – 10 Hz/Km.
    Para realizar este teste seria necessário um instrumento de altíssima precisão. Considerando que o instrumento mais preciso que pude investigar tem uma resolução máxima de um milionésimo de Hz = 0,000001Hz. O transmissor ficaria situado a uma distância mínima de 5 mil km do receptor e perfeitamente sincronizado por um relógio de precisão. Uma maneira de realizar este teste seria com o lançamento de duas sondas espaciais situada em determinada região do espaço, e com relógios previamente cronometrados emitiria as freqüências que seriam medidas o valor e o tempo de chegada.
    A checagem de registros nas freqüências das portadoras das sondas Voyager e Pioneer seria muito sugestivo para comprovar uma possível diminuição no valor da freqüência entre o transmissor e o receptor. É possível que os técnicos que labutam com esses equipamentos realizem pequenos ajustes na freqüência de recepção ou mesmo mantenham ligados os CAF (controle automático de freqüência), sem dá conta que se trata de um deslizamento dessa freqüência, ou então confundam com outras anomalias.

  3. Sergio, por favor esclareça uma dúvida desta mera mortal?
    (desculpe se parecer uma pergunta ignorante, mas realmente é uma curiosidade de uma leiga)
    O que aconteceu com a Pionner 10 e 11? Tenho lido algumas publicações (que talvez estejam incorretas) que afirmam que estas sondas já teriam ultrapassado os limites do sistema solar (publicações que dizem que estas sondas já estariam no espaço interestelar) Ou seja, se isso for verdade, a Voyager então não seria a primeira sonda a fazer isso? Assim, posso interpretar que a Voyager chegou mais longe, tendo ultrapassado Pionner 10 (talvez por viajar mais rápido) mas que todas essas sondas ainda estejam na heliopausa? Ou realmente a Pionner 10 e 11 já ultrapassaram os limites, do sistema solar, se perdendo para sempre no universo (como dizem algumas publicações que se encontram por aí)?
    Já agradeço se puder esclarecer….

    1. As Voyager e as Pioneer vão em direcções diferentes.
      Mas para a sua pergunta o mais importante é que as Voyager são mais velozes que as Pioneer, e já as ultrapassaram 😉

      Neste momento, a Voyager 1 é o objecto feito pelos Humanos que mais longe está de nós.

      abraços

  1. […] Setembro do ano passado, o mesmo Sérgio Paulino deu-nos a saber estas informações: “A 28 de Julho surgiu um novo indício de que a Voyager 1 se encontra, de facto, numa nova […]

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