As aventuras de um elétron quase-livre

Recebemos a seguinte mensagem da professora Bele Sidney, afim de esta obter a nossa opinião sobre estas aventuras:

“Estou em contato com esse Professor para colocar a física no ensino fundamental, pois a criança tem muita imaginação e compreender as coisas abstratas da física seria muito mais fácil. Estou apostando na potencialidade e imaginação da criança. Estou fazendo, em parceria com ele, um trabalho sobre a física no ensino fundamental. Ao invés deles unificarem a física, química e biologia, deveria expandir as três para o ensino fundamental, desde a quinta série, de uma maneira adaptada. Ele me mandou esse trabalho e achei ótimo, o que acha?”

O Professor é Idelfranio Moreira, empreendedor do projecto Física Marginal, para divulgação da Física de forma simples e acessível na rede social Facebook.

Ao que respondi:

Está, como aqui dizemos, uma tara, muito giro mesmo 🙂

E muito rigoroso do ponto de vista científico, adorei ler isso.

Mas afinal o que são as aventuras dum elétron quase-livre?São uma BD- Banda Desenhada, ou quadradinhos, ou ainda cartuns, como são conhecidos (tanto quanto sei) estes formatos no Brasil.E partimos então à aventura:

*Elétron em Português do Brasil, electrão na Europa.

Sem dúvida que é tempo para, de forma adaptada por quem de direito e competência, se começar a ensinar a Física de Partículas, dos quantas (quantidades mínimas de energia) desde o Ensino Básico, denominado Ensino Fundamental no Brasil, às crianças.

Elas têm uma curiosidade enorme e revelam sempre muito interesse no mundo do muito pequeno.

Elas interagem com aparelhos que são aplicações práticas da Física quântica, tal como os lasers, os telemóveis, os “touchscreens,” e quantas vezes se perguntarão como funciona o forno micro-ondas, a máquina de barbear eléctrica ou o secador de cabelo.

Desta forma simples e bem divertida, como por outras porventura mais perenes ao longo dum ano lectivo, poderão ter uma preparação muito mais sólida e eficaz para os anos seguintes, afim de aprofundarem os conhecimentos de Física.

E há também uma razão mais fundamental, de fundamentos. A Física quântica fundamenta todos os fenómenos e todos os objectos do dia-a-dia, incluindo aqueles que podem ser explicados pela Física clássica do muito grande (maior do que uma molécula) ou ainda pela mais complexa Física Relativista.

Daí subscrever todas as iniciativas nesse sentido, que sejam, como esta, realizadas com prodigiosa imaginação e com rigor científico, daí esta pequena e fantástica aventura dum electrão quase-livre.

6 comentários

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  1. Off topic

    Era mais interessante Portugal e Brasil fazerem um acordo de palavras técnicas (brasil passava a dizer electrão e afins e nós passávamos a dizer banco de dados em vez de base de dados etc há muitos mais exemplos) do que esta coisa que ninguém entende e nem sequer tem lógica em termos linguísticos.

      • Manel Rosa Martins on 29/09/2012 at 00:10
      • Responder

      Olá Nuno José Almeida. A notação e os sistemas de unidades são sempre bom tema em Física. A Repóblica Federativa do Brasil adoptou a notação curta (1 bilião) e nós na Europa a longa (mil milhões, mas tudo se resolve em Ciência pela notação científica 10^9 (^ significa “elevado a”). Quanto a palavras, o acordo ortográfico, esteja-se ou não de acordo com isso, permite o uso das duas designações, mas a língua franca dos papers científicos é o Inglês o que obsta a mal-entendidos. Mesmo assim já houve grandes prejuízos em expedições não tripuladas (perdeu-se uma nave lançada para Marte) por causa dum mal entendido entre unidades de medidas de comprimento e de forças. Em física de partículas as particularidades do Português na riqueza das suas versões me nada prejudica tanto os trabalhos de investigação como os textos informais de divulgação . Discordo do seu “nem sequer tem lógica do ponto de vista linguístico,” a prova que tem é que são ambos utilizados.

      Dou-lhe razão num outro facto. Demora e requer adaptação, imagine quem trabalha toda a vida em inglês em notação curta e chega a Portugal e tem de escrever em Português na notação longa, é de facto maçador e até, confesso, chega a ser irritante, mas com a prática ultrapassa-se bem. 🙂

  2. Obrigada Rui, quanto a mim, toda a ajuda para melhorias será bem vinda. A nossa ideia e a criança entrar em contato com o mundo científico desde cedo, assim será mais fácil gostarem da física, química e consequentemente da matemática, matérias tão temidas pelos alunos, por falta de conhecimento. Essa historinha é mérito do professor e pretendemos divulgar cada vez mais esse e outros trabalhos que virão e mais uma vez, toda ideia será bem vinda 😀

  3. Também acho que a iniciativa é excelente e o formato encontrado para a duvulgação é adequado à faixa etária dos alunos.
    Mas também penso que pode haver aqui melhorias. As crianças gostam de histórias: uma narrativa, com um fio condutor, talvez um pouco de humor… sem sacrificar o rigor, evidentemente.

    Espero que esta iniciativa seja bem sucedida pois são bem vindas todas as estratégias que contribuam para aumentar o conhecimento da Física e da Ciência em geral. E quanto mais cedo melhor 🙂

  4. Excelente iniciativa! 😀

    As crianças têm uma capacidade extraordinária em aprenderem as coisas. Além do mais, são questionadoras e curiosas por natureza.

    Parabéns aos professores e desejo votos de sucesso para este projeto magnífico. 🙂

    Abraços.

    1. Muito obrigada Cavalcanti, mas o mérito maior fica com o professor, pois eu dei a ideia e entrarei com a parte pedagógica e a prática, essa historinha maravilhosa foi criatividade dele. :))))

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