Efeitos da micro-gravidade no corpo humano
Carlos Oliveira
Carlos F. Oliveira é astrónomo e educador científico.
Licenciatura em Gestão de Empresas.
Licenciatura em Astronomia, Ficção Científica e Comunicação Científica.
Doutoramento em Educação Científica com especialização em Astrobiologia, na Universidade do Texas.
Foi Research Affiliate-Fellow em Astrobiology Education na Universidade do Texas em Austin, EUA.
Trabalhou no Maryland Science Center, EUA, e no Astronomy Outreach Project, UK.
Recebeu dois prémios da ESA (Agência Espacial Europeia).
Realizou várias entrevistas na comunicação social Portuguesa, Britânica e Americana, e fez inúmeras palestras e actividades nos três países citados.
Criou e leccionou durante vários anos um inovador curso de Astrobiologia na Universidade do Texas, que visou transmitir conhecimento multidisciplinar de astrobiologia e desenvolver o pensamento crítico dos alunos.
6 comentários
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A relacção entre as ‘Generation Starships’ e a evolução humana foi retratada de forma interesante – bastante acelerada!!! – no filme Pandorum (2009) – neste caso, o Dark Side da evolução!!! -… a Ficção-científica resolve todos estes problemas com duas invenções: Os escudos electro-magnéticos em redor das Starships; e/ou a gravidade artificial!!!
Fácil…!!!
Abraços
Havia um filme do James Bond em que o mau da fita (que era mau como as cobras venenosas mas tinha umas naves fantásticas) fazia essa selecção de astronautas super-homens e super-mulheres, e matava toda a humanidade com bombas atómicas por ser inferior. Claro que o James evitou isso tudo e ainda deu 3 voltas à Terra para mostrar as vistas à Bond girl que era das boas e não dos maus. :))
Mas estes problemas de saúde muito graves apenas são induzidos pela microgravidade, na ISS os Astronautas estão submetidos a ~90% da gravidade na superfície da Terra.
Há outros problemas muito mais graves: as radiações fora da protecção do campo electro-magnético da Terra são letais para os seres humanos e para quase todas as formas de vida (a Tardigrada, urso de água é uma excepção).
Os super-humanos aí sofrem exactamente o mesmo dos humanos com menos preparação física, morrem ambos duma série de doenças cancerígenas, de crescimento incontrolado do esqueleto e sofrem também dos problemas psicológicos duma pessoa a ver o seu corpo a literalmente desfazer-se.
Portanto de nada adianta super seres humanos, é uma divagação da ficção científica, interessa é desenvolver materiais e sistemas de protecção que ainda hoje não existem, incluindo para choques com micro meteoritos, que não são detectáveis pelos radares actuais.
Tal como estamos uma viagem a Marte (6 meses para ir, pelo menos ano e meio para poder voltar e mais 6 meses para voltar, portanto 2 anos e meio de total de viagem) é, na prática, uma condenação à morte de seres humanos fisicamente muito bem preparados.
*e pior do que enviar Diogo Cão numa barca de 12 metros para descobrir a foz do Rio Congo, as hipóteses de sobrevivência dos Astronautas são muito menores.
A saúde humana no espaço é uma das prioridades de investigação científica da EEI (Estação Espacial Internacional), nesse ambiente de micro-gravidade forma desenvolvidas 19 moléculas que estão na base do excelente resultados recentes no combate aos cancros (exietem mais de uma centena de cancros e uma mesma célula pode estar afectada por diferentes formas de cancro).
Ou seja, temos que nos aventurar de forma gradual, e descobrir no processo remédios e outras terapias que ajudam, e muito, quem fica com os pés assentes aqui na Terra. :))
Author
A ideia por detrás das Generation Starships é precisamente essa: naves convencionais, bastante lentas, a irem pelo espaço com uma percentagem da Humanidade e com biosfera própria dentro das naves, e que muitas gerações depois poderiam talvez chegar ao destino.
Nessa altura, já gerações de humanos teriam considerado as naves como as suas próprias casas, e talvez nunca mais quisessem sair para planetas, levando assim ao desenvolvimento de um “homo universus” 😉
Seria quase anti-religiosa a ideia, mas um pouco de darwinismo aqui poderia ser benéfico para a exploração espacial, haver uma classe elite apenas para ser enviada para o espaço! Como se sabe a vida adapta-se, e a procriação no espaço, ao final de muitas gerações teria-mos os “primeiros” humanos mutantes da nova era! o homo-universus-mega-sapiens! 😀
Agora falando mais a sério, é incrível o que é preciso ser e fazer para se ser um astronauta!
Ou seja, o “Primo” do Waldo. Se alguém da terra lhe aviasse um “pêra” o tipo partia-se ao meio.
É bem verdade, mas não sei efeitos éticos isso teria. É mais fácil aceitar que os seres humanos desenvolvam uma nova espécie noutro planeta que no espaço (como já disse o homo martes ou o homo sapiens martes, no caso de uma subespécie), devido à falta de recursos e à nossa falta de preparação para tal ambiente.
Mas, para dizer a verdade, tive a mesma ideia enquanto lia o post.