Curiosity prova solo marciano

As areias de Rocknest vistas pelo Curiosity em Outubro de 2012.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS.

O Curiosity completou esta semana as primeiras análises ao solo recolhido na língua de areia de Rocknest. Os resultados mostram que a mineralogia do solo de Aeolis Palus é semelhante aos solos basálticos de origem vulcânica encontrados nas ilhas do Hawaii.
Estacionado em Rocknest há quase um mês, o Curiosity esteve ocupado a analisar algumas amostras de areia marciana com o CheMin (Chemistry and Mineralogy X-Ray Diffraction Instrument), uma versão miniaturizada dos sofisticados instrumentos de difracção de raios X usados nos laboratórios de Geologia na Terra para a determinação da composição química de minerais. O método utilizado pelo CheMin tem a vantagem de proporcionar uma identificação mineralógica muito mais exacta que qualquer outro método anteriormente usado em Marte, uma vez que providencia informações cruciais acerca da estrutura cristalina dos minerais analisados.

A “boca” do CheMin fotografada pela MAHLI a 11 de Setembro de 2012.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS.

Antes de serem ingeridas pelo CheMin, as amostras foram previamente processadas com uma pá vibratória para excluir partículas com um tamanho superior a 150 µm (aproximadamente a largura de um cabelo humano). Nas amostras foram observados pelo menos dois componentes distintos: poeira proveniente de outras paragens, distribuída globalmente pelos ventos marcianos; e areia fina com origem mais localizada. De formação mais contemporânea, as areias de Rocknest são mais representativas dos processos geológicos modernos de Marte do que os conglomerados estudados anteriormente.
As análises realizadas pelo CheMin mostram que o solo marciano tem uma mineralogia semelhante a material basáltico com quantidades significativas de feldspato, piroxeno e olivina, uma composição que não surpreendeu os cientistas da missão. Praticamente metade do solo analisado é constituído por material não cristalino, como, por exemplo, vidros vulcânicos ou produtos resultantes da sua erosão.

Peridoto, uma variedade de olivina.
Crédito: Caltech.

“Até agora, os materiais analisados pelo Curiosity são consistentes com as nossas ideias iniciais de que os depósitos da cratera Gale reúnem registos temporais de uma transição de um ambiente mais húmido para um mais seco”, afirmou David Bish, co-investigador do CheMin, na conferência de imprensa de ontem. “As rochas antigas, como os conglomerados, sugerem a presença de água corrente, enquanto que os minerais nos solos mais jovens são consistentes com interacções limitadas com a água”.

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