Raios-X

Faz hoje 116 anos que se descobriu os Raios-X. O mérito é de Wilhelm Röntgen.

Quando se pensa em raios-X, lembrámo-nos imediatamente das máquinas que nos permitem ver o nosso interior (como os ossos). Aliás, provavelmente só pensamos neste tipo de radiação, quando nos dói alguma coisa e temos que nos dirigir ao hospital.

Quando esta radiação foi descoberta, apareceram logo os vigaristas do costume a falar de “energias invisíveis” e que esta “energia” (notem que na ciência se fala em radiação) nos iria matar a todos.
Hoje, os vigaristas do costume continuam a dizer o mesmo, nem percebendo que a ideia de “energias invisíveis” vem precisamente da descoberta científica de radiação em diferentes comprimentos de onda (que a ciência explica perfeitamente), e nem percebendo que estão a cuspir no prato que lhes dá de comer (ou seja, estão hipocritamente a utilizar estas descobertas da ciência para as negarem).

Os raios-X são bastante importantes na astronomia, porque nos permitem “ver” coisas e compreender fenómenos que de outra forma não veríamos/compreenderíamos.
Para conseguirmos ver o espaço em raios-X temos que ter telescópios no espaço, já que os raios-X não passam pela atmosfera terrestre.

Um dos exemplos destes telescópios espaciais, é o Observatório Chandra de Raios-X.

Imagens do Sol em raios-X, visto pela sonda espacial SoHO:

Porventura, a imagem mais bonita tirada em Raios-X, pelo Chandra, é a Mão de Pulsar:

2 comentários

    • Manel Rosa Martins on 09/11/2012 at 09:07
    • Responder

    Fantástico Post!

    Havia um grande debate sobre a difracção da luz entre a teoria corpuscular (partículas, ele inventou a palavra corpúsculo) de Newton e a teoria das ondas de Huygens. Newton dizia que a luz acelerava ao atravessar um vidro ou a água e Huygens dizia que desacelerava.
    Newton ganhou a título da sua autoridade e do seu prestígio.
    Mas autoridade em Ciência é um argumento falacioso. A velocidade da luz ao atravessar a água foi medida passado muito tempo da abertura do debate e conclui-se que Huygens tinha razão.
    A Teoria das ondas ganhava em toda a linha, influenciando Maxwell, que a aprofundou com as suas equações de resistência e de fluxo e unificou-se a electricidade com o magnetismo, com previra Michael Faraday!
    Mais, Einstein (que tinha um retrto de Maxwell no seu gabinete) e até Max Planck e, cúmulo dos cúmulos, Erwin Scroedinger eram todos grandes cientistas totalmente das ondas, da Física clássica, apesar de terem sido eles quem abriram as fronteiras da Física Relativista e da Física…de Partículas.

    Mas continuando a partir de Maxwell, descobriu-se depois que a luz visível que os nossos olhos captam era e é uma parte muito pequena, mas muito pequena mesmo (4 centímetros em 4 mi quilómetros) do Spectrum (outra palavra inventada por Newton) do Campo electromagnético. Descobrira-se também a noção de Campo.

    Veio o grande cientista Gustav Hertz (20 anos após a morte do grande Maxwell) que descobriu ondas de rádio no final do comprimento de onda do Spectrum.

    E veio outro físico alemão, este aqui ilustrado neste artigo, Wilhelm Roentgen (sem trema há quem prefira escrever “oe”) e descobriu no lado oposto do rádio no mesmo Spectrum os raios X !

    Foi um grande triunfo da Física clássica que levou a aplicações práticas como as transmissões radiofónicas e as radiografias que revolucionaram a nossa civilização.

    Que excelente post este, até vejo Maxwell todo contente a atirar papéis da sua janela na Universidade de Cambridge para anotar cuidadosamente onde caíam no pátio do claustro dos estudantes!

    Fantástico :)))))))))))

    Espera lá, mas Newton voltou mais tarde a ter parcialmente razão com as suas partículas, mas isso já é a História posterior, e ainda mais fantástica, da Física de Partículas.

    Que delírio de post!

    :))))))))))))))

  1. Apenas um acrescento à este excelente artigo.

    A imagem de uma radiografia é dada pela equação de contraste:

    C = I(sub índice 0) / I(sub índice S)

    onde: C –> Contraste;
    I(sub índice 0) –> Intensidade de radiação que atravessa um determinado corpo;
    I (sub índice S) –> Intensidade de radiação que atravessa áreas fronteiriças deste (corpo)

    Quanto maior o contraste, melhor a obtenção de uma imagem radiográfica. Contraste este que depende dos corretos parâmetros no envio dos raios x em uma determinada área do corpo humano a ser analisada.

    Abraços.

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