Com a aproximação do Conselho Ministerial que se realiza a 20 e 21 de Novembro em Itália, a ESA tem-se esforçado para realçar a importância que o espaço e desta reunião onde será definido o futuro do setor espacial europeu. Em cima da mesa estão questões de vital importância para todos os europeus.
Os ministros responsáveis pelas atividades espaciais nos 20 países membros da ESA e do Canadá vão reunir-se de forma a chegarem a acordo sobre os futuros programas espaciais da ESA, com o objetivo de aumentar a competitividade e o crescimento da Europa, a par dos avanços científicos.
O debate será amplo: a Agência – uma organização intergovernamental de países europeus – é uma das poucas entidades no mundo ativa em todas as áreas do espaço: explorar o espaço e salvaguardar o ambiente terrestre enquanto se impulsiona o know-how técnico do nosso continente e a competitividade económica.
Criada em 1975, a ESA tem levado a indústria europeia do espaço a tornar-se num líder mundial, com 6000 milhões de € de volume de negócios anual, empregando diretamente 35 000 profissionais qualificados – na linha de frente do mercado mundial de telecomunicações e de lançadores, atingindo também um papel de relevo na ciência europeia, no campo astronómico e planetário bem como em missões científicas na Terra. O número de empregos relacionados com o espaço na Europa, quando incluindo o emprego em setores a jusante, é dez vezes maior. E tudo isso é feito com o equivalente ao custo médio de um bilhete de cinema por ano, por europeu. A liderança da ESA e o apoio contínuo às delegações dos seus Estados-Membros têm forjado uma indústria ganhadora de contratos no mercado global aberto.
Dos satélites meteorológicos às telecomunicações, navegação e monitorização ambiental, os sistemas espaciais que a ESA foi concebendo e pondo em prática ajudaram a reforçar a independência estratégica da Europa e a prosperidade comum.
Gastar no espaço acabou por ser um investimento sólido, impulsionado por um efeito multiplicador: por cada 1 € investido no espaço o retorno é de várias vezes o seu valor para o conjunto da economia. O investimento no espaço é um investimento no conhecimento, inovação e inspiração. O Espaço contribui para o emprego, crescimento e competitividade em muitos setores da economia, além de ser em grande parte imune a terceirização.
Numa altura em que a Europa enfrenta os desafios de um mundo em transformação contínua, atingir a inovação é mais importante do que nunca. Ao encontrar novas maneiras de fazer coisas novas, a ESA dá origem a novos empregos, empresas e indústrias de alto valor acrescentado.
O único compromisso obrigatório para os países membros da ESA é o programa científico da Agência, juntamente com a sua pesquisa básica e a tecnologia bem como o financiamento das infraestruturas operacionais. O apoio aos restantes programas da ESA é opcional. Este demonstrou ser um método extremamente robusto e flexível de organização, que permite aos Estados-Membros favorecer as prioridades nacionais e ainda colher os benefícios da ação coletiva.
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Caro Manel Rosa Martins
sendo a ESA um organismo governamental não pode ser representado por associações privadas como é o caso da Proespaço (que é uma associação de empresas privadas ligadas ao espaço e que tem assento numa organização europeia provada ligada que representa a indústria.).
O Estado Português representa-se nas instãncias europeias, ESA incluida, pelo Gabinete Português para o Espaço que está sob alçada da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e que podem ver aqui: http://alfa.fct.mctes.pt/apoios/cooptrans/espaco/ o que fazem e quais as prioridades de Portugal no espaço.
Note-se que a o Gabinete Português para o Espaço (GPE) é o elo de ligação entre Estado-Instituições Europeias a nível mais técnico. Por exemplo, no Conselho Ministerial, como o próprio nome indicia, são os Ministros da área que representam cada Estado Membro. O GPE faz também a ligação com a indústria e com as instituições de ensino em Portugal.
Espero ter esclarecido e respondio igualmente às perguntas do Dinis.
Quais são as nossas prioridades nacionais?
Caro Dinis Ribeiro,
Na página web da ESA o espaço de Portugal é representado pelo organismo Proespaço que reúne os interesses das empresas portuguesas envolvidas na exploração espacial, sendo esses um dos seus objectivos mo capítulo da integração e benefícios económicos:
http://www.proespaco.pt/empresas.html
Objectivos principais:
Promover, em Portugal, as actividades relacionadas com o espaço, em todos os seus aspectos.
Ser o Organismo representativo da Indústria para servir de interlocutor e interface com a Administração Pública e com os Organismos Nacionais e Internacionais para todas as matérias relacionadas com a indústria espacial
Trabalhar com todos os níveis de Governo (local, regional , nacional e supra-nacional) para aumentar substancialmente a participação da Indústria Portuguesa nas actividades a nível Nacional, Europeu e Global, relacionadas com o Espaço
Fornecer informação tratada sobre a indústria espacial em Portugal, bem como sobre todos os programas de investigação, desenvolvimento e suporte correspondentes
Dar uma só voz à indústria nacional no que concerne à orientação da Política Portuguesa para o Espaço
Expandir e reforçar a cooperação entre empresas, universidades e instituições públicas de investigação nas actividades de I+D que visem o desenvolvimento de novas tecnologias e produtos para uso no Espaço
Contribuir com estudos, análises e opiniões para as instituições e organismos responsáveis pela preparação da Política de Espaço Portuguesa e correspondentes planos de desenvolvimento industrial.
Objectivos secundários:
Constituir-se como um forum organizado para a discussão e desenvolvimento empresarial visando as necessidades da Comunidade Portuguesa do Espaço
Acumular e intercambiar conhecimento dos mercados em benefício dos membros da Associação
Criar e pôr em funcionamento grupos de trabalho para formular e planear actividades relacionadas com áreas específicas que se revelem de interesse comum
Representar e expressar o interesse comum da industria Portuguesa perante o publico e as Organizações Internacionais com objectivos similares
Informar cada nível da sociedade da importância das aplicações das tecnologias espaciais para a nossa vida presente e futura
Permitir um acesso fácil de Instituições Estrangeiras ao conhecimento da Indústria Espacial Portuguesa
Organizar visitas de Delegações a Portugal e correspondentes reuniões.
Constituir, manter e actualizar permanentemente um Catálogo completo da Indústria Espacial Portuguesa, incluindo um Directório de Membros, do segmento de Espaço, do segmento de Terra e dos Serviços Correspondentes.
Representar a Indústria Portuguesa do Espaço em Feiras e Exibições Internacionais.