A Terra receberá amanhã a visita do asteróide 2012 XE54. Descoberto apenas ontem à noite, o pequeno objecto passará pelas 10:10 (hora de Lisboa) a uma distância mínima de 214 mil quilómetros da superfície terrestre, pouco mais de metade da distância média entre a Terra e a Lua.
Durante a próxima madrugada, o asteróide fará uma incursão pelo cone de sombra do nosso planeta, um fenómeno relativamente raro em encontros entre asteróides e a Terra. De acordo com os mais recentes cálculos da sua trajectória, este eclipse parcial deverá ser visível entre as 01:22 e 02:00 (horas de Lisboa). O máximo do eclipse acontecerá por volta das 01:41 (hora de Lisboa), a uma distância de cerca de 447 mil quilómetros da superfície da Terra.
Animação mostrando a Terra e o Sol vistos da superfície do asteróide 2012 XE54 durante a sua passagem pelo cone de sombra do nosso planeta.
Crédito: Pasquale Tricarico.
2012 XE54 é um objecto rochoso com 22 a 49 metros de diâmetro, pertencente ao grupo Apollo. Espera-se que durante a madrugada, o pequeno asteróide atinja uma magnitude aparente de 13, pelo que deverá estar apenas acessível a telescópios com aberturas iguais ou superiores a 200 mm.
16 comentários
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q dia?
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Olá Ana,
Está no post. 😉
Este asteróide passou no dia 11 de Dezembro.
Senhor Sergio,boa tarde! Fiquei pasma com a informação sobre o asteróide de 10 de dezembro e também com o Toutais, de hoje (12-12-12). Sou bibliotecária, me chamo Helena, moro no Brasil. Tenho também muito interesse em astronomia (como leiga). Acompanho muita coisa pelo site da NASA. Tem muita gente dizendo besteiras pela internet, mas pelo perfil do sr. achei suas informações muito confiáveis, com bases científicas mesmo. Aqui no Brasil é bem difícil achar pesquisa séria e acessível na área de astronomia, não tem como ficar bem informada. Gostaria de me filiar a um perfil do sr. (se houver), acompanhar seu site na internet, ou seguir seu perfil no twitter. Não tenho twitter, faria só para seguir as informações postadas pelo senhor. O sr. tem twitter?…Ou algum blog? Ou site? Qual é? Como posso acompanhar de perto as informações queo sr. divulga pela internet ?
Atenciosamente, muito obrigada.
Helena Duval de Oliveira, Bibliotecária, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Biblioteca do Instituto de Química.
e-mail: [email protected]
Helena,
Todos os nossos textos são com base no conhecimento, com base na ciência. 😉
O astroPT é um local de ciência, feito por cientistas.
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abraços
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Olá Helena,
Muito obrigado pelas suas palavras. Tal como o Carlos já referiu, o AstroPT é um local de ciência, pelo que encontrará por aqui apenas informação com base no conhecimento científico. Seja bem vinda! 😀
Amigos:
Entre os Gigantes Gasosos, costumeiramente há asteróides que se tornaram luas de Jupiter, Saturno, Netuno, devido a passagens como essas que vimos de asteroides em nossas imediações nos últimos tempos ao longo do minucioso estudo de NEOs.
Entendo que isso acontece rotineiramente nos gigantes, e não aqui, devido ao vasto campo gravitacional destes, e devido também a velocidade orbital dos asteróides no Sistema Solar exterior ser bem menor que aqui, mais perto do Sol, onde esses rochedos viajam com maior velocidade; assim, eis dificuldade a Terra de capturar alguma “luazinha”.
Mesmo assim, gostaria de saber se existe, mesmo que remota, a possibilidade matemática, tamanho, proximidade, angulo e velocidade orbital – de algum objeto errante ser capturado em nossa órbita e se tornar nossa segunda lua. Abraços. 😉
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Olá Jonatas,
Excelente pergunta! 😀
Tens uma resposta à altura neste artigo do Scott Sheppard: http://www.dtm.ciw.edu/users/sheppard/pub/Sheppard06IrrSats.pdf.
Ou seja, para a Terra poder capturar um asteróide na sua órbita, este teria de fazer a sua aproximação junto a um dos pontos de Lagrange do sistema Terra-Sol. Para que esse objecto se tornasse numa lua permanente, teria de existir um mecanismo de dissipação de energia orbital. Um mecanismo eficaz seria através de uma colisão ou de uma passagem próxima a outro asteróide no interior da esfera de Hill da Terra. Ora, como as velocidades orbitais dos NEOs são geralmente muito elevadas e como os encontros entre asteróides no Sistema Solar interior são fenómenos muito raros, a probabilidade da Terra capturar permanentemente um asteróide na sua órbita é ínfima. Ainda assim, conhecem-se alguns casos de captura temporária de asteróides na órbita terrestre. Veja-se, por exemplo, o caso do asteróide 2006 RH120, que completou 4 revoluções seguidas entre Setembro de 2006 e Junho de 2007, antes de ser ejectado para uma órbita heliocêntrica.
Será que existe algum risco deste asteróide pela distância relativamente próxima a Terra de ser atraído pelo nosso campo gravitacional ? Outro dado interessante que você postou foi de este asteróide ser detectado somente ontem.
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Olá Francisco,
Não. A sua velocidade relativa não permitirá que isso aconteça. Ainda assim, mesmo que este asteróide atingisse a Terra, o mais provável seria a sua fragmentação na atmosfera. 🙂
Que legal!!!!
Mas se um objecto rochoso com 22 a 49 metros de diâmetro não se desfragmentasse na entrada, faria um grande estrago, correto?
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Olá Diogo,
Mesmo que este objecto fosse inteiramente constituído por ferro, não sobreviveria inteiro à passagem pela atmosfera terrestre. No pior dos cenários, os fragmentos colidiriam com o solo, formando pequenas crateras com poucos metros de diâmetro. Para verificar outros cenários, pode fazer simulações aqui: http://impact.ese.ic.ac.uk/ImpactEffects/. 😉
Não percebo, um asteróide com esta envergadura e só é descoberto ontem.
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Olá Mário,
Objectos com estas dimensões passam com regularidade nas proximidades da Terra. Como são muito pequenos, a maioria só é detectada quando se encontra a curta distância do nosso planeta, altura em que os seu brilho é mais elevado (magnitude aparente mais baixa). Mesmo assim, são já conhecidos e continuamente monitorizados pelos astrónomos mais de 9300 NEOs (objectos com órbitas próximas da órbita da Terra), 1350 dos quais são asteróides potencialmente perigosos. 😉
Veja, por exemplo, a quantidade de objectos que estão a passar neste momento junto ao nosso planeta: http://szyzyg.arm.ac.uk/~spm/local.png. Nada disto se saberia sem a existência desses programas de monitorização. Só não se faz mais porque falta investimento em instalações (observatórios) e pessoal especializado (astrónomos).
http://www.astropt.org/2012/05/17/nasa-estima-a-existencia-de-4-700-asteroides-potencialmente-perigosos/
http://www.astropt.org/2012/06/15/perigo-de-asteroides/
http://www.astropt.org/2011/12/28/activa/
😉
Então vocês dão estas noticias assim de repente não querem que o pessoal comece a entrar em paranoias do fim do mundo?
Um cometa que foi descoberto ontem à noite (jizassss…), e que vai passar a metade da distância entre a terra e a Lua.
É que numa situação destas nem sequer há tempo para avisar o Bruce Willis. 🙂
Fernando,
3 horas antes do Sérgio publicar o artigo, já o Sérgio tinha telefonado pessoalmente ao Bruce Willis e confirmou que ele estava prontinho para nos salvar se fosse necessário:P eheheehheh 😀
abraços!