Cloud Atlas

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Fui ver o filme Cloud Atlas, e adorei!
É um filme complexo, até confuso algumas vezes… e mentiria se dissesse que percebi todo o filme. Mas até por isto, adorei o filme, porque me fez pensar e não me deu as respostas todas de bandeja.
Como diz a crítica da Forbes, o filme é uma “Gorgeous Mess”.

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É certo que o facto de estar “tudo interligado” leva-me a pensar em ideias pseudo, religiosas e New Age, das quais quero distância, mas por outro lado é atractivo pensar que estamos ligados a acontecimentos passados e influenciamos futuros eventos e futuras pessoas.

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Se é certo que esta ideia parece estar subjacente a uma ideia de determinismo, a verdade é que todo o filme promove a ideia de liberdade de escolha, mostrando mesmo que são as nossas escolhas e atitudes diárias que vão influenciar grandemente o nosso futuro, para o bem e para o mal.

birth our future

Neste sentido, penso que uma das ideias subjacentes ao filme é a justiça intemporal a que costumamos chamar de Karma: se fizermos bem aos outros, então também nos farão bem a nós; se fizermos mal aos outros, então a nossa vida também sofrerá revezes maldosos.
Sinceramente, é uma filosofia que aprecio…

Uma das coisas que gostei especialmente no filme é a mensagem de optimismo, de esperança.
Que me lembre, por todo o filme, ninguém se queixa da vida. Mesmo aqueles que morrem, sabendo que vão morrer, sabem que é por bons motivos. Não há pessimismo nem negativismo, o que obviamente me atraiu de sobremaneira no filme.

Também gostei da promoção da mensagem de eliminar os preconceitos, revolucionar o mundo, ao abrirmos os nossos próprios horizontes, ao conhecermos mais do mundo em que vivemos e das pessoas que partilham connosco este planeta.

Adorei, obviamente, eles no final viajarem para outros locais da galáxia.

Há uma coisa que não gostei no filme, e foi mesmo no final do filme quando Zachry diz que vê a Terra no céu como um ponto azul brilhante. Àquela distância a Terra é certamente invisível e nunca seria brilhante.

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Para mim, a personagem que mais gostei, até por ser das duas histórias no futuro, foi a Sonmi-451 (será que teve a ver com Fahrenheit 451?), quer como mulher quer como deusa.

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Gostei bastante de duas frases no filme.

Uma delas diz-nos que a nossa vida é o que fazemos dela, que se pode generalizar dizendo que o mundo é aquilo que nós fazemos dele – novamente a ideia que as nossas acções têm repercussões em tudo o resto.
Neste caso, se deixarmos de ser invisíveis, clones de outros e do que a sociedade espera de nós, por pequenos que sejamos no mundo e mesmo que sejamos só uma pessoa, a verdade é que poderemos fazer revoluções.
A nossa pequena gota, junta com milhões de outras gotas que se sintam inspiradas por nós, pode mudar o mundo para melhor.

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A outra frase que gostei bastante diz respeito à promoção da aprendizagem: a vida é uma viagem para aprendermos. Se o fizermos, não só compreender-nos-emos muito melhor a nós próprios, mas certamente que teremos uma vida melhor.
“Knowledge is a mirror. For the first time in my life I was allowed to see who I am, and who I could become.”

5 comentários

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  1. Sobre o fim da história, fiquei na dúvida se a colónia estava num planeta da Via Láctea, pois via-se um “braço de estrelas” no céu. Se estavam na Via Láctea e se a Terra era um ponto azul, então só podiam estar em Marte…aqui mesmo ao lado, pessoal!

  2. Tive a oportunidade de ver o filme e gostei. Melhor que o “Prometheus”, em que a apresentação “teaser” faz lembrar tempos de campanha eleitoral, sendo o filme o periodo de mandato…
    Cloud Atlas pode fazer com que ponderemos um pouco sobre as nossas opções e analizarmos aquilo que experimentamos no passado, se a memória não for curta.
    Vai de encontro em parte ao pensamento Budista, que é bem mais antigo que as religiões Ocidentais
    Sabemos que este tipo de ideologia, resolve a existencia das castas na India, mas não vejo outra utilidade, senão manter as assimetrias sociais, quando não nos lembramos e tiramos lições de comportamento com as experiencias anteriores!

    Não nos podemos iludir com “destinos” individuais traçados por grupos organizados e de má indole, que podem operar de forma desonesta, contra individuos, pelos quais podem ter algum “interesse”.
    Dessa forma não é Karma; é crime!

  3. Olá Carlos,
    Eu adorei o filme, e como tu houve coisas que ficaram mal compreendidas, o que me levou a ler o livro e que vale bem a pena para compreender toda esta complexidade de enredo. Concordo em tudo contigo e ainda lhe acrescento que nós podemos antecipar o que o futuro nos espera, o que o desejo de poder da humanidade pode fazer,até onde nos pode levar.

  4. Gostei muito… muito mesmo.
    E mesmo a ‘confusão’ das personagens, na minha opinião, está muito bem conseguida, muito consistente. Algo extremamente complicado de conseguir, numa história deste tipo…
    No final do filme um amigo perguntou-me como seria possível a personagem Zackry estar a contar todas aquelas histórias à volta da fogueira, como é que ele saberia todos aqueles pormenores?
    Simples, todas as histórias individuais no filme, foram preservadas para o futuro: O Diário de uma viagem no Pacífico foi publicado – serviu inclusive de calçadeira para um Piano… -, as cartas do compositor, anos mais tarde, foram parar as mãos de uma jornalista – que também desvendou uma perigosa conspiração envolvendo uma Central Nuclear – que escreveu um livro sobre o mistério das Cartas e da Música, editado por um Inglês que resolveu descrever a sua hilariante passagem por um Lar de Idosos, que acabou por ser um filme, que se transformou num incentivo a uma revolução, onde a heroína antes de se transformar em mártir, contou tudo ao Arquivista…!!!

    Sobre o erro ‘astronómico’ no final, só existe uma possibilidade: será que eles estariam ainda no Sistema Solar!!!! (mas não creio que fosse esse o objectivo da cena, terá sido mesmo: entusiasmo de principiante…!!!)

    Abraços

  5. Como vou te dizer, já parei duas vezes enquanto assistia este filme rsrsrs, e estou me preparando para ver o restante. É complexo mesmo. Mas é excelente. Me dei conta deste filme ao ver o trailer dele enquanto aguardava o início de The Hobbit no péssimo Cine+ aqui de Uberaba-MG 😀 !

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