À espera das quadrântidas às 23h. Está céu limpo e olho atentamente para todo o lado. As quadrântidas são um evento de chuva de meteoros que costuma ocorrer entre o final de Dezembro e o início de Janeiro.
Este ano a taxa máxima de meteoros a riscar a atmosfera será de cerca de 80 por hora (numa variação entre 60-200). O fenómeno ocorre entre 2 e 4 de Janeiro, com o seu máximo a 3 de Janeiro, depois da meia-noite. Os meteoros parecem vir da região radiante correspondente à constelação de Bootes, ou Pastor.
Os fragmentos que vemos nos céus esta noite são originados num asteróide. São pó do asteróide e são história, uma prova. Por sua vez, o asteróide é proveniente de algo maior. Um cometa partiu-se há vários séculos transformando-se num conjunto de corpos mais pequenos.
Eu gosto de pensar que somos pó das estrelas. Aliás, tudo é o pó da primeira geração de estrelas, do plasma inicial, da sopa de quarks. Também gosto de pensar que pessoas importantes são como um cometa ou asteróide. O seu ensinamento deixa trabalho feito e deixa pessoas que continuam com o seu trabalho. Assim, pessoas importantes tornam-se igualmente imortais nas partículas que deixam e que riscam as mentes e as ardósias. Carl Sagan dizia que somos pó das estrelas mas ele foi um dos asteróides do conhecimento actual. Vemos os milhares de avanços como estrelas cadentes. Notamos que um brilho, um avanço tecnológico ou de conceito é proveniente de algo maior, de um grande pensador.
As Quadrantidas têm origem num asteróide chamado 2003 EH1, que se supõe ser um pedaço de um cometa – C/1490 Y1 – descoberto visualmente na China em Dezembro de 1490 e que se terá partido há vários séculos.
Neste outro post de hoje temos um “livestream a partir dos céus acima do Marshall Space Flight Center no Alabama”, pela NASA.
1 comentário
Eu não vi nenhum :'(