Conhecimento sem sabedoria
Carlos Oliveira
Carlos F. Oliveira é astrónomo e educador científico.
Licenciatura em Gestão de Empresas.
Licenciatura em Astronomia, Ficção Científica e Comunicação Científica.
Doutoramento em Educação Científica com especialização em Astrobiologia, na Universidade do Texas.
Foi Research Affiliate-Fellow em Astrobiology Education na Universidade do Texas em Austin, EUA.
Trabalhou no Maryland Science Center, EUA, e no Astronomy Outreach Project, UK.
Recebeu dois prémios da ESA (Agência Espacial Europeia).
Realizou várias entrevistas na comunicação social Portuguesa, Britânica e Americana, e fez inúmeras palestras e actividades nos três países citados.
Criou e leccionou durante vários anos um inovador curso de Astrobiologia na Universidade do Texas, que visou transmitir conhecimento multidisciplinar de astrobiologia e desenvolver o pensamento crítico dos alunos.
6 comentários
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Isso me fez lembrar do brasileiro que desvendou a bomba H W87 dos EUA em sua tese de doutorado e criou uma crise entre os EUA e o Brasil…
http://blogdaprofessoradri.blogspot.com.br/2013/01/o-brasileiro-que-criou-bomba-atomica.html
concordo com vc Joao. Senti que Jonas nao entendeu seu ponto de vista.
O ponto de vista dele é feito de chavões. Todo chavão embute um certo nível de ignorância de algumas coisas.
Chavões também ajudam a formar mentes ideológicas que não olham para a realidade, não fazem ciência, não fazem realimentação, não questionam, não observam como as coisas funcionam na real.
Gostaria que me dissesse se e onde estou errado, terei o maior prazer de alterar meu ponto de vista, pois minha mente lida com fatos e evidências, não ideologias, mas você terá de me provar que o que você pensa tem base real.
Opá, nas sociedades ocidentais, a religião e o capitalismo “Amam-se loucamente”; passeiam-se sempre abraçados.
“In God we trust”. Agora já tiraram essa asneirada das notas de 1 dolar… se não me engano.
Porque existem coisas como religião, capitalismo … e essas coisas fazem as pessoas viverem em um mundo no qual elas são sempre dependentes dos outros para ganhar conhecimento ou bloquear conhecimento.
Veja alguns equivocos seus:
Naturalmente somos dependentes dos outros, é isso que faz uma civilização (humana).
Você é dependente do seu dentista para uma obturação, ele é quem detém o conhecimento para te ajudar, mas ele estudou anos para isso. Você depende do conhecimento de um pedreiro e de um engenheiro para uma reforma de sua casa. Ou vai querer que ela caia? Você depende do conhecimento de um professor de Fisica Quântica para aprender sobre o assunto.
Não tem como um ser humano saber tudo: consertar seu próprio dente, construir sua casa, plantar alimentos, produzir suas próprias roupas e sapatos e seus óculos e seus computadores e máquinas de lavar.
Entendeu como somos necessariamente integrados e dependentes de uma teia de serviços uns dos outros? Isso não é ruim, muito pelo contrário, Você não vai ser bom em tudo nem vai conseguir fazer tudo, mas você vai ser bom em alguma coisa que as pessoas valorizarão, e aí você vai ser útil a outros.
Então inverta essa ideia de “dependência” para ideia de “utilidade” e “prestação de serviço”. isso é fazer parte da comunidade, como todo mundo faz!
O conhecimento hoje está cada vez mais democrático, universal e de graça ou quase de graça, esse site é um belo exemplo. Ou você vem aqui para namorar?? rsrs.. O capitalismo não o impede de acessar esse site, pelo contrário, o permite. A Google, capitalista, te aponta de graça qualquer conhecimento que você queira. Quantas empresas desenvolveram produtos e tecnologia de infraestrutura que muita gente paga ao mesmo tempo para você alcançá-lo quase de graça ou de graça?
Conheci casos de pessoas morando em vilas muito pequenas que não oferecem cursos de linguas, então as pessoas estão aprendendo como? Online, pagando, aliás, mais barato que o curso presencial (se tivesse). Hoje abundam cursos online, muitos de qualidade duvidosa, mas a Academia Khan é o exemplo bem acabado do potencial do bem feito de graça! De graça, não, os capitalistas Google e Biil Gates deram uma baita força.
A escala eficiente que o capitalismo proporciona aumenta o tamanho do público que pode acessar conhecimento.
Universidades do mundo inteiro estão colocando seus melhores professores a ensinar de graça cursos importantes na área de TI e ciências em geral. Ah, tá em inglês? Aprenda. Conhecimento não cai do céu, é preciso correr atrás, também.
O mercado tem propiciado as ferramentas atuais para democratizar a oportunidade de acessar o conhecimento vário e disperso.
Agora falando da causa dos problemas reais para acesso ao conhecimento.
No Brasil, 70% dos adultos que trabalham são analfabetos funcionais (estudaram até a 4a serie do fundamental). Não teve capitalismo ou outro ismo que bloqueou a educação deles, foram os pais dessas pessoas e o Estado que não se importaram. E continuam não se importando.
E aí os que vão na escola, em muitas partes do mundo, ouvem a professora dizer que o Criacionismo tem o mesmo valor “cientifico” que o Big Bang, e aí sim, concordo com você, religião não se preocupa com o senso critico, isso as implodiria, mas não é papel delas disso, assim como não é papel do capitalismo nem das religiões educarem as pessoas, mas o capital está oferencendo as ferramentas para quem quiser ensinar para mais pessoas.
Então de quem é a real culpa?
O Estado e a sociedade é que devem ter a responsabilidade de propiciarem uma escola de alta qualidade, e os pais das crianças são responsáveis por empurrarem as crianças para as escolas. Estão fazendo? Aqui no Brasil nem Estado nem muitos pais se preocupam verdadeiramente com isso, continuamos gerando analfas aos montes. O Estado não cobra que os pobres vão à escola, e se faz como uma avestruz quanto à qualidade do próprio ensino que oferece.
Países que realmente se preocuparam com educação básica e conhecimento (de ponta ou não) viraram potências. Mais sábias? Não diria, mas estão com alta qualidade de vida, mais justiça social, melhores atendimentos em saúde, etc… Ou seja, educação e conhecimento retornam, mas os agentes responsáveis se importaram com isso, pais e sociedade e Estado.