Faro, Algarve, Portugal.
Em Novembro de 2012, a Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral de Faro, anunciava:
“O projecto denominado “Vamos ser astronautas”, é um método de Intervenção inovador, com recurso à utilização de um fato específico, desenvolvido por um programa espacial e usado por astronautas, para neutralizar os efeitos nocivos da ausência de gravidade e hipocinesia sobre o corpo, posteriormente, adaptado por profissionais de reabilitação, para tratamento de crianças e jovens com Paralisia Cerebral e outras patologias neurológicas.
O Pediasuit é uma ortótese dinâmica que promove alinhamento postural e descarga de peso fundamentais, na normalização do tónus muscular e das funções sensorial e vestibular. O projecto contempla formação de técnicos da Instituição e, futuramente, prevê-se a abertura à comunidade.”
Segundo divulgou a agência Lusa, a equipa, composta por especialistas do Brasil e Estados Unidos, está a treinar onze técnicos da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral (APPC) de Faro ao abrigo do projeto «Vamos ser astronautas», disse à Lusa Cristina Sobral, uma das terapeutas que está a receber formação.
Destinado a pessoas com paralisia cerebral e outros distúrbios neurológicos, o tratamento consiste na utilização de um fato originalmente usado por astronautas em voos espaciais e posteriormente adaptado à reabilitação de pessoas com paralisia cerebral.
Marta, de oito anos – que ficou com sequelas neurológicas depois de ter sido atropelada, aos seis -, é uma das crianças que frequentam a APPC/Faro e que está a ajudar os técnicos a testar o método de tratamento.
Depois de ter o fato [Pediasuit] vestido e interligado por elásticos, a criança é colocada numa estrutura metálica de suporte específica, onde são feitas as atividades terapêuticas, assistiu a Lusa no local.
«É como se o fisioterapeuta ganhasse várias mãos e com isso a criança tem um ganho muito mais rápido, fazendo exercícios que jamais poderia fazer», explicou à Lusa a instrutora internacional de Pediasuit e Terapia Intensiva, Lúcia Queiróz.
De acordo com a especialista, o tratamento – feito durante quatro semanas, quatro horas por dia, período após o qual se faz um intervalo de um mês – representa um ganho de um ano relativamente à terapia convencional.
«O ideal seria que a criança retomasse o tratamento no espaço de dois a três meses, mas não perde o que ganhou, desde que faça fisioterapia convencional regularmente», acrescentou.
O método pode ser usado em crianças ou adultos que tenham todo o tipo de dificuldades motoras ou sensoriais, desde sequelas por traumatismos cranianos ou Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC), a síndrome de Down ou Autismo.
O Pediasuit começou a ser usado na Florida, Estados Unidos, há nove anos, depois de o filho de Eileen de Oliveira, Lucas, ter nascido prematuro e com Paralisia Cerebral, o que a levou a procurar métodos de tratamento.
A presidente e fundadora da clínica Therapies4kids, que desenvolveu o método, explicou que, antes do tratamento, o filho não conseguia sentar-se, gatinhar ou andar.
A utilização do fato em exercícios ajuda a normalizar o tónus muscular, diminuindo os movimentos descontrolados e melhorando a postura e simetria corporais, entre outros benefícios.
«Os pais ficam emocionados, falam até em milagre. Mas não é um milagre, é um efeito fisiológico», esclareceu Lúcia Queiróz, admitindo que o tratamento é «relativamente caro», mas porque ainda não está suficientemente difundido.
A concretização do projeto «Vamos ser Astronautas» só é possível graças a um prémio que a APPC/Faro recebeu de uma instituição bancária, no valor de 50 mil euros, que contempla a formação de técnicos e a aquisição do material necessário.
Nesta hiperligação da NASA poderão verificar o conjunto impressionante de funcionalidades do fato espacial.
Porquanto esta seja uma excelente notícia que mede o empenho e a dedicação de todos os profissionais que ajudam com terapias especializadas as pessoas com deficiência o que é facto é que, juridicamente a família do cidadão com deficiência depara com uma legislação benigna e estruturante, mas que por vezes está algo dispersa entre as diversas entidades competentes.
Para isso, mãos à obra, e o BIPP – Banco de Informação de Pais para Pais, instituição que tenho o prazer de informar que colaboro voluntariamente, concentra vários especialistas para encaminhar e ajudar as famílias a vencer esse desafio.
Para esse efeito, deixo aqui os contactos desta Associação, .
Vamos lá ver, com atenção, o que eles e elas, os cidadãos com deficiência, têm para nos dizer:
🙂 Não tem de quê
Aqui entre nós que gostamos de aprender, sabem o que eu aprendi com uma das crianças da foto?
Aprendi que o ar nas botijas dos bombeiros não é só Oxigénio chama-se antes ar respirável. Aprendi a manobrar um veículo pesado de pronto-socorro com o auxílio dum condutor profissional, aprendi a ver toda uma corporação de Bombeiros motivada por ele, pelo seu exemplo.
Esta criança clamou bem alto: eu quero ser Bombeiro!
E é.
4 comentários
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Muito Bom Manel e claro que me emocionei muito. È fantástico o que a técnologia evolui com as viagens espaciais e nesse processo o bem que faz à Humanidade. Um post diferente que merece todo o respeito, agradecimento e divulgação. Podemos com este exemplo relacionarmo-nos mais com as investigações científicas e começar finalmente a compreender e a admirar o que vocês (cientistas) fazem, muitas vezes sem reconhecimento. Podem dizer agora as pessoas, com um exemplo mais à “nossa medida” – Háá, então afinal eles não desperdiçam tanto dinheiro como eu pensava – .
Obrigada por tudo 🙂
Excelente artigo com um bom exemplo pessoal, Manel 😉
E mais um dos muitos exemplos que nos mostram que a pesquisa e conquista espacial tem aplicações bem práticas e úteis aqui na Terra.
Boa Manel, excelente noticia. E um bom exemplo de que a exploração espacial pode fazer por nós.
Artigo exemplar, Manel. 😀
São as explorações espaciais dando mais um exemplo do quão são benéficas para a sociedade.
Um belíssimo artigo. 😉
Abraços.