Em Abril de 1997, John Goldsmith tirou esta fotografia que mostra o cometa Hale-Bopp no céu sobre a Pirâmide de Khafre.
Carlos Oliveira
Carlos F. Oliveira é astrónomo e educador científico.
Licenciatura em Gestão de Empresas.
Licenciatura em Astronomia, Ficção Científica e Comunicação Científica.
Doutoramento em Educação Científica com especialização em Astrobiologia, na Universidade do Texas.
Foi Research Affiliate-Fellow em Astrobiology Education na Universidade do Texas em Austin, EUA.
Trabalhou no Maryland Science Center, EUA, e no Astronomy Outreach Project, UK.
Recebeu dois prémios da ESA (Agência Espacial Europeia).
Realizou várias entrevistas na comunicação social Portuguesa, Britânica e Americana, e fez inúmeras palestras e actividades nos três países citados.
Criou e leccionou durante vários anos um inovador curso de Astrobiologia na Universidade do Texas, que visou transmitir conhecimento multidisciplinar de astrobiologia e desenvolver o pensamento crítico dos alunos.
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3 comentários
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Carlos
Deixo este comentário neste post como poderia deixar em qualquer outro seu. Está fora de contexto mas não queria deixar de lhe agradecer pelo facto de, há alguns meses, ter aqui divulgado a existência de organizações que faziam cursos Online de diversas temáticas, grátis e por reputadas Universidades e professores. Nessa altura inscrevi-me na Coursera, num curso de Astronomia (8 semanas) e mais tarde noutro de Genética e Evolução (10 semanas) e queria aqui deixar o meu testemunho já que a experiência tem sido extraordinária.
Já concluí o primeiro e a sua qualidade foi muito boa. Não só os conteúdos foram amplos, como a exigência de trabalho intensa, não havendo facilidades por se tratar de um método não presencial. Tudo culminou numa real melhoria dos meus conhecimentos sobre o tema, embora o volume de horas, no caso da Astronomia, tenha sido bastante superior às 10/12 semanais anunciadas. Diria também que, apesar do nível de matemática exigido ser pré-universitário, para pessoas com um background menos virado para as ciências, a coisa não deve ter sido muito acessível e isto também não é claro na descrição do curso.
Mas a experiência vale por razões que vão para lá das matérias. Há um certo experimentalismo nisto tudo e toda a gente, incluindo os professores, está ainda a dar os primeiros passos e portanto a dedicação é muito grande, ao mesmo tempo que há muitos ensaios a relatar. No curso de Astronomia havia mais de 6000 pessoas inscritas de todos os pontos do mundo (mesmo todo!). No de Evolução, em 2ª edição, mais de 20000. Claro que as que concluem com sucesso são muito menos, pois muitas nem se submetem às exigências da avaliação mas este volume de pessoas e nacionalidades é algo absolutamente impossível de acontecer numa abordagem convencional de ensino.
Sente-se que estamos a participar, de alguma maneira, naquilo que será o futuro da educação, sejam estes os métodos principais ou apenas complementares, onde os desafios serão muito grandes, mas certamente bastante diferentes dos actuais. É uma educação que exigirá alunos motivados por natureza é verdade, mas abre um leque de possibilidades muito superior ao que hoje acontece e coloca também os professores sobre um tipo de pressão que habitualmente não é frequente nas aulas normais. No curso de Astronomia não havia semana em que não fosse publicada um errata ou informações complementares, com erros ou omissões cometidas pelo professor, erros esses detectados pelos alunos, pois por se tratarem de milhares e por se tratar de cursos em que os backgrounds dos alunos são diversificados, há pessoas que dominam uns assuntos, outras outros e isso permite um enriquecimento da informação e da aprendizagem.
Apesar de ser um admirável mundo novo, os princípios dos métodos tradicionais também estão presentes pois a avaliação é feita por trabalhos de casa e/ou por testes e a relação aluno/professor não é muito diferente da habitual, tirnado a distância naturalemnte. Há também métodos de interacção de alunos e professores que permitem o contacto entre as pessoas, não sendo necessarianente uma coisa fria e distante. Criam-se até contactos e amizades. Por exemplo os fóruns são extremamente activos, às vezes até no limiar do código de conduta que todos são obrigados a subscrever aquando da inscrição, pois frequentemente no entusiasmo da participação há pessoas que quase só falta revelarem as soluções.
E que dizer da extraordinária diversidade de participantes, onde se vêem comentários muito bons, outros ingénuos e até casos caricatos como por exemplo um em que apesar do rigor e alguma profundidade matemática, se notava alguma puerilidade em alguns comentários, que me chamaram a atenção fazendo-me entrar no perfil da pessoa e descobrir que é um miúdo de 12 anos do Paquistão que ainda por cima está inscrito em mais 6 ou 7 cursos da Coursera, desde Filosofia, até “Como as coisas funcionam”, passando por Química orgânica . Um miúdo especial certamente pois nessa idade em condições normais não teria conhecimentos base para acompanhar o curso, mas muito interventivo e engraçadíssimo.
Isto já vai longo mas não queria também deixar de referir os Hangout’s, em que se permite a interação por chat e vídeo entre o professor e alunos. Aqui apercebemo-nos de todas as nacionalidades, de todos os mundos diferentes (muita gente da Índia, muitos também da América Latina). Nesta Babel há episódios muito caricatos como a conjugação dos fusos nas sessões em directo ou por exemplo uma pessoa, creio que da Nigéria, que assistia ao hangout, querer discutir uma equação que inventou e que supostamente explicava o que se passou antes do Big Bang. Para isso apontou a camera para um quadro em branco e escreveu-a querendo uma crítica do professor ali no momento.
Fiquei sem dúvida mais rico com esta experiência que aconselho a todos. Há dezenas de cursos e tenciono experimentar também os cursos da Udacity ou do MIT. Mas para já ainda há muito a exploraa neste filão de qualidade da Coursera. Terminei um curso, estou a meio de outro e já me inscrevi noutros que ainda não começaram. Algo para continuar e para aproveitar pois não será certamente durante muito tempo que isto será gratuito. Depois desta fase de aprendizagem na exploração destes métodos é óbvio que isto terá que ser pago. É obvio também que o preço não precisa ser elevado pois há muita gente interessada. Apercebi-me também que os professores não são remunerados por isto e portanto fazem-no também pelo enriquecimento e experimentalismos, em tempo extra, algo que não é certamente sustentável por muito tempo.
Finalmente, na Coursera há neste momento cursos dados por 62 Universidades já de muitas nacionalidades e não apenas Americanas. Desde que me registei este número tem vindo a crescer. A lista actual está aqui (https://www.coursera.org/#universities?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=feb2013). Nenhuma é Portuguesa! Repto a professores universitários que leiam este comentário. Aproveitem para tentar liderar e entrar no esquema propondo cursos neste modelo. Haverá certamente muito a ganhar em ser precursor.
Uma vez mais Carlos, obrigado pela informação.
Author
Muito obrigado pelo seu testemunho!
Ainda bem que adorou.
Até me está a dar vontade de participar também! 😉
abraços!
Que maravilha,aumenta a ansiedade a espera do ison
[…] Lemmon. McNaught. Churyumov-Gerasimenko. PANSTARRS. Hale-Bopp. Hale-Bopp. Hale-Bopp e Pirâmides. Hale-Bopp nas pirâmides. Don Quixote. 3200 Faetonte. Centauros. Fábrica de Cometas. Cemitério de Cometas. Asteróides […]