Há cerca de mil milhões (1/7 da população mundial) no limiar da pobreza e vítimas de fome. Um artigo publicado na Nature e na Scientific American, no final de 2011, indica que a produção agrícola mundial é suficiente mas está mal distribuída.
A produção mundial de alimentos enfrenta 3 problemas: 1- alimentar 7 mil milhões de pessoas, um número que está sempre em crescimento e que as estimativas apontam para 9 ou 10 mil milhões de pessoas já daqui a 40 anos. 2- é necessário duplicar a produção. 3- fazê-lo em condições ambientais sustentáveis. Alguns pontos bem articulados são essenciais para promover a duplicação da disponibilidade de alimentos, reduzir a emissão de gases de efeito estufa, as perdas de biodiversidade e poluição da água.
Alimentar mais pessoas implica o aumento das áreas de cultivo e hoje cultivamos cerca de 38% do solo cultivável (exclui-se as zonas polares como a Gronelândia e a Antártica). A par com o crescimento de 20% de produção. Mesmo assim, este aumento não chega para atingir a meta de duplicar a produção até 2050. A produção agrícola tem de se centrar nas pessoas para que a duplicação seja sustentável. O problema é que 35% dessa produção destina-se à criação de animais e 5% a biocombustíveis. Um pouco mais de metade destina-se às pessoas.
Desde a última idade do gelo, há cerca de 10 mil anos, nada destruiu mais o ecossistema do que a agricultura. O seu dano é 60 vezes superior ao da poluição urbana, sendo responsável por 35% do co2, metano e óxido nitrico antrópico. Para além do dano atmosférico o ser humano consome bastante água: 4mil km3/ano, parte desta está a ser contaminada com azoto e fósforo, cuja quantidade no solo duplicou em 50 anos.
Podem ler mais sobre o aquecimento provocados pela agricultura aqui: Os Motivos do Aquecimento antes de apresentar 5 passos para a distribuição equitativa da alimentação sem danificar o ambiente.
Fonte: SCIAM
3 comentários
Apesar das verdades faladas pela Jaculina, o problema maior não é da produção, mas da “distribuição” da comida.
E também da concervação do alimento.
E ainda há muito a progredir quanto a técnicas de melhoria genética para desenvolverem plantas com melhor produtividade.
Mas esta tecnologia tem que estar a benefício da população em vez de estar a disposição da lucratividade de poucos.
Esta tecnologia que é recente (Internet-Fisica) pode ajudar quanto ao problema da distribuição de alimentos.
Mas como tudo, será melhor utilizado se for mais pensado quanto ao bem da população doq quantos aos lucros.
Mais detalhes aqui => http://forum.intonses.com.br/viewtopic.php?f=2&t=219304&p=272653
Também penso que o problema da fome é económico. Se actualmente houvesse uma melhor distribuição dos recursos, livrava-se da fome toda a humanidade. Infelizmente isso não será possível se a população mundial continuar a crescer. Algum dia a inovação irá embater na falta de recursos.
A produção de alimentos ( e outras coisas) não pode aumentar indefinidamente num mundo finito. Os avanços tecnológicos permitem-nos a ilusão de que isso pode ser possível. Mas é apenas uma ilusão. Mais tarde ou mais cedo o crescimento vai travar. Penso até que não falta muito pois alguns dos recursos essenciais ao crescimento já estão nos limites.