Asterix, o gaulês, só tinha um medo; que os céus caíssem sobre sua cabeça!
Cerca de 1 tonelada de meteoritos chegam ao solo todos os dias.
A imensa parte desta massa é constituída por objetos menores do que grãos de areia.
Mas quais as chances de uma pessoa ser atingida por um meteorito realmente considerável ?
A resposta é: muito pouca.
Desde 1790 podem ser contados relatos de 17 pessoas e 6 animais que foram atingidas por meteoritos, mas deste total apenas dois seres humanos foram comprovadamente atingidos.
O caso mais famoso certamente é o de Ann Elizabeth Hodges moradora de Sylacauga, Alabama, que aos 34 anos, no dia 30 de novembro de 1954 se deitou no sofá de sua sala pois não estava se sentido muito bem. Ela não sabia que naquele instante várias pessoas por diversas cidades ligavam para o serviço 911 contando que haviam visto uma grande bola de fogo no céu – muitas chegaram a pensar inclusivé que fosse um avião em chamas.
Ann Hodges acordou quando um objeto de cerca de 3 kg atravessou o teto de sua casa, ricocheteou em um aparelho de rádio, golpeou o lado esquerdo de seu quadril e machucou sua mão.
Ann sobreviveu apesar dos ferimentos e durante muitos anos usou o meteorito como segurador para uma das portas de sua casa. Porém não suportando o assédio da imprensa e de pessoas interessadas no aspecto econômico do meteorito, ela o doou o objeto ao Museu de História Natural do Alabama. Hodges nunca se recuperou do trauma emocional do incidente até falecer em 1972, de problemas renais.
O segundo caso registado de forma documental ocorreu a 14 de agosto de 1992 quando um meteoro com 1000 kg de massa entrou na atmosfera sobre Mbale, Uganda. Devido à altíssima velocidade de cerca de 48.600 km/h o meteoro se fragmentou a 25 km de altitude e um dos fragmentos do meteoro, com cerca de 3 g e tamanho similar ao de uma bala de revólver, se dirigiu exatamente em direção à cabeça de um garoto que brincava debaixo de uma bananeira. Por sorte o meteorito atingiu a árvore e perdeu muita velocidade e quando acertou o menino não lhe causou nenhum dano.
Os fragmentos do meteorito de Mbale dispersaram-se por toda a área da cidade e foram recolhidos por expedições de cientistas.
Apenas um meteorito é reconhecido por ter causado a morte de um ser vivo. Isto ocorreu no dia 15 de outubro de 1972 em Trujillo, Venezuela.
Na noite anterior o dono de uma fazenda local ouviu um grande “boom” mas não se incomodou muito com isto. Na manhã seguinte, encontrou no pasto uma vaca cujo pescoço e ombro tinham sido pulverizados e ao seu lado estava uma pedra grande e incomum que posteriomente foi determinado ser um meteorito, hoje conhecido como Meteorito Valera.
O cão Nakhla: supostamente na vila de Denshal, próximo a Nakhla, no Egipto, um fazendeiro chamado Mohammed Ali Effendi Hakim observou um fragmento do meteorito Nakhla colidindo com um cão, vaporizando o cão, a 28 de Junho de 1911. No entanto, nenhuma evidência do cão foi encontrada e nenhuma outra testemunha existiu, por isso não é possível confirmar a história.
Muitos outros incidentes com meteoritos já foram registados, mas por sorte a imensa maioria ocasionando apenas destruição de objetos como carros, caixas de correio, tetos e paredes de residências.
Bem, Asterix até que tinha um certa razão para seu pavor!
Fontes: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9.
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Este texto foi escrito por Carlos APODman Bella (Universo Racionalista), que deu autorização para o reproduzir aqui.
3 comentários
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Olá,
Como colecionador e entusiasta de meteoritos, quase todas as vezes que leio uma reportagem sobre o assunto, principalmente se escrito por alguém que não tenha muitos anos de experiência na área de meteoritos em específico, geralmente me preparo para encontrar dezenas de erros conceituais ou uso de referências ruins.
No caso desta reportagem, eu gostaria de parabenizá-los enormemente por terem escrito um texto muito bem escrito, sem erros sobre os meteoritos, e com consulta de fontes realmente confiáveis. Vocês realmente fizeram bem feito!
Na verdade fica até a dica de uma compilação das coisas mais estranhas já atingidas por meteoritos, realmente dá uma lista e tanto, hehe.
Mais uma vez, parabéns pelo ótimo texto. Faço questão de divulgá-lo!
Só pra constar: Não era Asterix e sim Vercingetorix que tinha medo que o céu caísse sobre a cabeça.
Correcção, Ronaldo. O chefe da aldeia gaulesa, que tinha medo que o céu lhe caísse em cima da cabeça, era o Abraracourcix.
Vercingetorix existiu mesmo e, por acaso, apareceu em dois albuns do Astérix – Astérix, o Gaulês e Astérix e o Escudo do Chefe. Mas não era o chefe da aldeia dos “irredutíveis gauleses”. Era chefe militar dos Arvernos e conseguiu unir as tribos da Gália para lutar contra Júlio César nas suas Guerras Gálicas.
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