As imagens que se seguem mostram os remanescentes das supernovas do último milénio observados em raios X pelo telescópio espacial Chandra. As supernovas de 1006, 1572 (a Supernova de Tycho) e 1604 (a Supernova de Kepler) foram de tipo Ia, isto é, resultaram da explosão termonuclear de uma anã branca. Este tipo de supernova resulta na destruição completa da estrela original. Por seu lado, as supernovas de 1054, 1181 e 1680 foram de tipo II (ou variantes), isto é, resultaram do colapso gravitacional de estrelas maciças com pelo menos 10 vezes a massa do Sol. Este tipo de supernova pode formar estrelas de neutrões. De facto, no centro dos três remanescentes foram detectadas estrelas de neutrões que, no caso das supernovas de 1054 e de 1181, actuam como gigantescos geradores, transferindo energia para o resto do remanescente através do seu poderoso campo magnético, que acelera partículas a velocidades próximas da luz, e da radiação ionizante que emitem. As cores distintas que vêem são obviamente falsas. As imagens foram obtidas em diferentes comprimentos de onda de raios X, correspondendo a plasma a diferentes temperaturas, na ordem de vários milhões de Kelvin, aos quais foram atribuídas cores para facilitar a visualização da informação. Juntei também alguns mapas que mostram a localização dos remanescentes.
Supernova de 1006 na constelação do Lobo.
Supernova de 1054 na constelação do Touro. Notem a estrela de neutrões no centro do remanescente e o jacto de partículas que dela emana.
Supernova de 1181 na constelação de Cassiopeia. Notem a estrela de neutrões no centro do remanescente e o jacto de partículas que dela emana.
Supernova de 1572, de Tycho, na constelação de Cassiopeia.
Supernova de 1604, de Kepler, na constelação do Ofíuco.
Supernova circa 1680, na constelação de Cassiopeia. O ponto brilhante no centro do remanescente é uma estrela de neutrões que não parece ter o mesmo nível de actividade dos exemplos anteriores.
2 comentários
1 ping
por vezes,e cada vez mais,oFuturo explica o Passado…
WOW! 😀
[…] Uma primeira versão deste artigo foi publicada aqui. […]