Eta-Aquarídeas: Uma “Chuva de Estrelas” para o hemisfério sul

Na madrugada de 6 de maio, acontecerá o pico da chuva de meteoros (ou “chuva de estrelas”, como são conhecidas) das Eta-Aquarídeas. O pico acontecerá à 01h00 UT (02h00 Lisboa / 21h00 Brasília), mas a melhor altura para observar só acontecerá pelas 04h30 de Lisboa e pelas 05h00 em Brasília quando a radiante desta chuva, localizada na constelação aquário, estiver acima do horizonte. Ou seja, nas horas que antecedem o amanhecer! E a lua não será um problema, já que brilhará pouco, a 17%, em  quarto minguante!

Radiante das Eta-Aquarídeas no Hemisfério Sul

Sabia que esta “chuva de estrelas” é a única, das maiores chuvas de meteoros, que têm melhor visibilidade no hemisfério sul do que no hemisfério norte? Assim, quem estiver a sul do equador terá melhor visibilidade e verá mais meteoros. Pode parecer estranho, e a sua razão é ainda um pouco misteriosa, mas as maiores chuvas de meteoros têm a sua radiante (ou o local de onde parecem surgir os meteoros) localizada no hemisfério celeste norte.

Apesar de esta “chuva de meteoros” estar activa entre os dias 19 de abril e 28 de maio, o seu pico acontece entre os dias 5 e 6 de maio, onde se espera um pico de actividade, com uma taxa de cerca de 30 meteoros por hora (ou Taxa Horária Zenital), conforme a International Meteor Organization. Mas a taxa horária poderá ser mais alta, com a expectativa de cerca de 55 por hora. Às vezes o melhor é ficar atento. O pico de uma chuva de meteoros é sempre uma “ciência” difícil de se fazer, tanto na data como na quantidade. Pelo que se quiser ser deslumbrado, o melhor é estar com atenção nos dias perto da data em que se prevê o pico de actividade.

A radiante das Eta-Aquarídeas (ou o local de onde parecem surgir os meteoros), fica perto da estrela Eta na constelação de Aquário. Na imagem à esquerda, encontra a localização da radiante desta chuva, vista do hemisfério sul e, na imagem à direita, a localização da radiante nos céus do hemisfério norte, .

Radiante das Eta-Aquarídeas no hemisfério Norte

Estas pequenas rochas que irão rasgam o céu nocturno, perto da constelação de Aquário, são alguns dos detritos que restam da passagem do cometa 1P/Halley (assim como as Orionídeas em outubro), que brilhou nos nossos céus, pela última vez, em 1986. Neste momento o cometa Halley está muito longe, para lá de Urano, e só voltará aos nossos céus em 2061, altura em que irá completar mais uma órbita de 76 anos à volta do Sol.

Não é necessário um telescópio para observar uma “chuva de estrelas”, mas é importante um céu escuro. Assim, para observar o bonito espectáculo de uma chuva de meteoros, desloque-se para uma zona com pouca poluição luminosa. Não se esqueça de lusar roupa quente, pois as noites podem ser muito frias.

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