A nossa elipse mensal vai-nos fazer um arranjinho neste fim-de-semana. A Lua cheia vai ocorrer muito perto do perigeu, o que dará origem à amplamente noticiada, divulgada, venerada e apedrejada “super Lua”.
Teremos, portanto, uma noite de céu limpo (finalmente), na qual não se verá mais nada para além do nosso farolzinho de estimação. Chamamos-lhe Lua, mas na realidade é mesmo uma estrela: quando aparece de corpo inteiro o palco fica todo para ela! Humpf! Mas é uma cidadã crivada de sentimentos igualitários: o céu fica igual em todo o lado, incluindo Manhattan e o Atacama.
Vai ser linda, exuberante, mas não uma coisa assim do outro mundo. Bem, ser de outro mundo é uma condição lunar… Reformulando: não vai ser uma coisa Asterixiana.
Em baixo está uma representação à escala do sistema Terra-Lua com distâncias máximas, mínimas e inclinações (é devido a esta faixa de inclinação que não temos eclipses, solares e lunares, em todos os volteios).
Tirando todos estes quilómetros e pondo em miúdos, podemos imaginar a Lua como uma bola de ténis que descreve uma órbita à nossa volta. No apogeu está a cerca de 7.80 metros de nós, no perigeu fica a uns 6.80. Neste fim-de-semana poderemos ver a bola totalmente iluminada a uns 6.85 m. Mais centímetro menos centímetro, é isto.
E não, com um telescópio de 100 metros não se vêem as pegadas dos astronautas. Os selenitas também não conseguem ver a muralha da China, por isso podemos ficar descansados, e descansados podemos ficar relativamente a fenómenos catastróficos: cheias, terramotos, colapsos de montanhas e jogos de futebol.
Aproveitai o fim-de-semana: o tempo vai estar sereno e morno, os dias vão ser grandes e os crepúsculos deslumbrantes. Olhai a Lua e lembrai-vos que do sítio onde vos encontrardes, qualquer que seja ele, mais de 4 mil milhões de anos de história vos contemplam…
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