Oblivion

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Oblivion (Esquecido) é um filme sobre uma invasão extraterrestre, onde sobressaem as ideias de escassez de recursos naturais (sobretudo água) e da dicotomia tecnologia vs. natureza.

Em 2017, a Terra é atacada por extraterrestres que supostamente andam atrás de recursos pelos planetas que invadem.
A Lua é destruída pelos alienígenas na guerra. Sem a Lua, terramotos e tsunamis destroem a Terra. Os Humanos utilizam armas nucleares para destruir os invasores alienígenas. Isto leva a que o planeta fique contaminado por radiação, e assim se torne praticamente inabitável para a vida.

Em 2077, o técnico Jack Harper (personagem do Tom Cruise) está no planeta, enquanto outros sobreviventes estão numa estação espacial e na lua Titã. Jack é um antigo astronauta da NASA.
A missão de Jack é a segurança (contra ETs) dos esforços para recuperar alguns recursos ainda existentes para levar para Titã. Um dos recursos mais valiosos é… água. A outra missão dele é a manutenção de drones.
Ele não se lembra da invasão. A sua memória foi apagada. Mas entretanto conhece uma mulher com quem era casado antes da invasão. Quando começa a lembrar-se da sua anterior vida, é capturado pelos extraterrestres.

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Os vários twists surpreendentes a partir do meio do filme, fazem com que a história do filme seja seguida com enorme interesse.

Spoilers:

Os saqueadores não são aquilo que se pensava: não são invasores extraterrestres, mas sim a resistência dos sobreviventes humanos.

Jack Harper não é quem pensava. Não é um humano, mas sim um clone, como dezenas de outros clones dele que existem no planeta.

A estação espacial e a colónia em Titã não são bem aquilo que se pensava. É tudo uma conspiração dos extraterrestres.

E a entidade extraterrestre Tet – que comunica em forma de Hal do filme 2001 -, controla todos (excepto os da resistência), quase ao estilo de Matrix, com supostas realidades que não são verdadeiras.

Vi este filme há um mês atrás e não gostei.
É um filme com pouca acção e que deixa inúmeras pontas soltas.

Por exemplo:

– será que Vika-49 morre mesmo? Parece que sim, porque o Drone dispara sobre ela, mas a verdade é que não a vemos morta no chão da sala.

– como é que a Vika-52 não vê que é o Jack-49? O número está bem explícito no casaco.

– onde estão as dezenas de Jack Harper (personagem do Tom Cruise)?

– a entidade extraterrestre parece ser tão inteligente para fazer viagens interestelares, mas no final comete um erro básico de guerra: em vez de matar o Jack Harper porque ele é perfeitamente dispensável (existem vários clones já feitos para o substituir), prefere explicar tudo a Jack, falando com ele pessoalmente, levando a que uma bomba fosse detonada. Isto é absurdo e faz pensar que a entidade extraterrestre é simultaneamente muito avançada e muito burra.

– como é que a entidade extraterrestre não nota que existe uma bomba na cápsula? Não analisa a cápsula em diversos comprimentos de onda?

– a bomba foi detonada bem no centro da nave extraterrestre, o que é uma enorme falha de segurança.

– porque os alienígenas querem água da Terra? A água existe por todo o Universo. É estupidez entrar em guerra com outros seres, só por causa do planeta deles ter água. Se os extraterrestres são assim tão avançados, poderiam recolher água de vários outros locais no Universo.

– não entendo como existe um pequeno oásis na Terra sem estar contaminado e que tem vida: vegetação e peixes. Muito menos entendo como Jack Harper não pensa imediatamente: se isto existe é porque o mundo não está *todo* contaminado.

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Reconheço que este é um filme que proporciona um bom entretenimento.

Visualmente, é um filme muito bom.
Adorei as imagens futuristas da plataforma (em forma de redoma), que é a casa deles. É uma habitação espectacular.
Os aviões/naves também são muito bons.
Gostei bastante de ver a pequena nave a entrar no Tet.
As imagens dos desfiladeiros são de cortar a respiração.

Gostei bastante de ver a forma como estava o Empire State Building, em Nova Iorque (NY).
O problema é que é sempre em NY… mas reconheço que tem que ser num local mundialmente conhecido.

Adorei a citação: “ganhamos a guerra, mas perdemos o planeta”.

A frase mais emblemática do filme é: Are we an effective team?Somos uma equipa eficaz?

A frase, utilizada para trabalho, faz lembrar a ideia de soulmate (alma gémea) e a pergunta crucial em alguns filmes: Is she the one?

É curioso que o filme é de 2013. Por isso, quando Jack fala do último Superbowl, em 2017, isso seria no futuro. Mas para nós, após 2018, já será o passado.

Também muito interessante é “estarmos” (Jack e Vika) a trabalhar para os invasores extraterrestres e nem sabermos. E, com isso, tomamos decisões e fazemos coisas contra os nossos próprios interesses. Parece a mesma relação que temos com a política: votamos muitas vezes contra os nossos próprios interesses, porque acreditamos naquilo que nos é “vendido”…

Tet é uma máquina brilhante (uma raça mecanizada ou sondas enviadas por uma raça extraterrestre), que vai de planeta em planeta em busca de recursos. Com isso, vai esgotando os recursos de cada planeta.
Esta pode ser uma das hipóteses para o Paradoxo de Fermi: não existem outros, porque eles foram exterminados por estas máquinas mortíferas.

11 comentários

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  1. Gostei do filme, mas não passa de uma produção hollywoodiana a serviço da indústria tecnológica DRONS , VANT ( veículo aéreo não tripulado)… para um bom entendedor uma letra basta. 😀

  2. pois eu acabei de ver o filme e gostei bastante… pouca ação???? vcs queriam ver algo do tipo velozes e furiosos, talvez? não achei o filme parado, muito menos com pouca ação. tem ação até demais para o meu gosto… o filme tem alguns furos e deixa algumas lacunas… mas não é de tudo ruim…acho até uma ficção bem costurada (como se isso fosse possível em algum drama científico, pois todos eles são bem fantasiosos – inclusive 2001 !!) existem filmes milhões de vezes piores.. eu achei oblivion um bom entrenimento, com muita ação e movimento e uma ‘boa’ história que prende atenção até o final… existem ficções mil vezes piores… o pecado maior de oblivion talvez seja ter um ator bonitinho no papel principal (coisa que os nerds odeiam!!!… (brincadeirinha)

    • Telmo Almeida on 25/08/2013 at 16:14
    • Responder

    Gostei do filme, é claro que, imaginamos situações mediante os nossos conceitos, estes filmes “pecam” no geral por quererem nos deixar com uma sensação de vitoriosos e capazes de ultrapassar adversidades e de nos mantermos fieis, à família ao planeta tentando tudo para o proteger.
    O facto de este invasor não ser perfeito nem invencível podemos sempre especular o quanto estará esta espécie evoluída? Tomemos o caso dos primeiros exploradores, uns conseguiam vencer alguns dos animais outros sucumbiam mas no final fomos nós a dominar o planeta, este E.T. pode ter encontrado uma espécie para a qual ele não se encontrava preparado para defrontar, causado por um erro na limpeza da mente do comandante, acontece a todos nós cometermos erros em coisas que fazemos uns conseguimos resolver outros não.
    O que não gostei no filme, saber que milhares de Comandantes invadiram a terra, completamente desnecessária esta frase e esta situação, com o poderio bélico do invasor e com as forças terrestres em completa ruptura os droids fariam o papel sem grandes problemas até porque são máquinas de guerra bastante eficazes.
    Agora não me lembro mas desde que vi o filme tento recordar-me, este conceito dos clones já foi explorado num outro filme em que o astronauta está numa nave de mineração e que começa a colocar em causa o seu estado e a revoltar-se contra a situação ( ????) , sei que é vago mas é o que me lembro, curioso que também aqui ele estava a dias de ser substituído, parece que a clonagem não é eficaz nos humanos especialmente quando estão a semanas de serem rendidos 😛 porque vão sempre buscar as memórias.

  3. Mas pessoal, como os ET’s com sua superioridade tecnológica não conseguiram identificar a capsula com os hibernados antes para matar a mocinha? Outro furo grotesco.. No mais, gostei do filme!!

  4. Eu acho que os E.Ts deixarem ele entrar na central já fazia parte do plano de deixa-lo mais por fora de tudo, se percebe quando no final do filme, os a câmara dele cai exatamente no lugar onde caiu a que ele encontrou, o que fez a falha, foi ele levar o velho(não lembro o nome), no lugar da moça, e quebrando o ciclo.

    • Samuel Junior on 06/07/2013 at 21:16
    • Responder

    Exatamente, a única coisa preciosa que temos no nosso planeta de fato é a vida. Agora falar de recursos, existem infinitas quantidades de recursos espalhadas pelo universo, não tem sentido eles virem aqui só pra extrair recursos.

  5. O problema com esse tipo de filme, que se baseia numa invasão à Terra, é que não há motivo lógico para essa invasão. Desencadear uma guerra em um planeta distante por recursos que estão disponíveis gratuitamente no universo em asteroides, cometas e planetas onde não existem seres inteligentes o bastante para oferecer alguma resistência, não faz o menor sentido. Não há lógica. Esse tipo de motivação de invasão alienígena é baseada num conceito que há muito já foi desmascarado….o geocentrismo…a divina origem que se atribui à Terra e ao ser humano…Sem falar que a maioria dos filmes retrata os ETs com comportamentos humanos….assim como vc comentou Carlos, que em vez de exterminar o tal paladino humano, o que seria o caminho mais simples e lógico, permitiu uma quebra de segurança que levou à derrocada do ET.
    Assim como eram os deuses são os ETs…..

    🙂

  6. As dezenas de Charles Harper estão combatendo humanos em zonas delimitadas, que cada um deles foi lembrado a não entrar por causa do alerta radioativo, que é falso.

    1. Assim que o ET foi morto… eles ficaram “libertos”, tal como aquele que aparece na “quinta” 🙂

        • Jonas on 07/07/2013 at 05:41

        Ahhh.. agora entendi, você coloca a questão para depois do fim dos alienígenas, onde os “Cruises” ficaram?

        Mas o filme não precisava ir adiante nisso, só mostrar que depois da explosão, o “Cruise” mais perto apareceu e isso levou anos, talvez por falta de combustivel, dificuldade de locomoção, etc.. Cabe salientar que mesmo com problemas operacionais com o fim dos ETs, todos continuaram imaginando que não podiam cruzar a área delimitada.

        Também achei o final surreal. Enganar os ETs daquele jeito simplório não me pareceu coisa de roteiro inteligente, aliás, ideia copiada de Independence Day.

  7. Pois…more of the same.
    Continuamos a olhar para o umbigo.
    Se eu fosse ET, vinha-me mesmo enfiar no meio dos “índios” para ir às compras….
    Podem ficar à espera!

  1. […] Contacto. Gattaca. Os Eleitos. Prometheus (aqui). Apollo 18. Star Trek Into Darkness. Elysium. Oblivion. Relatório de Europa. Infectados. Moon. Ender’s Game. A Coisa. Hora Mais Negra. The Happening […]

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