Crítica a “Ser Espiritual – da evidência à ciência”, de Luís Portela

Imagem retirada da Educação Adventista, que de forma honesta diz que é uma questão de crença

Imagem retirada da Educação Adventista, que de forma honesta diz que é uma questão de crença

A Editora Gradiva publicou em Junho de 2013 o livro “Ser Espiritual – da evidência à ciência” do médico Luís Portela.

Como sugere e pede Luís Portela ao leitor na sua introdução ao livro, a minha leitura foi iniciada sem preconceitos e com a maior e possível imparcialidade, com a maior abertura de espírito para descobrir conhecimento novo, mantendo, contudo e como faço habitualmente, um espírito crítico contextualizado na minha cultura e formação científica.

Partilho com o eventual leitor que a leitura progrediu sobressaltada por contradições entre capítulos, pelo espanto de encontrar uma mistura de temas que poderiam pertencer a livros de áreas distintas: história da ciência; espiritismo; guia espiritual e moral, entre outros.

Na minha humilde opinião, esta mistura de assuntos sem real relação causal entre si tornam a leitura deste livro confusa, e potencialmente causadora de mal-entendidos, para além de abrir as portas às pseudociências.

Felizmente existe em Portugal e na mesma editora Gradiva uma excelente e prestigiada colecção de boa divulgação científica dirigida ao público em geral, a “Ciência Aberta”, que nos seus mais de 200 títulos inclui dezenas de livros que desmascaram de forma convincente as falsas ciências ou pseudociências que são virais ao longo da história da humanidade e que Luís Portela acredita e divulga neste seu livro.

Coisa interessante é que Luís Portela consegue escrever um livro que aparenta ser a favor do conhecimento científico e da importância que a ciência tem no desenvolvimento de uma humanidade mais livre. O problema é que o leitor menos atento pode iludir-se com a tentativa de Luís Portela em afirmar que algumas teorias, utopias e imaginações são passíveis de serem verificadas e validadas através do método científico. Mas ao mesmo tempo Luís Portela afirma que “embora não demonstradas científicamente, estas conjecturas [vidas passadas e futuras, por exemplo] fazem sentido”. O problema é que o “sentido” e as realidades mentais em que Luís Portela é livre de acreditar não são passíveis de serem verificadas, ou sequer experimentadas, pela ciência moderna. A ciência moderna tem como objecto de estudo o que é e não o que nós queremos, acreditamos ou desejamos que deva ser!

Apesar da abertura de espírito que o autor requere para uma mais proveitosa leitura deste livro, é no mínimo espantoso o facto de o médico e psicofisiologista de formação se esquecer de mencionar factos científicos que a biologia e as neurociências modernas têm disponibilizado a todos para explicar um sem número de ilusões neuronais e fisiológicas. Fenómenos que durante séculos foram domínio do desconhecido recheado de medos, das crenças baseadas em explicações erradas do funcionamento do corpo humano e das leis da natureza.

Este é o segundo livro de Luís Portela. Conhecido pela empresa familiar que dirigiu, presidiu e de que hoje é chairman, Bial, a principal indústria farmacêutica portuguesa, Luís Portela publicou o seu primeiro livro “O Prazer de Ser”, pela Edições ASA, em Março de 2008. Este primeiro livro reúne diversos textos em que o autor expressa a sua experiência humana.

Enquanto presidente da companhia farmacêutica Bial, saliente-se o desenvolvimento e produção do que foi considerado o primeiro medicamento português: o Zebinix. Sendo um fármaco dirigido ao tratamento de doentes com distintas epilepsias, foi aprovado pela FDA norte-americana para ser comercializado neste país. Hoje em dia está comercializado em muitos outros países, constituindo um sucesso incontornável na história da indústria farmacêutica e das ciências da saúde portuguesas. Refira-se que o desenvolvimento deste fármaco envolveu dezenas de investigadores de várias universidades e de várias especialidades científicas durante mais de uma década. Luís Portela teve assim oportunidade de dirigir e viver a produção de conhecimento científico de excelência, publicado em revistas científicas da especialidade com revisão pelos pares, com resultados científicos reprodutíveis, validados e aceites pela comunidade científica internacional relacionada com a interdisciplinaridade que envolve as doenças epilépticas (o plural indica a variabilidade da perturbação neuronal).

Esta referência ao conhecimento e proximidade de excelência de Luís Portela com o método experimental científico moderno e com aquilo que ele implica de liberdade, probidade e honestidade intelectual, à universalidade da verificação da realidade factual, permite compreender a tentação do autor do livro “Ser Espiritual” em querer validar cientificamente uma realidade em que ele acredita. Luís Portela conhece bem o que é e como se faz ciência de excelência. Mas para as crenças, legítimas de autor, ainda não há qualquer consenso de que possam sequer ser alvo de experimentação pelo método científico, como já se disse. Estou a referir-me concretamente aos casos da reincarnação, da telepatia, da psicocinese, da vida para além da morte entre outros aspectos de uma realidade muito espírita que Luís Portela defende, legítima e livremente, existir. Acredita que existe e quer que essa existência seja demonstrada e verificada cientificamente. O problema, e tal como o próprio autor refere, contradizendo-se, é que todas as tentativas para as provar experimentalmente não produziram resultados reprodutíveis e credíveis.

De facto deve ser difícil provar cientificamente que uma galinha dobre objectos com a força do seu pensamento, como refere Luís Portela na página 89! O que é isto senão a mais ingénua pseudociência. Ou então a possibilidade de gravar vozes e imagens de pessoas que já morreram! Gravações que, por aquilo que afirma Luís Portela, são muito famosas e credíveis, feitas através de uma “transcomunicação instrumental” entre realidades distintas! Isto está mais próximo do melhor ilusionismo espírita do que da má ciência.

Neste livro Luís Portela indica e cita vários estudos efectuados em diversas universidades internacionais sobre estes assuntos e refere o envolvimento de investigadores que tentaram estudá-los cientificamente. Contudo os resultados divulgados não são reprodutíveis, como o próprio Luís Portela afirma e conclui em alguns capítulos.

O autor parte mais de uma vez do conhecimento e da história da ciência para dela tentar contextualizar e fundamentar as realidades em que acredita. É o caso da teoria física das “supercordas” (página 23 e seguintes) à qual o autor recorre para tentar sincronizar as vibrações das cordas, partículas lineares fundamentais e constituintes de todo o Universo, com as “vibrações do pensamento humano” emanado e em sintonia com uma Harmonia Universal. O que Luís Portela não diz é que a Teoria das Cordas ainda não encontrou demonstração experimental científica. É uma teoria física ainda “à espera” de ser confirmada cientificamente.

Outro exemplo de pseudociência no livro “Ser Espiritual” é o da extrapolação descontextualizada de conhecimento científico para explicar vários aspectos espíritas como são os casos da existência da alma e o da “força do pensamento humano”. O autor considera que esta é uma força que tem a mesma validade de qualquer uma das outras quatro forças físicas, como seja a da gravidade. Considerando o pensamento humano como uma força, Luis Portela aplica-lhe a 3ª lei da mecânica Newtoniana, mais comummente conhecida por lei da acção – reacção (que diz que para toda e qualquer acção há sempre uma reacção oposta e de igual intensidade), e uma certa “lei da causa e do efeito” (página 31), para assim fundamentar a existência da telepatia e da influência que podemos ter uns sobre os outros através da transmissão de pensamentos positivos e negativos. E isto ocorre à velocidade do pensamento, velocidade essa que Luís Portela não diz qual é!

Confrontado com o cepticismo e desinteresse da comunidade científica internacional sobre estes assuntos, o autor repete várias vezes um apelo para que esta considere efectuar mais investigação científica nos domínios da parapsicologia. Isto porque a que foi e tem sido feita não tem obtido resultados reprodutíveis, não são credíveis, e são de difícil validação científica. Uma vez que a ciência moderna e o seu método científico não se adequam aos objectos de estudo da parapsicologia, Luís Portela desafia a comunidade científica a mudar de paradigma, a mudar de metodologia (páginas 46, 49 e 114, por exemplo).

Um facto real é o de que este novo livro de Luís Portela é centralmente sobre espiritismo, dedicando-lhe vários capítulos com seja o intitulado “Corpo anímico”. Isto, apesar de noutros capítulos, diga-se em abono da verdade, serem dele libertos e dedicados a uma exposição, sugestões, indicações do autor, fruto da sua intensa e rica experiência pessoal, sobre a melhor conduta humana, sobre a defesa do ser sobre o ter, sobre a necessidade da aproximação do Homem a uma sensibilidade espiritual que estará actualmente muito deficitária, principalmente no mundo ocidental e desenvolvido, exactamente naquele em que a ciência moderna se desenvolveu.

Este livro não é um livro anticiência. Aliás, reconhecendo a importância da ciência moderna para o desenvolvimento livre e democrático das sociedades humanas, faz, como disse, um apelo a um maior envolvimento da comunidade científica aos assuntos ditos paranormais e mediúnicos, espíritas. Contudo, Luís Portela, com um discurso científico presente em momentos chave do livro, põe ao mesmo nível do conhecimento científico as inverdades divulgadas pelas pseudociências. E é também por isso que este livro pode iludir o leitor menos informado, confundindo-o com relações que nada têm de científicas.

O leitor, assim como o autor, são livres de acreditar nas suas crenças, mas é importante denunciar mais um livro que vem alimentar o rio secular das pseudociências.

32 comentários

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    • Jonathan Malavolta on 03/04/2021 at 21:58
    • Responder

    Na boa, esse médico autor deste livro me fez lembrar do brasileiro (igualmente graduado em Medicina mas desde 1990 ex-médico) Lair Ribeiro (que já foi cardiologista da Seleção Brasileira de Futebol).

    Em 1990, Lair Ribeiro começou a defender no Brasil as ideias de um médico dos Estados Unidos (o nome me fugiu agora, mas ele é responsável por alegar a existência de “vermes intestinais” que seriam a suposta causa do autismo e passou a defender enemas de MMS [alvejante] aplicados diretamente no reto das crianças autistas por seus pais; até onde sei, já causou a morte de dois meninos autistas) e, por conta da virulência dessas ideias, o CRM de sua região cassou-lhe o registro de médico. Desde então, por não poder mais clinicar, Lair Ribeiro se dedica a escrever livros de “auto-ajuda” repleto de ideias charlatãs (filão que infelizmente lhe garante uma renda mensal maior que os rendimentos como médico).

  1. Olá amigo Carlos Oliveira

    A minha postura em relação a assuntos como a possibilidade da vida depois da morte é a duvida. Gostava de obter uma certeza, fosse ela qual fosse.

    Não tenho dúvidas que homens como Dean Radin são cientistas, como não tenho dúvidas que os trabalhos deles nos apresentam evidências de fenómenos que a ciência não explica e que deixam em aberto a possibilidade de o ser humano não ser apenas uma máquina biológica. Essas evidências necessitam de maior comprovação por cada vez mais centros de investigação por esse mundo fora.

    A crença de que somos apenas máquinas naturais mortais, e nada mais, ou seja, que somos apenas cadáveres adiados, como diria Fernando Pessoa, não passa de uma crença.

    Quanto ao que eu gostava mais que a realidade fosse tenho dúvidas. Efectivamente a crença de que somos meras máquinas biológicas naturais completamente mortais tem como consequência que não mais sofremos após a morte carnal. Já a crença na existência de que o “eu” que nos sentimos permanece, embora em circunstâncias diferentes poderá ter como resposta a continuação do sofrimento, sob outras formas.

    Se uma pessoa começar a pensar nas consequências de sermos meras máquinas biológicas, contudo, concluímos que não existe o mérito nem o demerito. Máquinas não têm mérito. Concluímos que após o momento da morte somos apenas montes de carne a apodrecer, tenhamos sido as pessoas mais importantes, do ponto de vista social, ou tenhamos sido as pessoas mais insignificantes do mesmo ponto de vista. Para aquele que morreu tanto faz ter vivido como não. Para as outras pessoas, ainda vivas, pode existir diferença, mas que interessa isso para o monte de carne que apodrecer. Um grande cientista foi apenas uma maquina mais eficaz que teve oportunidade de manifestar isso. A diferença entre o cientista e a pessoa mais ignorante é comparável à diferença entre uma couve que conseguiu crescer mais do que outra.

    Enfim, eu não sou religioso. O que eu desejo é que a ciência se dedique mais a esta area. E o resultado dessa dedicação pode ser chegar a resultados que podem ser aqueles que imaginamos e/ou cremos ou a resultados opostos. Quem quer impedir a ciência de investigar estes fenómenos parece ter medo de que o resultado não seja aquele que deseja. Esses que querem impedir isso são os cépticos e os religiosos fanáticos. São aqueles não admitem um resultado diferente daqueles que eles apregoam.

    As estatísticas com garantia de sigilo mostram que a maioria dos contribuintes do mundo inteiro crêem, ou admitem a possibilidade de existir vida depois da morte. A investigação, pelo menos aquela que é sustentada por recursos públicos, deve respeitar

    Bem ja

    1. Caro Vitor Santos,

      “Não tenho dúvidas que homens como Dean Radin são cientistas”
      —- não tem dúvidas, mas devia ter, porque essa pessoa é um pseudocientista, que lhe vende crenças pessoais como se fossem ciência. Ou seja, o Vitor anda enganado.
      http://rationalwiki.org/wiki/Dean_Radin

      A ciência estuda os fenómenos e tira as suas conclusões.
      Não há quaisquer evidências para a vida após a morte. São só crenças pessoais de algumas pessoas.

      Se o Vítor não aceita as conclusões da ciência e têm evidências do contrário, apresente-as em experiências duplamente cegas que comprovem o que pensa. Se não tem evidências, então essa crença está ao nível do Pai Natal, de fadas, etc.

      abraços

      • Jonathan Malavolta on 03/04/2021 at 21:16
      • Responder

      Vítor, se permite um brasileiro entrando na discussão, discordo em pelo menos um ponto de seu comentário. Como formado em Letras, entendo que “ciência”, apesar de se originar do latim “scientia”, tem um significado distinto deste último termo. “Scientia” significa “corpo organizado de conhecimentos”, então portanto não distingue o tipo de conhecimento, podendo ser qualquer coisa (inclusive pseudociência). Já “ciência” significa “estudo e observação da natureza” (ou do “espaço-tempo”, dependendo do ponto de vista), ou seja, NÃO É “corpo organizado” de QUALQUER conhecimento, mas “corpo organizado” de um conhecimento mui específico. No resposta-aos-internautas.blogspot.com, publiquei um texto denominado “O que é ciência, afinal?” e nele deixo bem claras as formas de manifestação da natureza. Em o termo “ciência” tendo uma definição bem específica, “estudo e observação da natureza”, isso implica que a metodologia científica não é larga, irrestrita, pelo contrário, ela tem limitações muito bem discriminadas (já descritas neste meu aludido texto). Espero que sirva de parâmetro esclarecedor.

      1. Pseudociência não é conhecimento objetivo. É baseada em crenças subjetivas 😉

        abraços!

    • Manuel Almeida on 11/12/2014 at 21:42
    • Responder

    Estava para comentar algo sobre a crítica em si mesma, porém, depois de ler algumas expressões nela utilizadas, peço que me seja explicado o que significa

    “… Isto está mais próximo do melhor ilusionismo espírita…”

    Tenho por mim que me deparo com uma sapiência incomum e, doravante, deixarei de considerar o cientista reconhecido “williams crookes” (http://pt.wikipedia.org/wiki/William_Crookes#Espiritismo), assim como o famoso estudioso Ernesto Bozzano,(http://pt.wikipedia.org/wiki/Ernesto_Bozzano), o pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail (Allan kardec – http://pt.wikipedia.org/wiki/Allan_Kardec), o Escritor Arthur Conan Doyle (http://pt.wikipedia.org/wiki/Arthur_Conan_Doyle#Envolvimento_com_o_Espiritismo), o astrónomo francês Camille Flammarion e muitos, mas muitos mais.

    Como já referia o saudoso Pietro Ubaldi (Filósofo e Contemporâneo de Einstein que previu inclusive o ano da sua morte e isso está documentado e investigado. Foi o autor da obra “A Grande Síntese”, grandemente elogiada por mestres de todo o mundo aquando da sua publicação)
    “Quanto mais se nega a existência, tanto mais o próprio fato de negá-la prova que ela existe…”

    Um ignorante convicto
    Manuel Almeida

    1. Manuel,

      O seu comentário é interessante, porque inclui aquilo que precisamente está errado na população: não terem sentido crítico.

      O Manuel não entende de falácias, neste caso a falácia da popularidade.
      Não é por meio mundo acreditar em sereias ou em deus, que ele passa a existir.
      Não é por meio mundo acreditar na escravatura, que ela passa a ser correta.

      Por outro lado, as pessoas têm crenças. Os cientistas são pessoas. Como tal, muitos deles têm crenças.
      Crenças são baseadas na fé. Não quer dizer que existam. Simplesmente a pessoa acredita nisso.
      Você e qualquer cientista tem todo o direito de acreditar no que quiser. Simplesmente, as crenças não são ciencia nem são reais.

      Por fim, se os cientistas não estudassem isso, então você entrava aqui a dizer que os cientistas eram X e Y porque não queriam saber das suas crenças.
      Se há cientistas que estudam, então você entra aqui assumindo erradamente que se um cientista faz experiencias e dá negativo, então para si, isso quer dizer que a coisa funciona. A ciência estuda os assuntos. Muitas vezes, as experiencias dão negativo. O que quer dizer que o que se proclama, não existe. É o caso do espiritismo. Se existisse e se funcionasse, já teve tempo suficiente para construir internets baseadas nisso. Mas como não funciona, como é uma mera crença sem qualquer ponta de realidade, então irá sempre continuar assim: sendo uma simples crença de quem escolhe ignorar a realidade, mas simultaneamente gosta de hipocritamente utilizar a ciência no dia-a-dia.

      abraços

      P.S.: em 7 mil milhões de pessoas (vários biliões, se considerar todos os que já morreram), é normal que alguém consiga acertar na data da morte, obviamente. A simples estatística mostra isso. Não é preciso invocar deuses e dragões.

  2. Quando Darwin defendeu a Origem da Espécies e disse que o Homem descende do macaco perguntaram-lhe de que lado ele descendia do macaco, se da parte da mãe se da parte do pai….. Galileu também era louco quando disse que a Terra não era plana…. enfim… após tantos séculos de desenvolvimento material e tecnológico é díficil aceitar a espiritualidade e a vida depois da vida…. só se provarem cientificamente…. onde está a alma que não se vê…? Como é que a parte material vai provar a existencia da espiritualidade?

    Obrigada Luís Portela pelo excelente livro

    1. Obrigado Marina pelo seu comentário.

      É mais uma evidência que quem se deixa levar por estas fantasias espirituais não tem qualquer conhecimento do mundo que a rodeia.

      Darwin não disse que o Homem descendia do macaco. Sugiro que aprenda biologia.

      Galileu nunca disse que a Terra não era plana, Seria muito estúpido que o fizesse, já que era do conhecimento público há mais de 2.000 anos que a Terra era esférica.

      A Humanidade agradece a difusão de ignorância em nome da espiritualidade… (ironia)

      • Jonathan Malavolta on 03/04/2021 at 21:28
      • Responder

      “Quando Darwin defendeu a Origem da Espécies e disse que o Homem descende do macaco…”

      Errado! Darwin nunca disse que o homem descende do macaco; Darwin disse que o homem É UM macaco. “Macaco” aqui não deve ser entendido como uma espécie mas como um grupo ou uma família de espécies (também conhecida pelo termo “primatas”). Às vezes me dá vontade de bancar o irônico Sênor Abravanel (Sílvio Santos) e perguntar às pessoas: “Você concluiu o Ensino Fundamental?” No Fundamental I (antigo Primário e mais antigo ainda Grupo Escolar, aqui no Brasil) ainda se começa a aprender Interpretação de Texto (não apenas Ortografia), então é natural que os sensatos suponham que pessoas que já concluíram o Fundamental consigam entender textos (científicos ou não) ao lê-los ou ouví-los.

      Amplexos.

      1. Na verdade, humanos e macacos (atuais) têm um antepassado comum. 😉

  3. Caros Senhores

    Há evidências cientificas da telepatia. A experiência ganzfeld é estatisticamente relevante e repetivel. Aconselho a consulta ao site do IONS (Institute of Noetic Sciences).

    A revista cientifica “The Lancet” publicou em 2001 o estudo da equipa do cardiologista Pim Van Lommel, sobre casos de quase morte. Esses casos não foram ainda explicados, sendo a hipótese da sobrevivência da alma à morte uma forte candidata. A experiência é repetivel.

    Estes são apenas exemplos.

    A ciência não confirma nem desmente a hipótese da vida depois da vida. A dúvida é a postura cientifica correcta, sobre este assunto, senão entrarmos num cepticismo fanático, que, no fim de contas, leva os cépticos a comportar-se como os religiosos, alegando que as respectivas crenças são postulados científicos intocáveis e dogmáticos, tal como os religiosos alegam que as respectivas crenças são dogmas intocáveis e irrefutáveis.

    Quem tem noção da complexidade da natureza, e do pouco que ainda sabemos, face ao que há para saber, não se considera em posição de dizer aos outros o que é possível ou impossível, sobretudo em assuntos deste tipo.

    bem hajam

    1. Caro Vitor,

      Se diz que há evidências científicas, deveria dar fontes científicas. Não o fez.

      Quanto aos casos de quase morte, sugiro que leia a literatura científica para o efeito, nomeadamente de neurologia. Talvez aprenda alguma coisa, em vez de incriminar o Pai Natal (ou a alma, como lhe chama).

      Que eu saiba, os únicos religiosos aqui são aqueles, como o Vitor, que confundem espiritualidade com ciência.

      Na ciência não há dogmas. Mas há conhecimento. Alegar-se a ignorância para sugerir a existência do Pai Natal é irracional. Confundir-se isso com a ciência é iliteracia científica.
      Aliás, o Vitor demonstra não saber o que é ciência, com essa falácia dos dogmas – muito comum em quem não entende ciência – daí que lhe sugiro a nossa categoria chamada Literacia Científica.
      Antes de comentar, assegure-se de que sabe do que fala.

      Quem tem noção da complexidade da natureza é quem estuda essa mesma natureza.
      Quem estuda essa natureza são os cientistas. Os cientistas são os únicos humildes o suficiente para deixar ser a natureza a dar as respostas. Já quem envereda pelas respostas fast-food que o Vitor defende, tem a arrogancia extrema de achar que as suas crenças pessoais estão acima do que a natureza nos diz.

      E sim, há coisas possíveis e outras coisas impossíveis. Já a racionalidade diz-nos aquilo que é provável. Infelizmente, o Vitor resolveu comentar sem antes se informar devidamente sobre os assuntos respeitantes à natureza da ciência. Antes de comentar novamente com frases gerais ignorantes sobre aquilo que é ciência, sugiro que leia sobre esse mesmo assunto nos nossos artigos.

      Pelo conhecimento,

    2. Vitor,

      De 2001 para cá muita água rolou.

      A neurociência já tem ideia do que acontece com experiências quase morte e, para “variar”, a sua (e a de muita gente) hipótese religiosa foi por água abaixo, mais uma vez.

      A falta de explicação das lacunas científicas costuma dar chance a um crente de colocar seu “pitaco hipotético” conveniente, mas é só passar um pouco de tempo e se descobre, e se prova, que o sobrenatural não é a causa.

      “Verdadeiras experiências fora do corpo”
      http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/verdadeiras_experiencias_fora_do_corpo.html

      “Reativação cerebral explica experiência de quase morte”
      http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/experiencia_de_quase_morte_foi_possivelmente_reativacao_cerebral_no_final_do_coma.html

      “Estudo diz que experiências “sobrenaturais” de quase morte são truques da mente”
      http://super.abril.com.br/blogs/como-pessoas-funcionam/novo-estudo-explica-experiencias-sobrenaturais-de-quase-morte/

      Sobre telepatia, o famoso mágico James Randi dá um prêmio de um milhão de dólares para quem provar que telepatia funciona ou paranormalidade existe, e até agora ninguém provou nada. Ninguém, com esse “dom”, gosta de dinheiro? Então por que estão nas tvs, escrevem livros, fazem shows?

      “James Randi, o caçador de paranormais”
      http://super.abril.com.br/cotidiano/cacador-paranormais-james-randi-445643.shtml

    • Maria Marques on 08/09/2013 at 20:13
    • Responder

    Bom, depois de todos estes excelentes comentários dos quais obviamente destaco o do António Piedade, terei que ler o livro com urgência.
    Depois da entrevista, fiquei fascinada/esperançada sobre o seu conteúdo-é que perdi recentemente o meu querido pai!!!

    penso que não necessito de dizer mais nada!!

    vou então comprar e ler o livro do dr. luís portela

    até breve

    1. Esse é precisamente o problema do livro: como abutres, estas ideias aproveitam-se das pessoas mais desesperadas e mais emocionalmente necessitadas.

      Infelizmente, devido a uma perda, a Maria Marques exemplifica o tipo de pessoa que se torna cliente dos vendedores de banha de cobra (que sempre existiram ao longo dos séculos para se aproveitarem das pessoas nos seus momentos mais frágeis).

  4. Carlos Oliveira

    Obrigado pela sua resposta.

    Não ‘estrague’ a minha analogia da Joana, considere-a uma singularidade. Não vá correr o risco de alguém se lembrar de dizer que essa locomoção, é obra do sobrenatural…

  5. Caro Sr.

    Desculpe, mas pode pelo menos dar-me uma razão pela não inclusão do meu comentário?

    Lamento o envio por aqui, mas não tenho outra forma.

    Obrigado

    1. Como compreende, nós temos os nossos trabalhos, dando conhecimento de forma voluntária e gratuita.

      Agradecia que o Nuno não fosse arrogante ao ponto de pensar que tem que ver os seus comentários aceites e respondidos de forma imediata.

        • Nuno on 08/08/2013 at 12:52

        Carlos Oliveira

        Lamento, não conhecia este blog, pelo que, não conhecia o seu funcionamento. Não pretendi de alguma forma demonstrar qualquer tipo de arrogância, pelo que, agradeço a inclusão dos meus comentários.

        Obrigado.

  6. Boa tarde

    “………..Considerando o pensamento humano como uma força, Luis Portela aplica-lhe a 3ª lei da mecânica Newtoniana, mais comummente conhecida por lei da acção – reacção (que diz que para toda e qualquer acção há sempre uma reacção oposta e de igual intensidade), e uma certa “lei da causa e do efeito” (página 31), para assim fundamentar a existência da telepatia e da influência que podemos ter uns sobre os outros através da transmissão de pensamentos positivos e negativos. E isto ocorre à velocidade do pensamento, velocidade essa que Luís Portela não diz qual é!”

    Eu não sou especilista na matéria. Para mim, enquanto leigo, faz todo o sentido que o pensamento humano tenha “energia” se assim lhe poderemos chamar. Cabe à ciência estudar isso ( Ou o Dawnkins e companhia, já o estudaram?).

    Querem que ele diga qual a velocidade do pensamento (Entrelaçamento quântico?)? Só assim se torna algo “credível”? Não me parece uma análise correta do ponto de vista científico.

    Se os Srs. Lawrence Krauss e Richard Dawkins, vêm dizer que no Universo o total da energia é ZERO, isso é ciência. Se alguém como o Luís Portela, vem pedir que a ciência estude a Sua visão do Universo – é religião, é coisa feia, é New Age do século XXI, ou bullshit crap.

    Parece-me quase um paradoxo científico – a ciência serve para provar aquilo que eu, enquanto cientista, formulo no meu cérebro. Aquilo que eu formulo no meu cérebro, é toda a ciência.

    Abertura de espiríto, pretende-se, essa é a verdadeira ciência.

    1. “Eu não sou especilista na matéria.”

      Não é especialista… mas gosta de opinar. Logo aí, começa o erro.

      “faz todo o sentido que o pensamento humano tenha “energia” se assim lhe poderemos chamar.”

      Não sei o que lhe quer chamar… mas se lhe chamar unidade de trabalho ou radiação, que é o que normalmente é a “energia”, então nada disso se aplica.

      “Querem que ele diga qual a velocidade do pensamento (Entrelaçamento quântico?)? Só assim se torna algo “credível”? Não me parece uma análise correta do ponto de vista científico.”

      Pois… o que é sinal que não compreende o ponto de vista científico.
      Sim, qualquer pessoa, mesmo Einstein, teve que o fazer.
      É assim que se faz na ciência e na vida… logo que não se queira dizer generalidades sem sentido para vigarizar os outros.

      “Se os Srs. Lawrence Krauss e Richard Dawkins, vêm dizer que no Universo o total da energia é ZERO, isso é ciência.”

      Sim, mas têm que compreender o ponto de vista do Krauss.
      Assim como tem que compreender o ponto de vista do Hawking quando ele diz que não existe Deus no início do Universo (já explicado aqui no blog).
      Lá está, se não compreende as coisas, não deve opinar só porque sim.

      “Se alguém como o Luís Portela, vem pedir que a ciência estude a Sua visão do Universo – é religião, é coisa feia, é New Age do século XXI, ou bullshit crap.”

      Já se estudou. É pura religião.
      Temos pena, mas o que são crenças pessoais, não pode ser vendido como uma hipótese objectiva.
      A falácia do coitadinho não funciona aqui.
      Vai ter que vir com outros argumentos, que essas falácias não fazem qualquer sentido.

      Além do mais, há uma regra que se aplica para tudo: ónus da prova.
      Se eu lhe disser que o meu cão está doente, não é você que tem que provar que ele não está. *Eu* é que tenho que provar que o meu cão está doente.
      Se eu lhe disser que vi ontem o Pai natal e tenho a certeza que é ele, não é você que tem que provar que o Pai Natal existe. *Eu* é que tenho que provar que não só o Pai Natal existe mas também que o vi ontem.
      A inversão do ónus da prova é uma das mais usuais falácias utilizadas pelos pseudos e demais vigaristas, fazendo-se passar por coitadinhos dizendo algo deste género: “Coitadinho de mim, que até sei do que falo, mas eles, os mauzões dos cientistas, nem sequer querem provar que o que eu digo é verdade”.
      Isto é o argumento da inversão do ónus da prova para apanhar leigos e pessoas que se deixam enganar.

      “Parece-me quase um paradoxo científico”

      Parece-lhe, porque não compreende o que é a ciência, não compreende a natureza da ciência. Se compreendesse, já não lhe parecia um paradoxo.

      “a ciência serve para provar aquilo que eu, enquanto cientista, formulo no meu cérebro.”

      É irrelevante o que eu formulo no meu cérebro. Eu até posso formular que o Pai Natal existe, que o Nuno está no centro do Universo ou outra barbaridade qualquer. Mas se a natureza não mostra isso ou se o contradiz, então o que eu penso é irrelevante.

      “Abertura de espiríto, pretende-se, essa é a verdadeira ciência.”

      Pois é. Por isso é que eu lhe recomendo isso.
      Tenha a abertura de espírito para primeiro entender o que é a ciência, *antes* de opinar. 😉

      abraços

        • Nuno on 08/08/2013 at 12:48

        Caro Carlos Oliveira

        Obrigado pela resposta ao meu comentário.

        “Não é especialista… mas gosta de opinar. Logo aí, começa o erro”

        Quem nasceu primeiro? O especialista ou aquele que pretende ser um especialista? – Eu não sou especialista, no entanto, permita-me ter um pensamento crítico sobre aquilo que me rodeia.

        “Não sei o que lhe quer chamar… mas se lhe chamar unidade de trabalho ou radiação, que é o que normalmente é a “energia”, então nada disso se aplica.”

        Como diz, “o que é normalmente”, já me chegou para concluir a sua especialidade na matéria. Não digo com isto que eu saiba, longe de mim. No entanto, se não sabe o que é, como se poderá derrubar uma hipótese? Uma coisa é certa,o pensamento é observável pelo menos do ponto de vista pessoal, pelo que, existe.

        Já agora, a Energia escura no Universo, existe ou não existe? É observável porquê? É o quê? radiação ou unidade de trabalho? Analogamente , não estou a entender o seu raciocínio.

        “Sim, mas têm que compreender o ponto de vista do Krauss.
        Assim como tem que compreender o ponto de vista do Hawking quando ele diz que não existe Deus no início do Universo (já explicado aqui no blog).
        Lá está, se não compreende as coisas, não deve opinar só porque sim.”

        Caro Carlos Oliveira, desculpe, a conclusão do Krauss parece-me mais um dado bíblico do que científico. Dizer que a matéria nasce do nada é realmente qualquer coisa de incrível.
        Alguém dizer que não existe Deus ou que existe, e podem-me vir falar na evolução, DNA, RNA, primeira célula com capacidades auto-reprodutivas, multiversos, teoria das cordas, spin up, spin down, entrelaçamentos quânticos, Richard Dawkins, Stephen Hawking, o Papa, o Padre, vale o que vale, vale uma hipótese que jamais será respondida.

        No entanto, caro Carlos Oliveira, não sei quem está aqui a falar, só porque sim – eu estou a colocar hipóteses você está a dar-me respostas, o sim aplica-se a respostas não a hipóteses.

        “Pois… o que é sinal que não compreende o ponto de vista científico.
        Sim, qualquer pessoa, mesmo Einstein, teve que o fazer.
        É assim que se faz na ciência e na vida… logo que não se queira dizer generalidades sem sentido para vigarizar os outros.”

        Carlos Oliveira, não me tape o sol com a peneira, a teoria da relatividade de Einstein não ficou provada depois da ciência a ter observado? Querem obrigar o Luís a dizer a velocidade do pensamento, para credibilizar a sua hipótese? isto só pode ser brincadeira!! Não sabem o que é o pensamento e querem saber a velocidade dele? Por favor, não queira fazer de um leigo na matéria como eu, burro.

        Curiosamente Einstein, pelo que li na sua bibliografia, quer dizer que foi precisamente na falta de pensamento, onde teve a sua “genialidade” – já que falamos de pensamento.

        “Já se estudou. É pura religião.
        Temos pena, mas o que são crenças pessoais, não pode ser vendido como uma hipótese objectiva.
        A falácia do coitadinho não funciona aqui.
        Vai ter que vir com outros argumentos, que essas falácias não fazem qualquer sentido.”

        Já se estudou? Ok. Quais foram as conclusões? Onde estão os artigos científicos? Já agora, agradeço antecipadamente pela partilha.

        “Além do mais, há uma regra que se aplica para tudo: ónus da prova.
        Se eu lhe disser que o meu cão está doente, não é você que tem que provar que ele não está. *Eu* é que tenho que provar que o meu cão está doente.
        Se eu lhe disser que vi ontem o Pai natal e tenho a certeza que é ele, não é você que tem que provar que o Pai Natal existe. *Eu* é que tenho que provar que não só o Pai Natal existe mas também que o vi ontem.
        A inversão do ónus da prova é uma das mais usuais falácias utilizadas pelos pseudos e demais vigaristas, fazendo-se passar por coitadinhos dizendo algo deste género: “Coitadinho de mim, que até sei do que falo, mas eles, os mauzões dos cientistas, nem sequer querem provar que o que eu digo é verdade”.
        Isto é o argumento da inversão do ónus da prova para apanhar leigos e pessoas que se deixam enganar.”

        Eu compreendo o significado da prova. E acho que já respondi atrás. A existência do “Pai Natal”, jamais será provada.

        “Parece-lhe, porque não compreende o que é a ciência, não compreende a natureza da ciência. Se compreendesse, já não lhe parecia um paradoxo.”

        Prefere que lhe chame o paradoxo científico na cabeça de cada um? lembra-me de repente um acréscimo que se poderá fazer ao Descartes – “Penso, logo existo, existo e sou cientista, logo, o que penso é toda a ciência”. Seria de facto, uma bela frase. O Homem coloca uma hipótese, essa hipótese com base científica, é verdadeira ou falsa. Parece-me mais justa esta última.

        “É irrelevante o que eu formulo no meu cérebro. Eu até posso formular que o Pai Natal existe, que o Nuno está no centro do Universo ou outra barbaridade qualquer. Mas se a natureza não mostra isso ou se o contradiz, então o que eu penso é irrelevante.”

        Carlos Oliveira, suponho que tenha sido uma brincadeira sua este comentário. A confirmação dada pela ciência a uma hipótese, é antes de ser uma hipótese, formulada numa andorinha?

        “Pois é. Por isso é que eu lhe recomendo isso.
        Tenha a abertura de espírito para primeiro entender o que é a ciência, *antes* de opinar. ;)”

        Não necessita de recomendar. Eu sou altamente apologista pelo desenvolvimento da ciência. No entanto, não posso deixar de criticar alguns comentários, que no meu ponto de vista, mostram alguma inclinação narcisista sobre a ciência.

        Ainda não se sabe e do que é composto 96% do universo, ainda existem mistérios em todo o lado, e com base neste pressupostos, não entendo a capacidade de alguns “iluminados” concluírem barbaridades. O João só vê a Joana da barriga para cima, a Joana é ruiva e tem olhos verdes, umas sardas aqui e ali, vê-se que existem dois braços o que leva a concluir que existe grande probabilidade de existirem umas mãos. É muito improvável que a Joana tenha pernas (análogo à conclusão de Dawkins – “Deus – Um delírio”).

        Abraço Carlos Oliveira e obrigado pelo seu comentário.

      1. “Eu não sou especialista, no entanto, permita-me ter um pensamento crítico sobre aquilo que me rodeia.”

        Pensamento crítico, sim, é transversal a todas as áreas.
        O pensamento crítico ensina-nos que não devemos opinar sem primeiro estar informados dos assuntos.

        Eu por exemplo não entro em blogs de agricultura a dizer que não entendo porque as batatas nascem em árvores.
        Isto não seria pensamento crítico.

        “se não sabe o que é, como se poderá derrubar uma hipótese?”

        Nós sabemos o que é a energia. É um termo.
        Esse termo tem definições diferentes em termos científicos e em termos populares. Os pseudos e demais vigaristas utilizam essa diferença do que as pessoas pensam para o que é efectivamente usado, para confundirem as pessoas.
        Fazem o mesmo com a palavra Teoria.

        Nem tudo o que é observável do ponto de vista pessoal, existe. O nosso cérebro prega-nos várias partidas.

        “Já agora, a Energia escura no Universo, existe ou não existe? É observável porquê? É o quê? radiação ou unidade de trabalho? Analogamente , não estou a entender o seu raciocínio.”

        A Energia Escura nem é energia, nem é escura. E sabemos isto. Além de sabermos que é repulsiva.
        Por isso, a sua comparação não se aplica.

        “Caro Carlos Oliveira, desculpe, a conclusão do Krauss parece-me mais um dado bíblico do que científico.
        Dizer que a matéria nasce do nada é realmente qualquer coisa de incrível.”

        O problema mais uma vez é que não entende a terminologia científica.
        Tal como no caso de Energia e de Teoria, também aqui a definição científica de *nada* é diferente da definição popular.
        Já expliquei a definição de *nada* noutro post, quando falei do livro do Krauss. Basta ler e adquirir conhecimento, antes de fazer comentários.

        “Alguém dizer que não existe Deus ou que existe, e podem-me vir falar na evolução, DNA, RNA, primeira célula com capacidades auto-reprodutivas, multiversos, teoria das cordas, spin up, spin down, entrelaçamentos quânticos, Richard Dawkins, Stephen Hawking, o Papa, o Padre, vale o que vale, vale uma hipótese que jamais será respondida.”

        Não é uma hipótese.
        Já expliquei em vários artigos aqui no blog que o Hawking só falou disso por motivos de marketing, nada mais.
        Não tem nada de científico.
        Tem é que ler os artigos.

        “eu estou a colocar hipóteses você está a dar-me respostas”

        As hipóteses só são válidas cientificamente se lhes pudermos aplicar a “lei” de Popper e lhe podermos responder com base no conhecimento que temos.
        Se é para deixar no ar, então está a fazer o mesmo que o Giorgio e todos os outros vigaristas que só fazem perguntas com base em possibilidades. A ciência é probabilidades, não possibilidades.

        “a teoria da relatividade de Einstein não ficou provada depois da ciência a ter observado?”

        Sim. Einstein provou matematicamente tudo o que dizia e explicou como se poderia fazer as experiências observacionais para provar que as suas conclusões estavam correctas.

        “Querem obrigar o Luís a dizer a velocidade do pensamento, para credibilizar a sua hipótese?”

        Sim, como toda a gente na ciência o faz, até Einstein o fez. Já o expliquei atrás. Se não entende como o conhecimento evolui, nada mais lhe posso fazer.

        “Não sabem o que é o pensamento e querem saber a velocidade dele?”

        Essas respostas têm que ser dadas pelo Luís, ou por outro qualquer vendedor de banha de cobra que ao longo dos séculos fez o mesmo que o Luis. Para cada cientista, existem milhões de vendedores de banha-de-cobra que foram esquecidos pela História porque só diziam disparates.

        “Por favor, não queira fazer de um leigo na matéria como eu, burro.”

        Não sou eu que estou a fazê-lo de burro…

        “quer dizer que foi precisamente na falta de pensamento, onde teve a sua “genialidade” – já que falamos de pensamento.”

        Sim, Einstein sabia utilizar o seu pensamento, ao contrário dos milhares de pseudos que aparecem todos os anos com ideias imbecis que não querem provar e preferem se fazer de coitadinhos para venderem livros.

        Já agora, sabia que Einstein publicou as suas ideias em revistas científicas, avaliadas pelos melhores da área?
        Einstein não se pôs a fazer dinheiro a vender livros para leigos que comessem tudo aquilo que ele dizia.
        Sabe o porquê da diferença?
        Um estava interessado em saber mais e provar que as suas ideias estavam ou não certas, enquanto outros preferem vender livros para as massas para fazer dinheiro à custa da ignorância das pessoas nos assuntos em causa.

        “Quais foram as conclusões? Onde estão os artigos científicos?”

        Não sou eu que lhe tenho que dizer. Novamente: ónus da prova.
        O seu amigo Luís que lhe diga.

        “Eu compreendo o significado da prova. E acho que já respondi atrás. A existência do “Pai Natal”, jamais será provada.”

        Jamais?
        Mas eu sei que ele existe e que anda à velocidade do pensamento…
        E até vou escrever um livro sobre isso… onde vou dizer que os mauzões dos cientistas nem querem provar a existência dele.

        “O Homem coloca uma hipótese, essa hipótese com base científica, é verdadeira ou falsa.”

        Tem que ensinar os vigaristas a fazerem isso.

        E já agora, a hipótese é verdadeira ou falsa não pela quantidade de livros vendidos ou pela quantidade de leigos enganados.
        A verdade científica não é democrática.

        ““É irrelevante o que eu formulo no meu cérebro. Eu até posso formular que o Pai Natal existe, que o Nuno está no centro do Universo ou outra barbaridade qualquer. Mas se a natureza não mostra isso ou se o contradiz, então o que eu penso é irrelevante.”
        Carlos Oliveira, suponho que tenha sido uma brincadeira sua este comentário. A confirmação dada pela ciência a uma hipótese, é antes de ser uma hipótese, formulada numa andorinha?”

        Depende da sua perspectiva. Pelos vistos o Nuno defende isso. É que no livro em post foi dessa forma.

        “alguma inclinação narcisista sobre a ciência.”

        A ciência é o que de menos narcisista existe. Daí que toda a hipótese científica e todo o experimento científico é depois avaliado por pares…
        Narcisista é achar que teve uma ideia brilhante, expô-la em livros a pessoas que nada entendem do assunto, e depois achar-se o maior entre todos os leigos porque se vendeu muitos livros – achando que é isso que lhe dá credibilidade à ideia inicial.

        “Ainda não se sabe e do que é composto 96% do universo”

        Neste momento, o número é 95%.
        Também já existe um artigo aqui no blog sobre isso.

        “ainda existem mistérios em todo o lado, e com base neste pressupostos, não entendo a capacidade de alguns “iluminados” concluírem barbaridades.”

        Como não sabemos quem é o Pai Natal, então vamos dizer que é o sr. Joaquim que é padeiro. É isso?
        Por não sabermos algo, vamos vender livros com imbecilidades e dizer que isso são ideias credíveis.
        Enfim….

        Se não se sabe, então a resposta é: não se sabe.
        Se passarmos o crivo científico em algumas das hipóteses, então passa a ter alguma validade.

        “É muito improvável que a Joana tenha pernas (análogo à conclusão de Dawkins – “Deus – Um delírio”).”

        Não compreendeu o Dawkins.
        Se o Dawkins vê o tronco a mover-se, então deverá existir uma forma de locomoção.
        Essa locomoção terá nascido naturalmente. Ou seja, deverá existir ou rodas ou pernas ou o que seja de modo a existir essa locomoção de forma natural (como vemos em milhões de outros casos semelhantes).
        O que não se pode é delirar com o que se vê, e afirmar que se estou a ver o tronco dela a mover-se, então é porque uma andorinha lhe criou um carro. Isso seria extremamente improvável.

        abraços

        • Maria on 31/08/2013 at 11:57

        Existe tanta coisa provada pelas ciências e nunca ninguém viu essa prova. Um exemplo são as doenças mentais, já que grande parte das patologias psiquicas ou psicológicas não são medíveis nem fotografáveis e ainda assim continuam os equisofrénicos (só um exemplo) a serem medicados quando não há nenhum Raio X, nem uma análise de sangue ou qualquer exame que mostre/prove que ele tem essa doença… Ou seja, as doenças mentais (pelo menos algumas) são analisadas unicamente através de sintomas ou comportamentos; Alguém garante ao paciente que ele tem tal doença, porque o mesmo manifesta tal sintoma; isso é ciencia ou não?
        Todos que aqui estão são leigos no que diz respeito áquilo que não se vê, no entanto da mesma forma que ninguém pode provar que existe, também ninguém pode provar que não existe e aí entra a capacidade de análise não racional, porque a razão não explica tudo…

      2. Comentário tipicamente pseudo…

        Sim, a ciência sabe muito, incluindo aquilo que não se vê.
        Sugiro que leia sobre o espectro electromagnético e que não cuspa no prato que lhe dá de comer.

        Não saber alguma coisa, não quer dizer que todas as vigarices podem ser verdade.
        Você pode não saber quanto é 4895478954 x 786433024857 = ? mas deveria saber que a resposta não é 2.

        Por fim, o seu argumento é irracional e pseudo. O ónus da prova está sempre do lado de quem faz afirmações da existência de algo extraordinário, nunca de quem tem que provar o contrário.
        Por exemplo: não é você que tem que provar que o Pai Natal, unicórnios voadores, fadas, etc, não existem, mas sim quem diz que existe é que tem que provar a sua existência. Isto é racionalidade básica.

        Tudo isto já está explicado dúzias de vezes aqui no blog.
        Se não sabe, agradecia que se informasse, lendo os nossos artigos, *antes* de nos fazer perder tempo com falsidades já desmascaradas.

        abraços

    • Manel Rosa Martins on 03/08/2013 at 01:12
    • Responder

    Excelente crítica, objectiva e lúcida.

    Com “energias” que não se podem medir, a pseudo ciência que Luís Portela advoga já foi submetida, e há muito, ao critério de análise da Ciência: sempre a conclusão foi que não funciona.

    O autor baseia o seu desafio na falácia vulgar e muito repetida da inversão do ónus da prova.

    Não é a Ciência que tem que provar que as energias que não se podem medir não funcionam, é a pseudo ciência que teria que provar que vigarices como a telepatia, a homeopatia e todas as medicinas ditas de alternativa, ou de alterne, funcionam.

    Este livro vende-se agora sob a capa dum desafio à Ciência, quando vende crenças, superstições e perfeitas baboseiras.

    O autor não tem pensamento crítico nem mentalidade aberta, tem pensamento medievo, supersticioso típico da era da escuridão atrasada. Em que as pessoas morriam de simples infecções que hoje previnem com uma simples caixa de primeiros socorros.

    Para compor a sua sopa de palavras sem qualquer dado (e omitindo os resultados negativos dos estudos sobre a telepatia) o autor fala da teoria das cordas como se esta tivesse qualquer dado experimental a suportá-la.

    Não tem, mas isso não impede o autor de omitir tal facto, para dar um ar credível, científico, ao seu livro.

    A teoria das cordas, de acordo com o seu principal proponente, Edward Witten, não é Ciência, é Filosofia.

    Toda a Física de partículas, sobretudo a palavra “quântica,” é usada e abusada para impingir as maiores vigarices, sobretudo na área da saúde. A teoria das cordas é a da gravitação quântica, nada melhor para tapar os olhos aos incautos.

    Uma vigarice à luz da Ciência, por muito que esteja em linguagem pseudo sofisticada, ou por muito que se apoie no sucesso profissional legítimo do seu autor, não deixa de ser vigarice.

    O livro de Lus Portela é uma treta medieva com roupagem New Age do século 21.

    Em Inglês denomina-se BS, indicativo para Bullshit crap, uma trampa.

    • Renato Romão on 28/07/2013 at 14:20
    • Responder

    Querem misturar tudo para poderem “vender” tudo e a todos!

    Daqui a pouco até fazem ténis que quando calçados de manhã curam gripes em 12H!
    Nonsense!
    Pior… Haveria sempre alguem que acreditaria nisto!

    O conhecimento vs intuição na medicina, real sabedoria de Dr. House!
    Quem acompanhou a serie sabe do que estou falando.
    Essa personagem espelha bem este paradigma.

    “…casos da existência da alma e o da “força do pensamento humano”. O autor considera que esta é uma força que tem a mesma validade de qualquer uma das outras quatro forças físicas, como seja a da gravidade. Considerando o pensamento humano como uma força, Luis Portela aplica-lhe a 3ª lei da mecânica Newtoniana, mais comummente conhecida por lei da acção – reacção (que diz que para toda e qualquer acção há sempre uma reacção oposta e de igual intensidade), e uma certa “lei da causa e do efeito” (página 31), para assim fundamentar a existência da telepatia e da influência que podemos ter uns sobre os outros através da transmissão de pensamentos positivos e negativos. E isto ocorre à velocidade do pensamento, velocidade essa que Luís Portela não diz qual é!”. Uhhhhh, agora até me arrepiei! Coitado do Cavaco, seguindo esta “ideia” este senhor estaria à muito doente e às portas da mor..!!!

    Excelente post!
    Abraços!

    1. Caro Renato. Obrigado pelo comentário. Cumprimentos.

  7. Belo artigo, separando muito bem o que realmente vale do que é só mundo imaginário.

    O que os crentes têm de entender, de uma vez por todas, é que crença sempre será SÓ mera crença, por mais “sentido” que possa parecer na cabecinha deles.

    Bill Maher disse: “Um religioso não pode colocar sua insensatez na mesma prateleira, ao lado da minha razão.”

    1. Caro Jonas. Obrigado pelo comentário. É de facto importante exercitar a crítica isenta e aumentar a massa crítica sobre estes aspectos assim como também sobre a generalidade da comunicação de ciência. A boa e a má. Cumprimentos cordiais.

        • Jonas on 27/07/2013 at 18:05

        Isso mesmo, Antônio. Um médico ou um cientista qualquer, por mais célebre que seja na sua profissão, não está comunicando ciência quando divulga suas próprias crenças mescladas com informação de conhecimento científico balizado.

        É fundamental fazer essa separação e que, nas obras literárias dessas pessoas, fique bem claro o que é uma coisa e o que é outra.

        Surpreende-me, por ser absolutamente fora da realidade, ler este pensamento de uma pessoa que estudou, formou-se em graus superiores e criou raízes profissionais usando o método científico: “embora não demonstradas científicamente, estas conjecturas [vidas passadas e futuras, por exemplo] fazem sentido”.

        “Fazem sentido”? E isso basta? Então é real? Se é real, onde estão as evidências?

        Obrigado pelo artigo.

  1. […] vistos, além da “vergonhosa propaganda pseudocientífica” feita ao livro de misticismos do Luís Portela, agora também se glorificam as crenças astrológicas. Assim anda a comunicação social […]

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