A ideia que temos atualmente é que as estrelas formam-se em nuvens moleculares, em locais em que a densidade colapsa, formando casulos/glóbulos onde a estrela se forma. Os planetas formam-se ao redor da estrela nesses casulos/glóbulos.
Sendo assim, a ideia que temos da formação planetária é que ela ocorre sempre ao redor das estrelas. Ou seja, os chamados planetas interestelares ou planetas-órfãos (rogue planet, interstellar planet, nomad planet, free-floating planet, orphan planet) – que não orbitam qualquer estrela mas andam livremente pelo Universo sozinhos -, também se formaram ao redor das estrelas e foram depois expulsos desse sistema planetário (devido à “morte” da estrela, ou a colisões interplanetárias, ou a mudanças gravitacionais entre os objectos do sistema planetário, etc).
Mas agora um novo estudo, a partir de observações feitas com telescópios da Universidade de Tecnologia Chalmers (Suécia), mostra que esses planetas-órfãos podem ter nascido isoladamente, em globulettes (pequenos glóbulos), que são pequenas nuvens escuras e redondas, sem ser preciso nascerem estrelas nesse local.
Este estudo foi feito com observações da Nebulosa Roseta, uma nebulosa de gás e poeira que se encontra a cerca de 4.600 anos-luz de distância da Terra.
As observações mostram pequenas nuvens (globulettes) de pouca massa (menos que 13 vezes a massa de Júpiter… ou seja, têm uma massa planetária), densas e compactas, movendo-se rapidamente para fora da nebulosa, com velocidades de cerca de 80.000 km/h. Estas globulettes deverão colapsar e formar os planetas-órfãos, sendo que as mais massivas deverão formar anãs castanhas/marrons.
A enorme velocidade das globulettes deverá ter como causa a pressão da radiação das quentes jovens estrelas que se encontram no seu centro.
Segundo Gösta Gahm, astrónomo da Universidade de Estocolmo e investigador-principal deste estudo: “A Nebulosa Roseta é o lar de mais de uma centena dessas pequenas nuvens, a que chamamos de globulettes“.
A grande maioria dos exoplanetas descobertos até hoje orbitam estrelas.
Só um reduzido número de planetas-órfãos foi descoberto, sobretudo devido à técnica da microlente gravitacional.
No entanto, há astrónomos que estimam que poderão existir cerca de 200.000 milhões de planetas-órfãos na nossa Galáxia.
Este estudo parece mostrar que muitos desses planetas podem ter-se formado sozinhos.
Leiam em inglês, aqui, aqui, e artigo científico.
1 comentário
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Não entendo porque a surpresa.
Existe uma regra no universo, pelo menos na nossa fase atual do universo, que ainda durará por muito tempo.
Se existe um astro de certo tamanho, significa que existe mais quantidade de astros com tamanhos menores.
Não há região no universo onde não funcionem as leis da gravitação.
Então aquilo que forma estrelas formará também astros menores e em maior quantidade.
Se tem menos quantidade de matéria, não formará uma estrela, oq será então? um planeta.
Então porque noticiamos a existência deles só agora, depois de termos noticiado já a existência comprovada de centenas de planetas extra-solares orbitando estrelas.
Se for analisar só isto, chegará a conclusão que os planetas errantes são raros.
Acontece que o Universo não esta sob as regras da nossa capacidade de observação.
Vemos poucos planetas errantes apenas porque eles são difíceis de ver.
Mas existem muitos, e eu acredito inclusive que encontraremos ainda alguns próximos, mais próximos doq a estrela mais próxima.
E também é natural que haja uma grande incidência de planetas errantes que tenham seus próprios satélites.
Assim como Jupter que tem mais de 60 satélites, é provável que algum dia encontremos algum planeta errante com ainda mais satélites.
É tudo natural, se antes de tirarmos conclusões de acordo com oq observamos, considerarmos esta lei “se existe algo de certo tamanho existirá mais quantidade de tamanhos menores”..
[…] com planetas, vários planetas, planetas rochosos). Órfãos (imensos, CFBDSIR J214947.2-040308.9, Globulettes, Matéria Negra). Estranhos. Mais antigos. Mais pequeno. Mais frio. Nevar pedras. Exoplaneta com […]