GD 61 é uma anã branca, o “cadáver” de uma estrela que já foi similar ao Sol, que se encontra a cerca de 150 anos-luz de distância da Terra.
GD 61 tem um disco de detritos a rodeá-la, o que pressupõe que “antes de morrer” deveria ter um sistema planetário – com planetas, asteróides, cometas, etc – ao seu redor.
Uma equipa de astrónomos estava a estudar esta estrela quando percebeu que a sua composição química denota bastante oxigénio na sua atmosfera. Esse oxigénio teria como origem moléculas com ligação ao carbono ou ao hidrogénio. Tendo em conta que esta anã branca contém uma pequena quantidade de carbono, então o oxigénio detectado foi transportado pela água.
A mesma equipa calculou que o disco de detritos em torno desta anã branca poderá ter tido origem na desintegração de um objecto como Vesta – um enorme asteróide de cerca de 500 km de diâmetro. Esta desintegração será recente: há cerca de 200 mil anos quando a estrela se transformou em anã branca. Esses detritos têm sido atraídos gravitacionalmente pela anã branca, e têm caído na sua atmosfera. A ser assim, este enorme asteróide deverá ter tido imensa água (1/4 da massa do objecto seria água) – tal como Ceres – e o oxigénio dessa água está agora a ser detectado na atmosfera da anã branca.
É a primeira vez que se detecta água num objecto rochoso que orbita/ou uma estrela que não o Sol.
Um outro pormenor interessante é que este asteróide rico em água deverá ter “caído” na “teia gravitacional” da anã branca após um exoplaneta (ainda não detectado) ao redor dessa anã branca ter influenciado gravitacionalmente esse asteróide e o ter “lançado” na direcção da anã branca, levando à sua desintegração.
Tendo em conta que o enorme asteróide teria uma grande abundância de água, então tem lógica pensar que a água era abundante nesse sistema ao redor da anã branca, e sendo assim exoplanetas orbitando a GD 61 poderiam ter tido água.
Curiosamente, na atmosfera da anã branca também foram detectados os elementos magnésio, silício, e ferro, o que denota que existiram planetas rochosos a orbitar a estrela GD 61.
Ou seja, temos evidências para a provável existência no passado de planetas rochosos com água (levada para os planetas pelos asteróides e cometas, como na Terra) a orbitar a estrela GD 61.
Da mesma forma que daqui a, por exemplo, 30 mil milhões de anos, astrónomos extraterrestres a estudarem a anã branca resultante da “morte” do Sol, poderão inferir pela sua atmosfera que actualmente o Sol poderia ter planetas rochosos com água ao seu redor.
Será que existiu algum planeta similar à Terra a orbitar esta estrela há centenas de milhões de anos?
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[…] de diâmetro a 170 anos-luz do nosso sistema solar – o asteroide em órbita da anã branca GD 61, noticiado em outubro de 2013 por ter uma composição rica em água –, usou-a para acompanhar a notícia e ainda juntou a […]
[…] Conservadores. Entrevistas. Geoffrey Marcy. Nuno Santos. Exoluas (MOA-2011-BLG-262). Exoaneis. Exoasteróides. Exoauroras. 500. […]