Fulguração solar provoca fenómeno raro na magnetosfera terrestre
O Sol produziu ontem, pelas 22:12 (hora de Lisboa), uma breve mas intensa fulguração classe X3, com origem na região activa 1890. Vejam em baixo:
A radiação gerada pela fulguração provocou uma súbita sobretensão na ionosfera terrestre, um fenómeno que despoletou um raro crochet magnético no lado diurno da Terra.
Os crochets magnéticos são distúrbios no campo magnético terrestre causados pela propagação de correntes eléctricas nas camadas inferiores da ionosfera (aproximadamente, a altitudes entre os 60 e os 120 km). São fenómenos relativamente raros que ocorrem, geralmente, em simultâneo com fulgurações solares muito intensas e rápidas, como a da noite passada.
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Sérgio Paulino
Sérgio Paulino licenciou-se em Análises Clínicas e Saúde Pública e, mais recentemente, em Biologia. Iniciou o seu percurso profissional por algumas áreas do diagnóstico clínico laboratorial, incluindo o diagnóstico de anomalias cromossómicas. Actualmente realiza numa instituição pública o estudo e monitorização de cianobactérias e toxinas associadas em albufeiras portuguesas. Interessa-se por diversas áreas da ciência, mas nutre uma paixão especial pela Astronomia. Tem um fascínio particular pela exploração do Sistema Solar, pela descoberta de outros sistemas planetários, e pela possibilidade de existência de vida extraterrestre.
2 comentários
Então quer dizer que, essas correntes eléctricas deslocam-se também elas, à velocidade da luz…
Parece-me um caso de estudo: se entendermos como acontecem e como as gerar aqui no nosso planeta, basicamente seria possível enviar corrente eléctrica à velocidade da luz através de um tubo em vácuo, evitando as perdas e “atritos” dos materiais (cabos de fibra óptica, por exemplo).
Não? 🙂
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Olá Sérgio,
As correntes eléctricas são uma consequência indirecta da fulguração. São geradas pelo súbito aumento da ionização dos gases atmosféricos nesta região da ionosfera, um fenómeno provocado pelo bombardeamento da alta atmosfera terrestre com partículas energéticas (estas sim viajando pelo espaço à velocidade da luz). 😉